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CURRÍCULO ESCOLAR

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Por:   •  29/11/2014  •  2.545 Palavras (11 Páginas)  •  250 Visualizações

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CONCEITO DE CURRÍCULO ESCOLAR

Para a formação do currículo escolar, passamos por várias fases, desde a época em que os Jesuítas combatentes da Reforma Protestante discutiram durante muitos anos o conjunto das ações pedagógicas, o eixo do currículo de ensino, até que universalizaram seus procedimentos pela edição do Ratio Studiorum.

Vários pensadores e educadores fizeram parte da história da educação e contribuíram de forma significativa para se chegar ao conceito atual de “Currículo Escolar”, um currículo multifacetado, que apresenta uma educação atenta à diversidade da comunidade escolar, que atende as necessidades de aprendizagem.

Na visão de alguns autores podemos destacar que para Comênio (1592-1670), o professor passaria a ser visto como um profissional, não um missionário, e seria bem remunerado por isso e nas relações entre professor e alunos seriam considerados as possibilidades e os interesses da criança propuseram a ruptura na relação escola e igreja e foi a favor do ensino para todos, incluindo os portadores de doenças mentais e as meninas. Comênio queria mudar a escola com a didática e a sociedade com a educação.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) estipulou a concepção de ordem política através do contrato social, com objetivo de planejar uma educação com vistas à formação futura. Para Rousseau, a criança deveria ser educada em liberdade e viver cada fase da infância na plenitude de seus sentidos. Ele condenava os métodos de ensino utilizados até ali, por se escorarem na repetição e memorização de conteúdo, e pregava sua substituição pela experiência direta por parte dos alunos, a quem caberia conduzir, pelo próprio interesse, o aprendizado. Mais do que instruir, para Rousseau, a educação deveria se preocupar com a formação moral e política. Foi, portanto, um precursor de Maria Montessori e John Dewey.

Para Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), a escola deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores.

Para John Dewey (1859-1952) colocou a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação. Foi o nome mais célebre de sua corrente filosófica: pragmatismo ou instrumentalismo. O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Influenciado pelo empirismo, Dewey criou uma escola-laboratório para testar métodos pedagógicos. Foi um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey reconhecia a necessidade da escola, onde as pessoas se encontram para educar e serem educadas. O objetivo da escola deveria ser ensinar a criança a viver o mundo. Educar, portanto, é incentivar o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar algo. A filosofia deweyana remete a uma prática docente baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, conhecimentos e regras morais. Isso não significa reduzir a importância do currículo ou do educador. Para Dewey, o professor deve apresentar questões ou problemas e jamais dar respostas ou soluções prontas.

Para Émile Durkheim (1858-1917), em cada aluno há dois seres inseparáveis e distintos. Um deles seria o que chamou de individual e a caracterização do segundo ser foi o que lhe deu projeção. Durkheim ampliou o foco conhecido até então, considerando e estimulando também o “outro lado dos alunos”, algo formado por ideias que exprimem, dentro das pessoas, a sociedade de que fazem parte. Para Durkheim, quanto mais eficiente for o processo educativo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola está. Além de caracterizar a educação como um bem social, a relacionou pela primeira vez às normas sociais e à cultura local. Durkheim não desenvolveu métodos pedagógicos, mas suas ideias ajudaram a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista. Segundo Durkheim, o papel da ação educativa é formar um cidadão que tomará parte do espaço público, não somente o desenvolvimento individual. Durkheim é também considerado um dos mentores dos ideais republicanos de uma educação pública, monopolizada pelo Estado e laica, liberta da influência do clero romano.

Maria Montessori (1870-1952) foi pioneira no campo pedagógico ao dar mais ênfase à auto-educação do aluno do que ao papel do professor como fonte de conhecimento. Individualidade, atividade e liberdade do aluno são as bases da teoria, com ênfase para o conceito de indivíduo como sujeito e objeto do ensino. O objetivo da escola é a formação integral do jovem, uma “educação para a vida”. O método Montessori se inspira na natureza e acredita que nem a educação nem a vida deveriam se limitar às conquistas materiais. Os objetivos individuais mais importantes seriam: encontrar um lugar no mundo, desenvolver um trabalho gratificante e nutrir paz e densidade interiores para ter capacidade de amar. A meta coletiva é vista hoje por seus adeptos como a finalidade maior da educação montessoriana. Os alunos conduziriam o próprio aprendizado e, ao professor, caberia acompanhar o processo e detectar o modo particular de cada um manifestar seu potencial. O método Montessori baseia-se na observação de que meninos e meninas aprendem melhor pela experiência direta de procura e descoberta.

Na história da educação, o nome do psicólogo suíço Édouard Claparède (1873-194) se encontra num ponto de confluência de várias correntes de pensamento. Sua obra favoreceu o desenvolvimento de duas das mais importantes linhas educacionais do século XX, a Escola Nova e o cognitivismo. Muitos pensadores antes de Claparède pregaram a importância de, na prática pedagógica, se levar em conta os processos mentais e a evolução das crianças, mas o faziam de um ponto de vista intuitivo. Claparède, que tinha formação em Medicina, pretendeu construir uma teoria científica da infância. Na introdução de seu livro Psicologia da criança e Pedagogia experimental, o psicólogo diz que o ensino precisaria se basear no conhecimento das crianças. Claparède defendia uma abordagem funcionalista da psicologia. Surge a noção de que a atividade, e não a memorização

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