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Capacitação De Profissionais Com Atendimento De Crianças Com Problemas Sociais Na Casa Abrigo De Pirassununga

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Por:   •  9/9/2014  •  4.723 Palavras (19 Páginas)  •  623 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

No campo das políticas públicas no Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) se configura enquanto um novo olhar no tratamento relacionado as questões da juventude. As medidas de proteção previstas no ECA, hierarquicamente estabelecidas, prevêem, em caso de omissão, abuso ou extremadas impossibilidades da família em cuidar de seus filhos, o encaminhamento para famílias substitutas e na falta destas para abrigos. Estes, de caráter temporário vêm a substituir as unidades de internação das Fundações Estaduais do Bem-Estar do Menor (FEBEMs), conhecidas pelo seu caráter asilar, massificador e excludente. Assim, trata-se agora de uma política com ação municipal, seja implementada por organizações governamentais ou não-governamentais que possam oferecer um ambiente próximo do ambiente familiar, com um número pequeno de abrigados e um conjunto de cuidadores em número suficiente e com perfil e preparação técnica adequados (GALHEIGO, 2003).

A idéia antigamente era de que a falta da família fazia com que gerassem criminosos,e desta forma, o Estado toma para si a responsabilidade de cuidar da educação, saúde e lazer destes. É então que temos os internatos, nos quais as crianças e adolescentes eram criados sem vontade própria e não raramente, são instituídas para ocupar os escalões inferiores da sociedade (PASSETTI, 2004).

Mudando este foco, o abrigo surge como uma forma de exterminar do cenário brasileiro as instituições asilares para crianças e adolescentes, como os orfanatos. Assim, trata-se de uma medida de proteção especial prevista no artigo 101, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no qual se configura como um equipamento de ação social. Assim, pretende-se que além de um espaço de acolhimento e cuidado, este passe a desenvolver ações que substitua o papel da família e promova a reconstrução dos laços afetivos e vislumbre a possibilidade de uma vida plena e saudável.

A situação dos abrigos, no entanto, é precária, seja de recursos materiais ou humanos, pois na maioria das cidades ele se constitui enquanto um equipamento não-governamental, e assim, os recursos financeiros destinados à ele acabam muitas vezes não sendo suficientes para a realização de um trabalho integral.

Começam a surgir iniciativas que buscam uma atenção alternativa e que têm se preocupado com uma política de recursos humanos que preveja a contratação criteriosa, a capacitação de cuidadores, educadores, e técnicos bem como, a construção de projetos com ações delineadas. Neste sentido, a capacitação dos funcionários da Casa Abrigo de Pirassununga (SP) proposto nesta pesquisa se configura enquanto um destes recursos que possam garantir um desenvolvimento saudável e um ambiente propiciador às crianças e adolescentes que ali residem.

1.1 COMO TUDO COMEÇOU

O inicio deste estágio se deu em agosto de 2008, a partir da vontade de contribuir com a melhora da Casa Abrigo de Pirassununga (SP), no sentido de realizar um trabalho de capacitação profissional, através do perfil das crianças ali abrigadas.

BUFFA, 1988, diz que para se tornar de fato cidadãos é preciso que se tenha uma educação com qualidade, e esta educação não é papel apenas papel da escola, mas de todos. Neste sentido, é papel dos funcionários da casa abrigo garantir a educação a todas as crianças e adolescentes que ali residem, para que eles possam se constituir enquanto cidadãos na sociedade.

Neste sentido, propomos a capacitação dos funcionários da Casa Abrigo, a fim de que esta seja uma forma de eles compreenderem acerca de seu papel na educação e no desenvolvimento destas crianças e adolescentes. Este trabalho vem proporcionando rico conhecimento e aprendizagem na área educacional.

Compreendo-me como parte da sociedade, senti-me motivada para observar, analisar e assim realizar um trabalho que pudesse contribuir para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos abrigados.

Foi a partir desta necessidade que realizei uma pesquisa com as funcionárias do estabelecimento, a fim de poder conhecer um pouco mais acerca da rotina diária local, bem como, do perfil do profissional que ali trabalha, buscando identificar quais as necessidades mais presentes naquele ambiente.

A partir deste primeiro contato, pude então delinear o campo teórico do que seria a primeira capacitação proposta aos funcionários da Casa Abrigo, visando o conhecimento acerca do trabalho desempenhado por eles na instituição e o reconhecimento deste trabalho enquanto um estímulo na vida das crianças e adolescentes que ali residem.

Nesta capacitação conheci quais são as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia das funcionárias e me senti como sendo parte daquela problemática, tendo a responsabilidade de contribuir para o trabalho destas funcionárias.

Foi através da primeira capacitação voltada para a apresentação do desenvolvimento infantil que elas nos relataram o quanto algumas crianças estão atrasadas em seu desenvolvimento cognitivo.

Durante toda a capacitação obtive informações de grande valia para a realização de futuras formações/orientações, tendo uma avaliação final sobre algumas informações e conteúdos que seriam importantes de serem trabalhados. Assim, foram sugeridos por elas temas relacionados aos adolescentes, como: sexualidade, drogas e agressão física.

Todas estas informações foram extremamente importantes para a continuação deste trabalho.

1.2 O PORQUÊ DESTE TRABALHO

A partir de uma visão geral do que é a sociedade, seus conflitos e problemas existenciais, surgiu à necessidade da realização deste trabalho voltado para a capacitação de trabalhadores que lidam com crianças que apresentam problemas sociais e familiares na casa abrigo de Pirassununga, pois se entende que para esta criança e adolescente crescer saudável e ter um ambiente adequado para este desenvolvimento, é necessário que as pessoas que ali atuam passam a ter esta compreensão acerca da influência de seus papéis na vida destas crianças.

Ao se construir a idéia de abrigo é fundamental se pensar na característica de lar que ele deve assumir, assim como, no perfil técnico das ações a serem desenvolvidas para que ele efetivamente cumpra sua função de proteção. O acolhimento e o cuidado com estas crianças e adolescentes deve ser igual ao de uma família, permitindo que estes tenham além de um espaço físico favorável, tenham a inserção na comunidade com acesso à escola local, serviços de saúde e atividades culturais (GALHEIGO,

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