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Certificações ISO

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Por:   •  6/4/2014  •  Seminário  •  3.271 Palavras (14 Páginas)  •  148 Visualizações

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Sobre as certificações

Quando o assunto é qualidade de produtos ou serviços nos deparamos com situações do tipo “este produto tem certificado ISO, não pode dar problema” ou “nós somos uma empresa certificada pela ISO 9000”, ou ainda “como é que esta empresa tem um certificado ISO e seus produtos tem problemas, vou reclamar para o certificador e eles vão perder o certificado” e muitas outras ocasiões em que são utilizadas as normas da série ISO 9000 como sinônimo de qualidade de produtos ou serviços.

Com isto, o cliente ou consumidor acaba ficando totalmente desinformado a respeito do que realmente seja uma certificação e, principalmente nestes tempos de modismos, do que é uma certificação de sistemas da qualidade. Vemos também que são poucos os esforços dos órgãos certificadores, dos acreditadores ou das empresas certificadas no sentido de esclarecer e informar às pessoas a respeito do assunto, estes últimos principalmente, uma vez que utilizam o desconhecimento das pessoas para obter vantagens comerciais e oferecer uma “qualidade” de produtos excelente.

Vamos então tentar esclarecer alguns pontos a respeito deste tema. Não existe a intenção de esgotá-lo, visto sua abrangência e diversificação, porém ele pode ser o ponto de partida para um estudo mais aprofundado das percepções a respeito do processo de certificação de sistemas de qualidade.

Um dos pontos que mais chama a atenção com relação aos certificados ISO 9000 é quando nos deparamos com embalagens de produtos, com dizeres em letras garrafais: “Produzido de acordo com a ISO 9000”, ou “Certificado pela ISO 9000”. Esta simples prática esconde uma série de fatores que demonstra o quanto algumas empresas ferem os conceitos a respeito das normas ISO 9000. Vejamos: o Certificado ISO 9000 não existe, é isto mesmo, ninguém é certificado pela ISO.

A ISO (International Organization for Standardization) é um organismo internacional, formado como uma rede de institutos de normalização de 157 países, com sede na Suíça, e tem como objetivo estabelecer normas técnicas no âmbito internacional. O nome ISO não representa uma sigla, pois o nome da organização teria abreviaturas diferentes nas diferentes línguas (IOS em inglês, OIN em francês ou OIP em português), decidiu-se então utilizar a palavra derivado do grego isos que significa igual. Desta forma, em qualquer língua e em qualquer país o nome da organização será sempre conhecido como ISO.

O organismo ISO não realiza processos para verificar se as empresas estão utilizando suas normas em conformidade com os requisitos das mesmas. Os processos de certificação, como são chamados os processos para verificação, não são problemas da ISO, este é um processo resultante da relação Fornecedor x Cliente, ou são exigidos por órgão reguladores ou legislações. Na verdade, existem organismos que realizam auditorias para verificar se os processos, produtos ou sistemas estão de acordos com determinadas normas e emitem seus certificados baseados nestas normas.

Estes organismos são autorizados por órgãos reguladores oficiais a realizar este tipo de atividade. Esta autorização é chamada de acreditação, ou seja, o órgão oficial afirma que o organismo certificador tem a capacidade para realização de determinada certificação em produtos, serviços ou processos. Como foi dito as normas da série ISO 9000 referem-se à certificação de sistemas de qualidade, e em momento algum se prestam à verificação de produtos, ou seja, dizer que um produto foi fabricado de acordo com o ISO 9000, além de não ser verdade, não garante em momento algum que este produto tenha sua qualidade assegurada pelo órgão certificador. Para isto existem normas específicas para que um determinado produto seja verificado com relação à sua segurança, disposição após uso, processo de fabricação, interferência eletromagnética, etc. O que uma certificação segundo a norma ISO 9000 procura evidenciar é que o sistema de qualidade de uma determinada empresa está de acordo com os critérios da mesma. Se o sistema criado não garante a qualidade do produto final, tampouco a certificação o fará.

Esta desinformação com relação aos sistemas de qualidade e ao processo de certificação ocorre até mesmo dentro do ambiente da empresa certificada. Em muitas organizações a percepção de seus colaboradores a respeito das normas ISO é totalmente equivocada, mesmo tendo recebido “treinamentos” sobre ela, decorado a política de qualidade e assistidos a vídeos e seminários.

Isto ocorre por que utilizam a implantação de um sistema baseado em uma dada norma como desculpa para implantar novos procedimentos para controle de pessoal, rotinas de recursos humanos e outros tipos de burocracias que não têm nenhuma relação com os itens da norma, mas sim com outros interesses.

Este tipo de anomalia ocorre principalmente quando a organização busca a certificação somente com a finalidade de ter um reconhecimento externo ou quando esta certificação é exigida por algum cliente, ou órgão regulador. De outro lado, quando a organização busca uma certificação principalmente para uma legitimação interna de seus processos, então os ganhos oriundos deste processo passam a ser visíveis e a organização passa a colher os frutos de se ter um sistema certificado e estes ganhos se refletem na satisfação de todas as partes interessadas no sucesso da mesma.

Histórico das Certificações ISO.

Desde os seus primórdios, a industrialização levantou questões relativas à padronização, ao gerenciamento de processos e à qualidade dos produtos. No início do século XX, destacaram-se os estudos de Frederick Taylor visando racionalizar as etapas de produção, aproveitados com sucesso por Henry Ford, que implantou a linha de montagem.

A padronização internacional começou pela área eletrotécnica, com a constituição, em 1922, da International Electrotechnical Commission (IEC).

O seu exemplo foi seguido em 1926, com o estabelecimento da International Federation of the National Standardizing Associations (ISA), com ênfase na engenharia mecânica. As atividades da ISA cessaram em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial.

Com o final do conflito, em 1946 representantes de 25 países reuniram-se em Londres e decidiram criar uma nova organização internacional, com o objetivo de "facilitar a coordenação internacional e unificação dos padrões industriais". A nova organização, a Organização Internacional para Padronização, iniciou oficialmente as suas operações em 23 de fevereiro de 1947 com sede em Genebra, na Suíça.

Com a acentuação da globalização

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