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Comercialização de figo e goiaba no município de Valinhos: Desafios e desvalorização do produto até a exportação.

Por:   •  1/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.997 Palavras (8 Páginas)  •  471 Visualizações

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Resumo

Este trabalho tem por objetivo compreender todos os processos da cadeia produtiva (figo, goiaba), quais os desafios enfrentados pelos produtores de Valinhos e a implantação de uma cooperativa agrária no município. Os dados presentes no trabalho foram obtidos através de entrevistas com alguns produtores. Esses dados revelaram que muitas são as dificuldades enfrentadas pelos mesmos e essas poderiam ser facilmente amenizadas e resolvidas com a criação de uma cooperativa na cidade.

Palavras-chave: Produtor; cadeia produtiva; exportação; cooperativa.

INTRODUÇÃO

A comercialização de frutas em Valinhos ajudou no desenvolvimento da cidade. Iniciando com pequenas plantações, se tornou a Capital Nacional do Figo Roxo e uma das maiores produtoras de goiaba da região.

Neste trabalho abordaremos o cultivo do figo e da goiaba na região de Valinhos.

Entender a cadeia produtiva, como é feito o plantio, o cultivo, a colheita desses produtos, até chegar ao consumidor final.

Através de entrevistas nas plantações locais abordaremos e identificaremos quais os maiores problemas enfrentados pelos produtores.

O que pode ser feito para o melhor aproveitamento da fruta como um todo, desde o plantio, colheita, transporte, exportação, visando à redução de custos operacionais.

Também serão analisados os seguintes problemas que prejudicam a produção: o transporte deficiente, o manuseio inadequado da fruta e como a embalagem inadequada pode afetar o produto desvalorizando-o no comércio local, regional e exterior.

1. UM POUCO DE HISTÓRIA

1.1. Figo

Família: Moraceae

Nome científico: Ficus carica L.

Nome popular: Figo

Origem: Mediterrâneo

Segundo a história o figo foi cultivado inicialmente pelos árabes e judeus em regiões semiáridas. O cultivo da fruta chegou à Península Ibérica, na América e Europa junto com seus primeiros colonizadores.

No Brasil o figo chegou através de Martim Afonso de Souza em 1532.

Em Valinhos há registros que a fruta foi introduzida por Lino Busato que viveu na cidade de 1891 a 1917 (SPERONI, 2014). O cultivo inicial da fruta foi em sua chácara e depois foi se popularizando através da doação de mudas para seus vizinhos. Com isso o cultivo tornou-se popular e forte na cidade, daí o título de Capital do Figo Roxo.

Em 1939 chegou a Valinhos o Padre Bruno Nardini que veio ocupar o posto do então Padre Manuel Guinot Bernat, que havia falecido. Desde sua chegada a cidade, o padre teve interesse pela agricultura local. Em visitas pelas chácaras observou que havia uma superprodução de figo, e perdia-se muito no transporte que era feito em carroças até chegar a estação ferroviária para daí seguir para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Encontrou aí uma oportunidade para arrecadar fundos que ajudassem nas despesas com a construção da Igreja Matriz de São Sebastião, assim dando continuidade a um desejo em vida do Padre Manuel.

Em 1940 contando com a colaboração de produtores locais que doaram animais, frutas e comidas para serem leiloados e vendidos durante o evento, teve início então a Festa do Figo na cidade de Valinhos. Essa comemoração tinha como objetivo arrecadar fundos, porém trouxe mais promoção à fruta, se tornando uma tradição.

Com as arrecadações feitas nas festas Padre Nardini conseguiu dar continuidade ao projeto para construção da igreja que teve como engenheiro Lix da Cunha. A conclusão da obra levou cinco anos e em 19 de março de 1944 foi inaugurada. Além da participação na construção da Igreja o padre teve grande atuação na luta pela emancipação do município. Contribuindo inclusive para a criação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, o Centro de Auxiliares Rurais do Bairro Capuava e o Centro Social São Domingos, incentivou também a produção de outras frutas na cidade, como por exemplo, a maçã.

Esses feitos aliados ao seu grande interesse pela agricultura deram-lhe o título de "agrônomo honorário de Valinhos”. Padre Nardini faleceu em 25 de outubro de 1981, recebeu ainda vivo o título de Monsenhor pelo Papa. Devido sua grande atuação e participação na história da cidade foi homenageado com um busto que fica de frente para a Igreja Matriz, e outro busto feito de bronze na entrada do Parque Municipal de Feiras e exposições “Monsenhor Bruno Nardini”, local que leva o seu nome e onde é realizada anualmente a Festa do Figo.

Figura 1- Lino Busato, introdudor do figo roxo em Valinhos

Fonte: Revista Figo A flor que projetou Valinhos 2014

Figura 2- Padre Bruno Nardini, Fundador da Festa do Figo

Fonte: Revista Figo A flor que projetou Valinhos 2014

1.2. Goiaba

Família: Myrtaceae

Nome científico: Psidium guajava L.

Nome popular: Goiaba

Origem: América do Sul.

A goiabeira é originária da América do Sul, especialmente do Brasil e das Antilhas. Provavelmente a fruta tenha se expandido pela América do Sul e Central devido à zoocoria (quando as sementes de frutas são ingeridas por pássaros e pequenos animais e são dispersas pelas suas fezes).

A expansão da goiaba no restante do globo foi devido à sua fácil adaptação a diversos climas e solos, então através dos colonizadores europeus foi levada para regiões africanas e asiáticas.

No Brasil a goiaba já era utilizada pelos nativos como remédio para dores de garganta e problemas digestivos. No Peru era usada como antitranspirante pelos índios.

O estado de São Paulo destaca-se pelo cultivo de goiaba, a comercialização da fruta surgiu a partir de 1939 com Sasuko Sawabe. A partir de 1970, através dos japoneses que vieram para o Brasil o cultivo da goiaba teve uma mudança, eles começaram a ensacar as frutas para que as mesmas não fossem atingidas pela mosca da fruta.

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