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Comportamento Organizacional

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Por:   •  12/4/2013  •  1.248 Palavras (5 Páginas)  •  387 Visualizações

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A PERCEPÇÃO INTERPESSOAL

Não somos máquinas fotográficas, nem gravadores. Não absorvemos com os nossos olhos exactamente aquilo que está "ali". Respondemos constantemente a pistas que têm significado para nós; vemos aquilo que queremos ou necessitamos ver para nos defendermos ou prosseguirmos com os nossos objectivos.

Da mesma forma, não vemos as pessoas como elas são, vê-mo-las pelo que elas significam para nós. Se considerarmos o modo como compreendemos o mundo em que vivemos e, particularmente, os aspectos que têm a ver connosco e com as nossas relações com outras pessoas, podemos constatar que:

 Organizamos o mundo de acordo com conceitos ou categorias (por exemplo, dizemos que uma coisa é fria ou quente, boa ou má, simples ou complexa,etc.). Cada um destes conceitos pode ser considerado uma dimensão ao logo da qual nós podemos colocar os acontecimentos do mundo, alguns mais próximos de um dos extremos, outros do outro.

De facto, sempre que consideramos as nossas próprias qualidades, as outras pessoas ou os acontecimentos do mundo inanimado, temos de recorrer a estes conceitos. Estamos dependentes, para a compreensão do mundo, dos conceitos e categorias de que dispomos para organizar as nossas experiências. Se nos faltar um conceito para definir algo que ocorre no mundo, temos de inventar um ou não podemos responder ao acontecimento de um modo organizado. Como é que, por exemplo, uma pessoa explica o seu próprio comportamento e o dos outros sem os conceitos de amor e ódio? Pensem como o comportamento pareceria confuso ou se tornaria mesmo imperceptível para a pessoa que não dispusesse desta dimensão.

Cada um de nós desenvolveu o seu próprio conjunto de conceitos que utiliza para interpretar o comportamento dos outros. Estas preferências de conceitos estão, na maior parte das vezes relacionadas com a nossa motivação.

Os conceitos não existem isoladamente; estão interligados através de uma rede de relações. Os que utilizamos para compreender uma situação e as relações entre os próprios conceitos, constituem o sistema conceptual.

As imagens e os estereótipos actuam deste modo. Quando descobrimos que uma pessoa é um "negro" ou um "líder sindical" ou um "sociólogo" ou uma "mulher", a informação sobre estes conceitos imediatamente evoca um conjunto de expectativas sobre outras características da pessoa. No caso dos estereótipos estas expectativas podem mesmo ser tão fortes que não procuramos constatar se o sistema conceptual "trabalhou" correctamente desta vez e podemos mesmo ir ao extremo de ignorar ou distorcer informações que não se adequam ao nosso sistema conceptual, de modo que o sistema não seja afectado por experiências contraditórias.

Por outras palavras, estes conceitos (ou conjuntos de dimensões) permitem-nos organizar as múltiplas experiências que temos diariamente. Sem eles, estaríamos num estado de caos contínuo e por isso mesmo eles são partes funcionais e necessárias da personalidade humana. O facto de sermos tão dependentes do nosso sistema conceptual significa que hesitamos muito em aceitar qualquer informação que não se lhe adapte.

Para nos protegermos destas experiências desconfirmantes, temos à nossa disposição inúmeras defesas perceptuais. Estas defesas actuam como um filtro, bloqueando o que não queremos ver e deixando passar o que queremos ver. Quanto mais nos aproximamos de sistemas conceptuais que têm a ver com as nossas relações com outras pessoas importantes para nós, mais provavelmente nos socorremos destes filtros defensivos.

FACTORES EM JOGO NA PERCEPÇÃO

Podemos considerar neste campo vários tipos de factores:

 Factores estruturais: São as primeiras condições da percepção sobre as quais não há acção, que não se podem mudar;

 Factores funcionais: O percebido é o conjunto do que, vindo do mundo exterior, tem para nós uma significação. Operamos pois sobre os elementos que estão à nossa disposição e cuja organização nos permite a sua integração de forma compreensível.

Vejamos um exemplo:

Introduzimos uma pessoa numa sala e, ao fim de alguns instantes, mandamo-la saír e pedimos-lhe para descrever a sala onde esteve. Podemos constatar que ela não descreve tudo o que lá estava. Entre os elementos que ela podia ver, não conservou senão uma parte. Este simples facto mostra que a percepção opera uma selecção nas informações que atingem os sentidos: não é que a pessoa não tenha visto, mas ela valorizou umas coisas e subestimou ou esqueceu outras.

Não somente eliminamos um certo número de informações, como organizamos o campo dos dados sensoriais introduzindo neles uma estrutura que o torne coerente. É assim que a percepção isola os conjuntos, obedecendo a certas leis:

os objectos são percebidos em grupo, por causa da sua proximidade, semelhança, simetria, etc. Do mesmo modo, a percepção destaca uma figura do fundo em que está inscrita

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