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Cultura flexível, divertida e trabalhadora do gigante da Internet, funcionários eleitos

Abstract: Cultura flexível, divertida e trabalhadora do gigante da Internet, funcionários eleitos. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/4/2014  •  Abstract  •  2.948 Palavras (12 Páginas)  •  174 Visualizações

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O jeito Google

A cultura de trabalho flexível, divertida – e árdua – do gigante da internet que os funcionários elegeram

Marcos Coronato (texto) e Ricardo Corrêa (fotos)

Cada funcionário do Google escolhe a melhor hora de chegar ao trabalho. A não ser que tenha algum compromisso agendado, pode organizar o dia como achar melhor. Muitos deles, mesmo assim, tomam café da manhã juntos na empresa, aproveitando a refeição gratuita e caprichada, com pães, frutas, sucos e iogurtes. Depois de satisfeito, cada funcionário começa a trabalhar, em sua mesa ou em qualquer outro lugar da empresa que ache melhor. Ele poderá interromper as atividades ao longo do dia para relaxar com uma partida de videogame ou um lanchinho, sempre gratuito. Quando concluir o que considera importante para o dia, irá embora – na hora que achar melhor. Esse ambiente livre pode até parecer natural e espontâneo, mas não é. Preservá-lo numa empresa produtiva, lucrativa e ambiciosa exige grandes doses de empenho e cuidado. Por esse esforço, o Google foi considerado, em 2010, o melhor lugar para trabalhar no Brasil, segundo a pesquisa anual GPTW (Great Place to Work), publicada com exclusividade por ÉPOCA.

Se você já acessou a internet, conhece o Google. Trata-se da empresa que criou o buscador mais popular do planeta e serviços como o Google Earth e o Google Translate. É dono do Orkut, do YouTube e do Gmail. Além de definir o jeito como usamos a rede hoje, o Google ajuda a difundir uma forma de trabalhar alternativa. Seu jeito descontraído e cheio de benefícios para o empregado conquistou o primeiro lugar na pesquisa GPTW nos Estados Unidos (publicada pela revista Fortune) em 2007 e 2008. No ano passado, concorrendo pela primeira vez na pesquisa brasileira, a empresa ficou num ótimo 15º lugar, entre 530 avaliadas. Agora deu um novo salto. Suas práticas chamam a atenção, mas não são coisa do outro mundo. Elas podem, pelo menos em tese, ser aplicadas por qualquer empresa, seja qual for seu tamanho ou setor de atuação.

O que seduz no Google

A empresa combina descontração com benefícios de alta qualidade

Saúde

A companhia oferece reembolsos de R$ 374 por consulta com médico fora do plano de saúde, R$ 145 para participar de grupos de caminhada, R$ 140 para aulas de pilates no escritório e R$ 100 para academia. É possível também fazer sessões de drenagem linfática por R$ 25 e de massagem por R$ 5 a R$ 10. Quem completa 30, 35, 38 e 40 anos ganha checkup grátis.

Tecnologia

Cada funcionário ganha R$ 112 como ajuda de custo para pagar a mensalidade da internet em casa. Ao ser admitido, o novato ganha um notebook da marca que escolher. No trabalho, incentivam-se todas as formas de comunicação, por texto, voz e vídeo. No Natal de 2009, toda a equipe ganhou smartphones equipados com o sistema operacional Android, do Google.

Indicações

O processo de seleção demora dois meses e é rígido. A empresa incentiva cada funcionário a indicar conhecidos. Se ele for contratado, quem fez a recomendação ganha R$ 5 mil. Mais da metade das contratações é feita com base em sugestões da equipe.

Brinquedos

O novato recebe em casa um kit de boas-vindas, com camiseta, boné e autorização para gastar R$ 100 na decoração da baia. Ele tem ainda R$ 250 para gastar na loja virtual da empresa, na compra de blusões, mochilas, cubos mágicos e camisetas.

Festas

O Google é uma empresa festeira. Um Comitê de Cultura e um comitê de diversão se encarregam de propor atividades diversas. Há noites de cinema, festas tradicionais e temáticas (como a Festa do Pijama). Em Belo Horizonte, as sextas-feiras são dias de happy hour dentro da empresa, como é tradição no Google ao redor do mundo. Em São Paulo, a festa ocorre às quintas.

Bônus

O Google tem bons salários fixos, opções de ações e forte cultura de remuneração variável. Além do bônus normal, baseado em metas, ganham-se prêmios por indicação de colegas do mesmo nível (o Peer Bônus, de R$ 200) e por recomendação proposta pelo chefe imediado (o Spot Bônus, de R$ 550 a R$ 28 mil). Há também premiações para os coordenadores e condecorações simbólicas.

No jeito Google de trabalhar, há uma parte mais famosa e divertida, facilmente visível na onipresença da tecnologia, nos jogos e na decoração juvenil. Pelo laboratório de programas de computador, em Belo Horizonte, e pelo escritório de administração e vendas, em São Paulo, os 200 funcionários podem transitar com seus computadores portáteis (um presente de admissão), conectar-se à internet sem fio e trabalhar sentados em sofás e pufes. Para saber o que ocorrerá numa sala de reunião ao longo do dia, basta ler o código pendurado ao lado da porta usando o smartphone (presente de Natal da empresa). Quem quiser relaxar pode receber uma sessão de massagem, disputar partidas de videogame, pebolim ou pingue-pongue, assistir a DVDs, ler revistas em quadrinhos ou descansar na rede (em quatro visitas ao Google, ÉPOCA não testemunhou nenhum jogo entusiasmado, mas encontrou vários grupos lanchando e uma soneca real). O calendário é cheio de festas – do bigode, do pijama, de Hollywood. Elas servem para comemorar datas especiais ou apenas para que os colegas se encontrem.

Não é uma cultura ótima para todo mundo. Há quem se sinta melhor em ambientes mais regrados. Há quem associe essa cultura a um ideal de adolescentes do sexo masculino. Mas o Google consegue atrair o tipo de profissional que o atrai: jovial, colaborativo, com vida social intensa. Para ele, além do ambiente descontraído, há benefícios de gente grande.

Entre os destaques estão os planos de saúde e odontológico de alto padrão (com cobertura idêntica para todos os funcionários, incluindo os diretores), o auxílio-educação (de R$ 16 mil por ano, sem nenhuma obrigação posterior por parte do funcionário), a licença-paternidade ampliada (de quatro semanas) e o plano de previdência que permite retirada integral do valor acumulado após quatro anos na empresa (incluindo o aporte da empresa, igual ao do funcionário, até o limite de 12% do salário). Há também auxílio para academia e ioga (confira os detalhes no quadro ao lado). Os benefícios constroem um clima de bom humor. Mas há um propósito muito sério por trás disso tudo. “Procuramos pessoas que queiram se desenvolver e com senso de responsabilidade muito forte”, diz Mônica Santos, diretora

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