TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

DIVERSOS ROSTOS DA INFANCIA

Dissertações: DIVERSOS ROSTOS DA INFANCIA. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/3/2013  •  2.762 Palavras (12 Páginas)  •  862 Visualizações

Página 1 de 12

Resumo

Este artigo aborda de diferentes ângulos a formação do conceito de infância e as contribuições dos aspectos históricos, filosóficos e sociais nesta formação. Tendo por objetivo conscientizar sobre as diversas formas de “Educar” e principalmente sobre a necessidade de respeitarmos a diversidade no contexto da educação infantil.

Palavras-Chave: criança; infância; escola; adolescência; preconceito; discriminação; Buling; pobreza; deficiência.

1. Introdução

Não existe quem não pare para observar um lindo bebê ou um grupo de crianças brincando. Parece que elas possuem toda a alegria do mundo.

Mas se pararmos para pensar, nem sempre foi assim.

Durante a Idade Média, muitas crianças se comportavam e se vestiam como adultos. Eram considerados adultos em miniatura.

Desde muito cedo, por volta dos sete anos, os meninos eram ensinados a montar e aprendiam com seu pai ou tutor um ofício.

Já as meninas, aprendiam prendas domésticas e a se comportarem e se vestirem como damas da sociedade. Ou seja, a educação era domiciliar, o aprendizado era fornecido pelos pais ou tutores.

Na Idade Moderna, a infância passou a ser vista como algo um pouco mais importante, pois devido à falta de infra-estrutura nas cidades, havia um alto índice de mortalidade infantil. As que conseguiam chegar à fase adulta eram consideradas vitoriosas. Neste período alguns passos começam a ser dados visando melhorar a situação das crianças na sociedade.

Porém, é somente a partir do início do século passado, que as crianças passaram a representar um seguimento importante da sociedade, iniciou-se um processo de delineação dos direitos infantis.

No entanto, mesmo com vários de seus direitos assegurados, as crianças ainda estavam presas ao seu meio sócio-econômico, à realidade em que viviam. A localização geográfica e a diversidade cultural a que eram expostas, influenciavam grandemente o conceito de infância que se formava nestas jovens mentes. E estas condições ainda persistem em muitas localidades, até nossos dias

Por esse motivo podemos afirmar que a infância possuía e ainda possui diversos rostos.

Veremos agora como se formam estes diversos rostos e como podemos contribuir, como educadores, para a formação de indivíduos socialmente críticos e imbuídos de altos padrões éticos e sociais.

2. O desenvolvimento dos diversos rostos da infância e a atuação do Educador.

Antes do século XVI, a vida era igual para todas as idades, não existiam as fases da infância que conhecemos hoje.

As crianças eram constantemente expostas à violência. Por muito tempo as crianças foram abandonadas, exploradas e violentadas. A criança era um ser inferior, incompleto, devendo submeter-se incondicionalmente à vontade dos adultos.

Durante muito tempo houve uma rígida disciplina infantil. A criança era afastada cedo de seus pais e passava a conviver com outros adultos, ajudando-os em suas tarefas. A partir daí, ela não se distinguia mais dos adultos. Nesse contato, a criança passava da fase da tenra infância direto para a vida adulta. (Áries, 1978).

Áries (1978)56, descreve que, entre os séculos XVI e XVII, a criança conquista um lugar junto aos pais. Diferente da família medieval que deixava as crianças com estranhos, agora, a visibilidade de sua vulnerabilidade e a sua importância fazem com que os adultos passem a se preocupar com a sua educação, saúde e futuro, e querer reter a criança junto de si.

No entanto, é somente a partir do século XVII que a infância realmente passa a ser vista com características distintas e necessidades específicas. Na Idade Moderna, as crianças passam a ser separadas dos adultos e a freqüentar as escolas. Este conceito de infância moderna estende-se até os nossos dias.

No Brasil do século XVIII a educação estava a cargo dos jesuítas, que aportaram em terras brasileiras em março de 1549 e eram comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega. Após 15 dias de sua chegada, ergueram a primeira escolar elementar brasileira, em Salvador, que teve como professor um jovem de apenas 21 anos, Vicente Rodrigues, que durante mais de 50 anos moldou a educação brasileira dentro dos costumes europeus.

Também foi desta época o noviço José de Anchieta.

Vinte anos após a chegada dos jesuítas, eles contavam com cinco escolas de instrução elementar e três colégios, todas regulamentadas por um documento escrito por Inácio de Loiola conhecido como “Ratio atque Instituto Studiorum”. Neste período também eram oferecidos pelos jesuítas os cursos secundários de Letras e Filosofia e o curso superior de Teologia e Ciências Sagradas para formação sacerdotal. Neste momento da história podemos perceber a desigualdade social quando encontramos brasileiros que pretendiam seguir as profissões liberais indo estudar na Europa , na Universidade de Coimbra famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas ou na Universidade de Montpellier mais procurada na área de medicina. Os jesuítas foram os únicos responsáveis pela educação brasileira durante um período de duzentos e dez anos, quando depois de muitas queixas sobre o ensino oferecido, foram expulsos pelo Marquês de Pombal, então Ministro de D. José I o que levou à paralisação dos colégios, missões, seminários menores e escolas elementares. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.

Já no século XIX, a educação brasileira foi essencialmente destinada à preparação de uma elite e não do povo. Era a erudição ligada ao status social, prestigiada pela vida na Corte, pelas atividades públicas, pelo regime parlamentar, onde a retórica era necessária. Um contraste gritante com a quase total ausência da educação popular. A infância pobre foi esquecida. A iniciativa oficial em relação ao ensino elementar e secundário era precária e muitas vezes, inexistente, quanto à educação profissional.

A partir da segunda metade do século XX, as coisas começam a mudar.

Em 1990, criou-se o Estatuto da Criança e do Adolescente, com o intuito de ajudar a proteger a infância. Mas, apesar de todo o esforço, a mudança não foi generalizada,

...

Baixar como (para membros premium)  txt (18.7 Kb)  
Continuar por mais 11 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com