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ESCOLAS ECONÔMICAS: MONETARISMO

Por:   •  6/9/2016  •  Resenha  •  1.827 Palavras (8 Páginas)  •  349 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

ESCOLAS ECONÔMICAS: MONETARISMO

“O que precisamos não é um hábil condutor monetário do veículo

econômico tentando compensar, com golpes de direção, as

irregularidades imprevistas da estrada, mas uma forma de evitar

que o passageiro monetário, que se senta no banco traseiro como

um lastro, se incline para frente e se agarre ao volante,

ameaçando lançar o carro para fora da estrada”.

Milton Friedman

  1. Introdução

Milton Friedman, economista norte-americano, é considerado o fundador e principal expoente da escola Monetarista. Escola esta que teve origem da Teoria Quantitativa da Moeda, que é o alicerce da teoria Econômica Monetária do século XVIII. Contribuíram também com os pensamentos desta escola nomes como os de Karl Brunner, Allan Meltzer e Philip Gagan nos Estados Unidos e David Laidler na Grã-Bretanha. O desenrolar deste corpo teórico acabou por propor regras de crescimento constante da oferta monetária em detrimento de medidas discriminatórias de política monetária, como sendo a forma mais eficiente das autoridades monetárias promoverem a estabilidade do nível de preços e o crescimento sustentado do produto per capita.

O auge do monetárias se deu na década de 1970. Os economistas vindos da universidade se Chicago, aplicaram seu receituário monetarista em vários países, inclusive no Chile e na Bolívia, na América Latina. Com a revolução dos economistas novos-clássicos e a ascensão da Teoria das expectativas Racionais, progressivamente o Monetarismo foi perdendo importância dentro da Macroeconomia contemporânea.

  1. A Teoria Quantitativa da Moeda

O primeiro pensador que se tem notícia é Simon Newcomb, que em seu livro “Principles of Political Economy”, criava uma equação matemática denominada por ele de Equação de Circulação Societária, expondo de forma simplificada a seguinte equação.

VR=KP

Chamou-se de “V” o volume de moeda; de “R” a rapidez de circulação; de “P” o nível dos preços; e de “K” o volume de bens e serviços trocados por moeda em determinado período.

Com essa formula, Simon Newcomb afirmava que um aumento na quantidade de moeda (V) afetaria a demanda por bens e serviços, causando, no final, um aumento proporcional nos preços (P).

Posteriormente Alfred Marshall e Arthur Cecil Pigou, importantes economistas britânicos, fundamentaram a teoria hoje conhecida como Equação de Cambridge. Assim mudou-se o enfoque das equações das trocas, voltando para a quantidade de moeda que a população deveria manter em estoque para poder realizar suas transações comerciais futuras, para se ter uma margem de demanda por moeda, que passaria a se preocupar com a quantidade de moeda que o público gostaria de manter, tendo em conta principalmente: a sua renda, o volume de sua riqueza, a oportunidade de ganho proporcionada pelas demais formas de ativo que não a moeda e as expectativas em relação aos futuros eventos econômicos e sociais.

A versão de Cambridge formulava a teoria quantitativa da moeda da seguinte forma:

M=KPQ,

onde “Q” seria o valor dos bens e serviços finais, ou renda nacional, “M” seria a oferta monetária e “K” representa a renda nominal. Assim deduz-se que a oferta monetária deveria ser igual ao volume de bens produzidos com valor agregado juntamente com a renda nominal, e o excedente então deveria ser retido a fim de estabilizar a equação. Desta forma, a oferta monetária tende a ser igual a demanda.  A aplicação em termos de política econômica da formulação neoclássica é clara: a política monetária exerce uma poderosa e prevista influência sobre os preços a longo prazo.

Por fim, cabe ressaltar outra importante contribuição neoclássica: a formalização, elaboração e extensão das ideias sobre o controle da oferta monetária. Fisher, Pigou e outros argumentaram que se pode controlar a oferta monetária via base monetária, “B”, que, por hipótese, está sob controle direto das autoridades monetárias. Este argumento se baseia na hipótese do multiplicador monetário, “α”, ser tido como uma constante no curto prazo.

M= αB        →         (M/B)= α     →          PMPP + DV  = α

                                                   PMPP + RB

M = oferta monetária;

B = base monetária;

PMPP = papel moeda em poder público;

DV = depósitos à vista nos bancos comerciais;

RB = reservas dos bancos comerciais.

Observa-se que a oferta monetária é função da base monetária, “B” e do multiplicador monetário, “α”. Assim, como os economistas neoclássicos supõe ser o multiplicador monetário constante, as autoridades monetárias podem determinar a novel da oferta monetária via controle efetivo da base monetária.

Desta forma, pode-se afirmar que a Teoria Quantitativa da Moeda consiste em um conjunto de proposições inter-relacionadas, ou postulados, que embasam a conclusão principal, de que o nível de preços é originado em função da oferta monetária. Tais postulados são:

  1. PROPORCIONALIDADE: continuavam a defender que um aumento na oferta monetária afetaria os preços na mesma proporção no decorrer do tempo, com margem apenas para acobertar o crescimento do produto;
  2. NEUTRALUIDADE: as variações monetárias não afetariam as variáveis reais da economia, tais como o produto, o nível de emprego, etc., porém apenas no longo prazo. Davam destaque aos efeitos não-neutros da moeda no curto prazo, incluindo, também, as variações na moeda como parte integrante dos estudos dos ciclos econômicos;
  3. CAUSALIDADE: os canais de influência correm da oferta monetária para o índice de preços, sendo as variações monetárias a causa e as variações de preço o efeito;
  4. EXOGENEIDADE DO ESTOQUE NOMINAL DE MOEDA: admitiam que a oferta monetária, em ternos globais, é exógena ou independente, não sendo determinada passivamente pelas condições de demanda, mas sim por determinações das Autoridades Monetárias.
  5. NÍVEL GERAL DOS PREÇOS: as variações na oferta monetária afetam tão-somente o nível geral de preços e não os preços relativos, que são determinados pelas variáveis reais da economia.

Como defendiam que a principal causa das variações monetária era o crescimento dos meios de pagamento, defendiam um rígido controle da Base Monetária como meio de assegurar o direcionamento dos demais agregados monetários, pois os estudos indicavam que existia uma estreita relação das proporções das reservas bancarias, mantidas pelos bancos, com seu volume de depósitos; dos saldos de caixa que o público conserva em seu poder com a quantidade de depósitos que mantém nos bancos, sendo possível, com apenas o controle da Base Monetária, regular os demais agregados.

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