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Ficha de Leitura Psicoterapia Psicanalítica

Por:   •  20/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.806 Palavras (8 Páginas)  •  269 Visualizações

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Psicoterapia Psicanalítica

Ficha de Leitura

Aluna: Prof°:

FICHA DE LEITURA

        Freud deixou um importante legado aos psicanalistas, ao longo de seus trabalhos sobre a técnica psicanalítica. Classicamente são quatro regras, mas podemos acrescentar uma quinta regra, logicamente que estas regras sofreram algumas críticas ao longo do tempo, ocorrendo algumas mudanças, porém sem perder sua essência. Trazendo para a atualidade uma visão modernizadas das técnicas de psicanalise que desde à época de Freud até os dias de hoje são empregadas, certamente sofreu alguns ajustes que veremos a seguir.

  1. Regra fundamental (livre associação de ideias): essa regra constituía basicamente no compromisso assumido pelo analisando em associar livremente as ideias que lhe surgissem espontaneamente e então, falar para o analista, independente de julga-las importantes ou não. O fato é que não seria possível conceber uma análise sem que o paciente trouxesse umacontinua contribuição de verbalizações que permitissem ao psicanalista proceder um levantamento das repressões acumuladas no inconsciente, contidas nas lembranças dos traumas psíquicos. Outros analista e terapeutas notam (com razão) que a dita logica se impõe de qualquer forma na fala de nós todos, mesmo quando fazemos o possível para controlar nossas palavras. Aliás, geralmente, é logo quando tentamos controlar cuidadosamente nosso discurso que podemos cometer um lapso revelador. Mesmo que o paciente tenha preparado um discurso, no decorre da sessão ele acaba sendo levado por terras desconhecidas e acaba por falar coisas que ele não previu. É notável um duplo sentido no que tange a formulação da livre associação de ideias. Então devemos formular ou não a regra fundamental?
  2. Regra da abstinência: bem como o nome já diz, essa regra serefereà necessidade do psicanalista abster-se de qualquer tipo de atividade que não seja interpretar, preservando ao máximo o seu anonimato para o paciente. Lembrando que isso tudo aconteceu em uma época que predominavam as pacientes histéricas, que logo desenvolviam um estado de paixão e atração erótica com o analista. Preocupado com a imagem moral e ética da ciência que ele criara e com o despreparo dos terapeutas quanto ao risco de envolvimento sexual com pacientes em um estado mental de “amor de transferência”, Freudproíbe qualquer tipo de gratificação externa, sexual e social.
  3. Regra da atenção flutuante:equivalente à regra fundamental para o analisando, Freud estabeleceu esta regra para o analista, onde postulou que o terapeuta deve propiciar condições para que se estabeleça uma comunicação de “inconsciente para consciente”, e que o ideal seria que o analista pudesse “cegar-se artificialmente para poder ver melhor”, despojar-se de seus desejos, da memória e de seus prévios conhecimentos teóricos. Bion complementa que esta regra é muito útil para permitir o surgimento, na mente do analista, da importante capacidade, latente em todos, de intuição. Não existe nenhum inconveniente que o terapeuta sinta desejo ou qualquer outro sentimento, desde que ele esteja seguro que sua mente não está saturada pelos trazidos desejos. Sendo assim, o terapeuta deve estar ciente deste risco e consiga manter descriminação entre os seus próprios sentimentos e aquilo que é próprio da situação analítica. (pag. 79)
  4. Regra da neutralidade: O terapeuta deve ser opaco aos seus pacientes e, como um espelho, não lhes mostrar nada, exceto o que lhes é mostrado, terapeutas confundem um sadio estado mental de imparcialidade neutra como o de uma verdadeira indiferença. O conceito de neutralidade deve se estender aos próprios desejos e fantasias do analista, de modo a possibilitar que ele esteja disponível para os pontos de vista dos seus pacientes, diferente dos seus, sem ter que apelar para o reducionismo sistemático aos seus valores prévios, assim como seja aproveitada a interação com seu analisando e possa ressignificar as suas próprias experiências emocionais antigas.Essa regra refere-se mais estrita e diretamente à necessidade de que o analista não se envolva afetivamente com seu paciente, tal como sugere a metáfora do espelho, ou seja, como uma superfície fria de um vidro. Podemos dizer que a regra da neutralidade vem mudando substancialmente, hoje acredita-se que o analista deve funcionar como um espelho, sim, mas no sentido que possibilite se olhar de corpo inteiro, por fora e por dentro, como ele realmente é, ou que não é, ou até mesmo como pode vir a ser. Além disso o terapeuta deve se envolver afetivamente com o seu paciente, sendo fundamental para possibilitar o desenvolvimento do analisando, obviamente desde que não envolva na contratransferência. No sentido absoluto do termo, a neutralidade é um mito impossível de ser alcançado, pois o psicanalista é um ser humano como qualquer outro e, portanto tem sua ideologia e seus valores, os quais ele queira ou não, são captados pelo paciente, o simples fato da escolha que o analista faz daquilo que ele julga que merece ser interpretado, em meio a outras possibilidades interpretativas, propiciadas através do discurso do analisando, o seu modo e estilo de interpretar fazem transparecer a sua personalidade e exercem influência no processo analítico.
  5. Regra do amor às verdades:também se constitui um elemento essencial de técnica de psicanálise, embora não esteja entre as regras essências, Freud considerou a importância da verdade para a evolução exitosa do processo psicanalítico, pois somente através da honestidade e sinceridade do terapeuta, é que a análise poderia, de fato, promover mudanças significativas nos analisados. Em relação ao compromisso com a ética é oportuno incluir que também diz respeito à necessidade de o psicanalista não emitir julgamentos a respeito de terceiras pessoas. Não se deve confundir amor à verdade com um desejo de certeza, pois, em nosso mundo relativo, toda verdade é uma mentira, ou seja as coisas se modificando tanto no mundo como dentro da gente, o importante é a aquisição de uma atitude de ser verdadeiro, especialmente, consigo mesmo, único caminho para atingir um estado de liberdade interna, o que seguramente é o bem maior que o indivíduo pode ter.
  6. Outra regra:A preservação do setting, cabe ao enquadre a primordial função de normatizar, delimitar, estabelecer a assimetria, ou seja, os lugares, os papeis e as funções do analista e do paciente não são simétricos. Manter um continuo aporte do “princípio de realidade”, que se contrapõe ao mundo das ilusões próprias do “princípio do prazer” do paciente. Já na obra de Winnicott, revela-se que o essencial não é a eventual ruptura do setting, mas o fato de que este possa ser sempre retomado. Para o psicanalista, conseguir manter o setting preservado é uma arte, no que este tem de essencial, ao mesmo tempo em que ele não caia no extremo de um dogmatismo enrijecido ou na cega obediência aos cânones oficiais. Enfim quatro conselhos:
  1. Aja de maneira que sua escolha não seja forçada. Nenhum paciente gostaria de perceber que seu terapeuta, no consultório, obedece a formas estabelecidas, sem construir e propor seu próprio espaço.
  2. O setting não é condição ne garantia de nada, uma terapia não acontece pela posição em que estão alocados terapeuta e paciente, e sim pela troca de palavras.
  3. Um paciente deitado a tempos pode decidir querer falar algo olho no olho.
  4. Deve haver uma flexibilidade, essa rigidez em manter e impor o setting prescrito por sua condição pode vir a atrapalhar na possível analise quando as coisas mudarem em algum tempo.

        Desta forma, podemos perceber que das regras estabelecidas por Freud para orientar os psicanalistas nas técnicas de análise, cabem ainda infinitas “regrinhas” que se aplicadas no decorrer do tratamento fazem a diferenças na hora de colocar em prática a teoria. São questões práticas para aplicação da técnica.

  1. A primeira quase ninguém mais usa, ele pede para que o paciente evite toma decisões cruciais ou irreversíveis na condução de sua vida, durante o tratamento, isso porque o tratamento agita fortes emoções que podem sofrer impactos repentinamente, além disso as melhores decisões seriam tomadas no final da terapia quando as motivações e os conflitos já estariam em cima da mesa. A regra é sabia, mas encontra dois problemas:
  1. Hoje as curas tendem a durar muito tempo, e solicitar ao paciente que suspenda sua vida durante anos parece impossível e injusto.
  2. É frequente que as pessoas recorram ao um terapeuta para tomar uma divisão difícil, esse tipo de paciente se sente paralisado pela incerteza, e devemos ajuda-lo a ter um posicionamento e não pedir que se engaje a não decidir nada.
  1. A segunda regra é injustamente esquecida, ela pede ao paciente não falar com seus familiares, amigos e colegas sobre sua terapia. Há pelo menos duas razoes que justifica o uso dessa regra:
  1. Muitos podem hostilizar a cura do paciente porque receiam, e com razão, que o tratamento modifique a relação que o paciente mantem com eles, como cada relação é um encaixe em que convivem, mais ou menos harmoniosamente as neuroses de todos os interessados, mexer em um deles pode atrapalhar a vida de todos.
  2. A outra razão é mais direcionada aos casais, que geralmente enfrentam uma crise e cada um espera que o outro mude um pouco graças a terapia.

        No que se refere as entrevistas preliminares, as primeiras perguntas, durante os primeiros encontros com o paciente a contar sua história, suas dores, e assim construir um primeiro esboço do problema, se colocar à disposição para auxiliar o paciente, e construir uma aliança com ele, uma aliança diferente, é possível ser um aliado do desejo do paciente contra as razões pelas quais ele se impede de desejar. O que importa é de onde vem a sensação de aliança, ela depende de alguma similitude de história, sintoma ou fantasia. O paciente não é indiferente às vozes dos pacientes.

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