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Gerenciamento de Riscos - Acidentes na construção civil

Por:   •  18/7/2016  •  Artigo  •  5.753 Palavras (24 Páginas)  •  662 Visualizações

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  1. Gerenciamento de riscos: acidentes na construção civil

Gabriella Batista Resende – gabriella.bresende@gmail.com 

Gestão de Projetos em Engenharia e Arquitetura

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Goiânia, GO, 13 de janeiro de 2016  

Resumo

A Indústria da Construção Civil é uma atividade econômica que envolve tradicionais estruturas sociais, culturais e políticas. É nacionalmente caracterizada por apresentar um elevado índice de acidentes de trabalho. Esse perfil pode ser traduzido como gerador de inúmeras perdas de recursos humanos e financeiros no setor.

As condições reais dos canteiros de obra já se configuram como riscos. Estes riscos são agravados pelas variações nos métodos de trabalho realizados pelos operários, em função de situações não previstas, mas que, na realidade, são uma constante no trabalho, pois, não existem procedimentos de execução formalizados na maioria das empresas. O que existem, no máximo, são instruções verbais. Muitas vezes os próprios trabalhadores fazem a regulação desses procedimentos, por ações informais ou não usuais, o que põe em dúvida a confiabilidade do sistema, resultando em riscos de acidentes. A confiabilidade técnica, a organização do trabalho e a qualificação da mão-de-obra também devem ser aspectos considerados. Um trabalhador instruído tem muito mais facilidade de captar as informações concedidas em um treinamento, inclusive aquelas que se destinam ao esclarecimento das normas de segurança do trabalho. Este trabalhador não estará sujeito a acidentes de trabalho tão facilmente quanto aquele que é carente de tal recurso, desde que exerça  todo o treinamento que lhe foi dado. Um dos fatores que influencia ainda esta questão é a alta rotatividade do setor.

O objeto de estudo será direcionado ao gerenciamento de riscos de acidentes na construção civil, cujo os objetivos gerais são de aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e reduzir a probabilidade e o impacto dos eventos negativos no projeto. O objetivo específico deste artigo é  identificar os riscos na construção civil, suas fontes de emissões e as consequências à saúde dos trabalhadores. Após esta identificação, deverá análisar  os riscos com as suas respectivas medidas preventivas.

Nota-se que as empresas que aplicam o gerenciamento de riscos minimizam os acidentes de trabalho, os desperdícios de matérias, os custos e o tempo de entrega das obras, por isso houve uma necessidade em executar este tipo de gerenciamento  neste setor.

Palavras-chave: Gerenciamento de Riscos, Construção Civil, Acidentes de Trabalho.

1. Introdução

A Indústria da Construção (IC) é um segmento importante da economia por gerar grande volume de riquezas e empregos para todas as classes sociais, especialmente para os mais pobres. O Brasil vem vivendo, recentemente, um momento singular da história da IC. São recordes os índices de crescimento atuais em consideração às duas últimas décadas. Isto é, em grande parte, o reflexo do desenvolvimento econômico e social recente, que, além do crescimento da produção, incluiu no mercado consumidor grande parcela de brasileiros. Os investimentos em obras governamentais do Programa de Aceleração do Crescimento, PAC, e a acentuada expansão do crédito imobiliário permitiram um expressivo impacto na habitação, em todas as regiões do país. Ainda em 2010, o PIB da IC no Brasil representava 5,1%, com um crescimento anual estimado em 6,6%. De acordo com dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o setor contava então com mais de 2,6 milhões de trabalhadores formais, cerca de 7,1% de todos os empregos formais no país (CBIC, 2011). A participação da IC na economia é ainda maior se for considerada a sua cadeia produtiva, que envolve a produção de materiais de construção, de máquinas e equipamentos, serviços, e o comércio de materiais, expandindo consideravelmente o impacto social e econômico desta atividade econômica. A capacidade de absorver trabalhadores de todos os segmentos sociais fica demonstrada no grau de escolaridade dos empregados na IC. Em 2007, entre os trabalhadores com contrato de trabalho formal da IC, 1,1% eram analfabetos, 44,6% não haviam concluído o ensino fundamental, e apenas 4,2% tinham nível superior (SESI, 2009). Isto se refletia no perfil de salários: 3,7% recebia até um salário mínimo (SM), e cerca de 2/3 dos trabalhadores ganhavam até três SM. Trabalhadores da IC também são comumente jovens. Aproximadamente 16,1% tinham idade abaixo de 25 anos, e a maior parte tinha entre 30 e 39 anos de idade (29,8%). Apenas 1/5 desses trabalhadores trabalhavam em empresas de grande porte, ficando a maioria em indústrias de micro e pequeno porte (51,0%).

Do ponto de vista regional, a IC se concentra na região Sudeste que detém 53,5% dos trabalhadores, com grande parte no estado de São Paulo, onde se localiza quase a metade dos trabalhadores formais do país. A importância social da IC na absorção de trabalhadores pobres é revelada na meta de qualificação ocupacional para a construção, de 145.000 participantes do Programa Bolsa Família, abrangendo 16 estados e DF (Destaques maio/junho, 2010).

A Indústria da Construção é um dos ramos de atividade mais antigos do mundo, em que desde quando o homem vivia em cavernas até os dias de hoje passou por um grande processo de transformação, seja na área de projetos, de materiais, de equipamentos, seja na área de pessoal (SAMPAIO, 1998).

 Nos últimos 200 anos grandes obras foram construídas, com construções que atualmente são símbolos de muitas cidades e países, as quais se sobressaem pela beleza, pelo tamanho, pelo custo, pela dificuldade de construção, como também pelo arrojo do projeto (SAMPAIO, 1998a).

A construção civil representa um dos segmentos empresariais de maior absorção de mão-de-obra e forte poder econômico que gera grande oportunidade de emprego. Com característica de não continuidade do processo industrial, pois a cada obra as equipes são mobilizadas e desmobilizadas, e sofrendo com a pouca profissionalização da sua mão-de-obra, a integridade física do trabalhador e a continuidade ao trabalho de prevenção de acidentes na construção civil é um desafio, e o processo de transformação cultural para empresários, trabalhadores e entidades envolvidas devem ser sistematicamente incorporados no cotidiano das pessoas e das instituições e ao processo produtivo da Construção Civil (SINDUSCON/SEBRAE, 2003 apud GONÇALVES, 2006).

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