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Gestão De Pessoas

Casos: Gestão De Pessoas. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  21/10/2014  •  6.928 Palavras (28 Páginas)  •  1.333 Visualizações

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Ana Lúcia da Rocha Silva

Gestão de Pessoas

Revisada por Marcileide Muniz Cavalcante (setembro/2012)

APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Gestão de Pessoas, parte

integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo

que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma

apresentação do conteúdo básico da disciplina.

A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidisciplinares,

como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,

a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,

bem como acesso a redes de informação e documentação.

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suplemento

que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para

uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

Unisa Digital

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5

1 O PAPEL DAS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO....................................................................... 7

1.1 As Pessoas como Parceiras da Organização...........................................................................................................8

1.2 As Pessoas como Recursos ou Parceiras da Organização.................................................................................9

1.3 A Importância da Administração na Gestão de Pessoas................................................................................10

1.4 Eficiência e Eficácia da Organização e Gestão de Pessoas.............................................................................11

1.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................12

1.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................12

2 INTEGRAÇÃO ORGANIZACIONAL NA GESTÃO DE PESSOAS............................... 13

2.1 A Comunicação na Organização..............................................................................................................................15

2.2 A Motivação na Organização....................................................................................................................................18

2.3 Gerenciamento das Mudanças e os Paradigmas...............................................................................................22

2.4 A Gerência e Liderança na Organização...............................................................................................................25

2.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................31

2.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................31

3 FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE PESSOAS........................................................................ 33

3.1 Gestão de Pessoas como Responsabilidade de Linha e Função de Staff.................................................34

3.2 Moderna Gestão de Pessoas.....................................................................................................................................36

3.3 Os Desafios da Moderna Gestão de Pessoas.......................................................................................................37

3.4 A Nova Orientação de GP em Plena Era da Informação.................................................................................39

3.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................42

3.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................42

4 AGREGAR PESSOAS - 1º PROCESSO DA GESTÃO DE PESSOAS.......................... 43

4.1 Agregar Pessoas x Mercado de Trabalho..............................................................................................................44

4.2 Conceito de Recrutamento de Pessoas.................................................................................................................47

4.3 Conceito de Seleção de Pessoal...............................................................................................................................50

4.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................52

4.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................52

5 APLICAR PESSOAS - 2º PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS.............................. 53

5.1 Modelagem de Cargos................................................................................................................................................54

5.2 Avaliação do Desempenho Humano.....................................................................................................................56

5.3 Benefícios da Avaliação do Desempenho............................................................................................................57

5.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................58

5.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................58

6 RECOMPENSANDO PESSOAS - 3º PROCESSO DA GESTÃO DE PESSOAS............... 59

6.1 Remuneração e Competências................................................................................................................................60

6.2 Programas de Incentivos e Benefícios...................................................................................................................62

6.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................63

6.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................64

SUMÁRIO

7 DESENVOLVENDO PESSOAS - 4º PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS................. 65

7.1 Processo de Treinamento e Desenvolvimento...................................................................................................65

7.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................68

7.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................68

8 MANTENDO PESSOAS - 5º PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS..................... 69

8.1 Higiene, Seguridade e Qualidade de Vida...........................................................................................................69

8.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................70

8.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................70

9 MONITORANDO PESSOAS - 6º PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS............ 71

9.1 Banco de Dados e Sistemas de Informação de Gestão Pessoas .................................................................71

9.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................72

9.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................72

10 PROJETO DE INTERVENÇÃO NA GESTÃO DE PESSOAS......................................... 73

10.1 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................78

10.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................78

11 GESTÃO DE PESSOAS NO CENÁRIO DE COMPETÊNCIAS..................................... 79

11.1 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................82

11.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................82

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 83

REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 87

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5

Caro(a) aluno(a),

As organizações são verdadeiros seres vivos. Quando elas são bem-sucedidas, tendem a crescer ou,

no mínimo, a sobreviver. O crescimento acarreta maior complexidade dos recursos necessários às suas

operações, com o aumento de capital, incremento de tecnologia, atividades de apoio etc. Então, provoca

o aumento do número de pessoas, bem como a necessidade de intensificar a aplicação de seus conhecimentos,

habilidades e destrezas, indispensáveis à manutenção e competitividade do negócio.

Para assegurar que os recursos materiais, financeiros e tecnológicos sejam utilizados com eficiência

e eficácia, as pessoas passam a significar o diferencial competitivo que mantém e promove o sucesso

organizacional: elas passam a constituir a competência básica da organização, a sua principal vantagem

competitiva em um mundo globalizado, instável, mutável e de forte concorrência.

A gestão de pessoas é formada por pessoas e organizações. As pessoas passam boa parte de suas

vidas trabalhando dentro de organizações

e estas dependem daquelas para poderem funcionar e alcançar sucesso. De um lado, o trabalho

toma consideravelmente tempo das vidas e dos esforços das pessoas, que dele dependem para a

subsistência e sucesso pessoal. Separar o trabalho da existência das pessoas é muito difícil, senão

quase impossível, diante da importância e do impacto que o trabalho nelas provoca. Assim as pessoas

dependem das organizações nas quais trabalham para atingir seus objetivos pessoais e individuais.

Crescer na vida e ser bem-sucedido depende de crescer dentro das organizações. (CHIAVENATO,

2008, p. 4).

As pessoas constituem o mais importante ativo das organizações. O contexto da gestão de pessoas

é representado pela íntima interdependência das organizações e das pessoas. Tanto as organizações

como as pessoas variam intensamente. O relacionamento entre ambos, antes considerado conflitivo,

hoje é baseado na solução do tipo ganha-ganha. Cada uma das partes tem o seu objetivo. (CHIAVENATO,

2004, p. 29).

É neste rumo que se apresentarão os caminhos e o mais diverso entendimento da Gestão de Pessoas

hoje no meio empresarial.

Nesse sentido, esta apostila tem como objetivo identificar os processos de Gestão de Pessoas e

suas características. Conhecer a Gestão de Pessoas para o negócio da empresa e correlacionar as técnicas

de mudanças operacionais e estratégicas em recursos humanos. Entender e interpretar os dados e informações

de Gestão de Pessoas que irão subsidiar a tomada de decisão e o desenvolvimento de novos

modelos e tecnologias na gestão organizacional.

INTRODUÇÃO

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7

Em um meio empresarial cada vez mais competitivo,

uma área está agitada mais do que nunca:

a de Recursos humanos (RH). A maioria das empresas

está mudando seu RH. Uma onda de mudanças

está ocorrendo na área. E qual a razão? Simples: a

valorização do RH – ele está se tornando um parceiro

nos negócios e engajado com as outras áreas

da empresa. Em outros termos: está virando um RH

estratégico.

E o que isso significa? Um RH que não lida somente

com assuntos de pessoas, mas que influencia

os próprios negócios da empresa na busca de

resultados. Esse novo papel do RH traz em seu modelo

um novo papel das pessoas e, sobretudo, um

novo papel da empresa. É o que veremos a seguir.

Cada organização tem uma ideologia própria

a respeito do papel das pessoas na atividade organizacional.

A denominação dada às pessoas pode

refletir no papel que a organização confere a elas.

No Quadro 1, é possível visualizar os objetivos

organizacionais e os individuais das pessoas.

Quadro 1 – Objetivos organizacionais x objetivos individuais.

Fonte: Chiavenato (2008, p. 6).

A Gestão de Pessoas (GP) é uma área muito

sensível à mentalidade que predomina

nas organizações. Ela é extremamente

contingencial e situacional, pois depende

de vários aspectos como, por exemplo, da

cultura que existe em cada organização,

da estrutura organizacional adotada, das

características do contexto ambiental, do

negócio da organização, da tecnologia

utilizada, dos processos internos, do estilo

de Gestão utilizado e de uma infinidade de

outras variáveis importantes. (CHIAVENATO,

2008, p. 8).

Objetivos Organizacionais Objetivos Individuais

• Sobrevivência;

• Crescimento sustentado;

• Lucratividade;

• Produtividade;

• Qualidade nos Produtos/

Serviços;

• Redução de Custos;

• Participação no Mercado;

• Novos Mercados;

• Novos Clientes;

• Competitividade;

• Imagem no Mercado.

• Melhores Salários;

• Melhores Benefícios;

• Estabilidade no Emprego;

• Segurança no Trabalho;

• Qualidade de Vida no

Trabalho;

• Satisfação no Trabalho;

• Consideração e Respeito;

• Oportunidades de

Crescimento;

• Liberdade para Trabalhar;

• Liderança Liberal;

• Orgulho da Organização.

O PAPEL DAS PESSOAS NA

ORGANIZAÇÃO 1

Ana Lúcia da Rocha Silva

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8

Quadro 2 – Os parceiros da organização.

Nos tempos atuais, as organizações estão

ampliando a sua visão e atuação estratégica. Todo

o processo produtivo só se realiza com a participação

conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo

com algum recurso. Os clientes, parceiros

e consumidores contribuem para a organização,

adquirindo seus bens ou serviços colocados no

mercado.

“Cada um dos parceiros da organização contribui

com algo na expectativa de obter um retorno

pela sua contribuição.” (CHIAVENATO, 2008, p. 7).

Veja, abaixo, a representação dos parceiros

da organização.

1.1 As Pessoas como Parceiras da Organização

Atenção

O parceiro mais íntimo da organização é

o colaborador, pois é ele que está dentro

dela e que lhe dá vida e dinamismo

com seus conhecimentos, capacidades e

habilidades, proporcionando decisões e

ações para resultados na organização.

Essa visão das pessoas como parceiras da

organização contribuiu muito para a visão estratégica

de Gestão de Pessoas na atuação de resultados

melhores e satisfatórios no investimento

empresarial.

Fonte: Chiavenato (2008, p. 7).

Parceiros Contribuem com: Esperam retornos de:

Acionistas e Investidores Capital de risco,

investimentos.

Lucros e dividendos, valor

agregado.

Colaboradores

Trabalho, esforço,

conhecimentos e

competências.

Salários, benefícios,

retribuições e satisfações.

Fornecedores Matérias-primas, serviços,

insumos básicos, tecnologia. Lucros e novos negócios.

Clientes e Consumidores Compras e aquisição dos bens

e serviços.

Qualidade, preço, satisfação,

valor agregado.

Gestão de Pessoas

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9

As pessoas como recursos precisam ser administradas,

o que envolve planejamento, organização,

direção e controle de suas atividades, já que

passam, nesse caso, a ser consideradas sujeitos

passivos da ação organizacional, parte do patrimônio

físico na contabilidade da organização.

As pessoas como parceiras são fornecedoras

de conhecimentos, habilidades, competências e,

sobretudo, o mais importante, de inteligência, que

proporciona decisões racionais e dá significado e

rumo aos objetivos globais da organização.

Quadro 3 – Pessoas como recursos e como parceiras.

Então, o parceiro da organização é quem

deve ser privilegiado, pois está dentro do entendimento

das parcerias do negócio da empresa. É

quem domina o grupo de interesses que atua interna

e externamente na organização, utilizando

gestão do conhecimento, ética na responsabilidade,

equipes, metas negociadas e compartilhadas,

além de resultados com inteligência e talentos.

1.2 As Pessoas como Recursos ou Parceiras da Organização

Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiras

• Empregados isolados nos cargos.

• Horário rigidamente estabelecido.

• Preocupação com normas e

regras.

• Subordinação ao chefe.

• Fidelidade à organização.

• Dependência da chefia.

• Alienação em relação à

organização.

• Ênfase na especialização.

• Executoras de tarefas.

• Ênfase nas destrezas manuais.

• Mão de obra.

• Colaboradores agrupados em

equipes.

• Metas negociadas e compartilhadas.

• Preocupação com resultados.

• Atendimento e satisfação do cliente.

• Vinculação à missão e à visão.

• Interdependência entre colegas e

equipes.

• Participação e comprometimento.

• Ênfase na ética e na

responsabilidade.

• Ênfase no conhecimento.

• Inteligência e talento.

Fonte: Chiavenato (2008, p. 9).

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10

O papel da Administração para a Gestão de

Pessoas tem como definição o ato de trabalhar

com e através de pessoas para realizar os objetivos

tanto da organização quanto de seus membros.

Segundo Chiavenato (1983, p. 6):

A palavra Administração vem do latim ad

(direção para, tendência para) e minister

(subordinação ou obediência), e significa

aquele que realiza uma função abaixo do

comando de outrem, isto é, aquele que

presta um serviço a outro. No entanto, a

palavra Administração sofreu uma radical

transformação no seu significado original.

A tarefa atual da Administração é a

de interpretar os objetivos propostos pela

organização e transformá-los em ação

organizacional [...], a fim de alcançar tais

objetivos de maneira mais adequada à situação.

Ou seja, o ato de administrar nada mais é do

que a maneira de guiar a organização para atingir

seus objetivos, empregando de maneira adequada

os recursos existentes, de acordo com as situações

que se apresentam na rotina diária a ser administrada.

Ao longo do último século surgiram inúmeras

correntes sobre Administração, todas com diferentes

abordagens sobre o tema. É a respeito dessas

abordagens que passaremos a discorrer, a fim

de termos uma visão ampla e crítica do que seja

Administração, de forma que fortaleça o histórico

da Administração na visão da Gestão de Pessoas.

Assim, a Administração demonstra o processo

de tomar e colocar em prática as decisões sobre

objetivos e utilização de recursos. Uma estratégia

para a visão da Gestão de Pessoas, que é de fundamental

importância, são os níveis estratégicos da

Administração que podem ser classificados como:

a) Estratégico: corresponde à alta administração,

pois determinam os objetivos de

médio e longo prazo, bem como a direção

da organização como um todo;

b) Tático: corresponde à média administração,

pois coordena e decide quais produtos

ou serviços serão produzidos. Corresponde

à supervisão, pois coordena a

execução das tarefas de todo o pessoal

operacional;

c) Operacional: os trabalhadores de linha

de frente que não têm posição gerencial.

Estes se reportam aos que estão no nível

tático e estratégico e são responsáveis

pela execução das tarefas básicas.

Ainda nas estratégias para a Gestão de Pessoas,

se entende um conceito que a integra e contribui

para uma visão ampla da administração empresarial,

são as habilidades administrativas.

Saiba mais

Na Administração existem três conceitos

importantes:

• Objetivos: onde está e onde quer estar

amanhã (curto prazo), daqui a algum

tempo (médio prazo) e no futuro

(longo prazo);

• Decisões: capacidade de resolver, ato

que determinará os rumos de um fato

ou resultado final, opção por dada

estratégia em detrimento às diversas

outras disponíveis;

• Recursos: ter condições para, meios

que se podem dispor, bens materiais,

posses, riquezas, aptidões naturais.

1.3 A Importância da Administração na Gestão de Pessoas

Gestão de Pessoas

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11

Figura 1 – Habilidades administrativas.

a) Habilidades Conceituais: são as relacionadas

à capacidade de ver a empresa de

maneira total – visão holística. Consiste,

ainda, na capacidade de compreender as

complexidades da organização, de modo

global e amplo, com todas as suas inter-

-relações, e promover a integração e sinergia

dos participantes da organização.

b) Habilidades Técnicas: são aquelas relacionadas

ao desempenho das funções

ou trabalhos especializados dentro da organização.

Consistem no conhecimento,

métodos técnicos e equipamentos para a

realização de tarefas específicas. Deve-se

sempre estar preparado para multiplicar

a forma de execução das tarefas através

do conhecimento e domínio das técnicas;

c) Habilidades Humanas: são aquelas ligas

ao relacionamento interpessoal, com

a flexibilidade, com a capacidade de resolução

de conflitos, com o tratamento

com pessoas. Consiste na capacidade e

discernimento para trabalhar com pessoas,

compreendendo suas atitudes e

motivações, exercendo a liderança.

Dessa forma, podemos concluir que nem todos

os níveis administrativos devem ser de forma

igualitária às habilidades técnicas e conceituais.

Já a habilidade humana deve estar presente com

igual teor de importância a todos os níveis administrativos

(como vimos na Figura 1), o que apresenta

e demonstra uma forte demanda para a Gestão

de Pessoas.

Os profissionais da atualidade têm um desafio

constante no dia a dia profissional. Além da expectativa

de que estejam sempre atualizados, que

sejam flexíveis, que saibam tomar decisões em prol

dos objetivos e que aloquem os recursos de forma

inteligente, estes deverão sempre ser eficientes e

eficazes.

Maximiano (2006, p. 5) comenta sobre o

tema de eficácia e ressalta que “não só uma, mas

duas são as palavras a serem usadas para indicar

que uma organização tem desempenho de acordo

com as expectativas dos usuários e das pessoas

que mobilizaram os recursos: eficiência e eficácia.”

Nesse contexto, as respectivas definições são:

1.4 Eficiência e Eficácia da Organização e Gestão de Pessoas

Alta

Administração

Conceituais

Humanas

Técnicas

Média

Administração

Administração

Operacional

Fonte: Chiavenato (1983, p. 20).

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12

ƒƒEFICIÊNCIA: está relacionada com a ação,

aquilo que é feito. É operar de modo que

os recursos sejam mais adequadamente

utilizados;

ƒƒEFICÁCIA: é o resultado em si. Significa

fazer as coisas certas, do modo certo, no

tempo certo.

Quadro 4 – Elementos diferenciais entre eficiência e eficácia.

EFICIÊNCIA EFICÁCIA

Ênfase nos meios. Ênfase nos resultados.

Realização de tarefas. Consecução dos objetivos.

Resolução de problemas. Acerto na solução proposta.

Treinamento de funcionários. Operações realizadas corretamente.

1.5 Resumo do Capítulo

Dessa forma podemos afirmar que: “Não basta ser eficiente, é necessário ser eficaz”, este é um desafio

para a Gestão de Pessoas. Complementando esses dois “Es”, é preciso manter a efetividade, ou seja,

ser constante nos resultados, objetivos e soluções corretas. Concluímos que as pessoas nas organizações

são parceiras e devem atuar de forma que utilizem todos os recursos e as técnicas da Administração para

obter os melhores resultados como profissionais.

1.6 Atividades Propostas

1. Em relação ao papel das pessoas na organização, cite dois objetivos organizacionais e dois

individuais.

2. Na administração, para a visão da gestão de pessoas existem três níveis de classificação estratégica,

quais são eles?

3. Quanto aos elementos eficiência e eficácia na organização, a ênfase nos resultados se entende

por qual desses dois elementos?

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13

Prezado(a) aluno(a),

O “chefe de pessoal” do início do século XIX tinha

em comum, tanto na Itália quanto nos Estados

Unidos e no Brasil, as mesmas características que

o definiram por muitos anos: um sujeito inflexível,

seguidor das leis e dono de uma frieza incalculável

na hora de demitir alguém.

Dessa forma, ser enviado ao departamento

de pessoal foi, por muitos anos, sinônimo

de estar sendo chamado para receber o bilhete

azul. Por muitos anos os funcionários

tiveram esse sentimento, e, talvez, em muitas

empresas ainda hoje persista. No Brasil,

com certeza. (MARRAS, 2000, p. 21).

Com base nessa visão de Marras (2000), podemos

afirmar que as empresas de grande porte,

ao longo do período, trabalharam no investimento

de pesquisas e estudos acadêmicos, o que resultou

em mudanças produtivas das organizações; e,

ainda, estudos observados no campo da Psicologia

Organizacional, Sociologia no Trabalho e Comportamento

do Homem possibilitaram mudanças e

uma melhor atuação profissional e empresarial.

Segue apresentação das definições, no Quadro

5.

Quadro 5 – As três etapas das organizações, no decorrer do século XX.

Eras: Era da Industrialização

Clássica

Era da Industrialização

Neoclássica Era da Informação

Períodos 1900-1950 1950-1990 Após 1990

Estrutura

Organizacional

Predominante

Burocrática, funcional,

piramidal, centralizadora,

rígida e inflexível. Ênfase nos

órgãos.

Mista, matricial, com ênfase

na departamentalização

por produtos ou serviços

ou unidades estratégicas de

negócios.

Fluida, ágil e flexível,

totalmente descentralizada.

Ênfase nas redes de

equipes multifuncionais.

Cultura

Organizacional

Predominante

Teoria X. Foco no passado, nas

tradições e nos valores conservadores.

Ênfase na manutenção

do statu quo. Valor à

tradição e experiência.

Transição. Foco no presente

e no atual. Ênfase na adaptação

ao ambiente. Valor à

renovação e revitalização.

Teoria Y. Foco no futuro

e no destino. Ênfase na

mudança e na inovação.

Valor ao conhecimento e

criatividade.

Ambiente

Organizacional

Estático, previsível, poucas e

gradativas mudanças. Poucos

desafios ambientais.

Intensificação e aceleração

das mudanças ambientais.

Mutável, imprevisível,

turbulento, com grandes

e intensas mudanças.

Modos de lidar com

as pessoas

Pessoas como fatores de

produtos inertes e estáticos.

Ênfase nas regras e controles

rígidos para regular as pessoas.

Pessoas como recursos organizacionais

que devem

ser administrados. Ênfase

nos objetivos organizacionais

para dirigir as pessoas.

Pessoas como seres humanos

proativos e inteligentes

que devem ser

impulsionados. Ênfase na

liberdade e no comprometimento

para motivar

as pessoas.

Administração das

Pessoas

Relações Industriais. Administração de Recursos

Humanos. Gestão de Pessoas.

Fonte: Chiavenato (2008, p. 40).

INTEGRAÇÃO ORGANIZACIONAL NA

GESTÃO DE PESSOAS 2

Ana Lúcia da Rocha Silva

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14

Essas três etapas importantes servem como

uma base histórica para o melhor entendimento

entre as eras e períodos, quanto:

ƒƒà estrutura organizacional;

ƒƒà cultura organizacional predominante;

ƒƒao ambiente organizacional;

ƒƒaos modos de lidar com as pessoas;

ƒƒà administração de pessoas.

Dentro dessas definições das organizações,

podemos caminhar para a visão global da Administração,

seja no setor privado ou público, nas

organizações sem fins lucrativos e também para a

vida dos profissionais. Cabe uma compreensão estratégica

das melhores ações e iniciativas em prol

do direcionamento de recursos para o alcance dos

objetivos a curto, médio e longo prazo.

Uma administração de excelência pode

transformar a história das empresas, tornando-as

competitivas e lucrativas frente ao mundo globalizado.

A Administração é o campo de atividades

profissionais que afeta a todas as áreas e setores,

bem como o dia a dia de todas as profissões e atividades

existentes, uma vez que todas elas devem

ser administradas, em especial a Gestão de Pessoas

que atua em todas as áreas da empresa. Segundo

Drucker (1995, p. 673):

A pergunta a ser feita não é ‘O que é alta

administração?’, mas sim ‘Quais são as coisas

específicas a serem feitas nessa empresa

que são de crucial importância para o

sucesso e sobrevivência da empresa e que

podem ser feitas somente pela administração

de alto nível? Quais são as coisas específicas

que podem ser feitas somente por

gente que vê a empresa como um todo;

que pode avaliar as necessidades atuais

da empresa em relação às necessidades

futuras; e que pode tomar decisões finais

eficazes?’.

Esses desafios incluem uma crescente competição

global, acirrada pelo desenvolvimento de

novas tecnologias, uma demanda por qualidade e

valor agregado, bem como uma pressão diária da

necessidade de mudança. Segundo Chiavenato

(1983, p. 545):

Assim, diferentes ambientes requerem

diferentes relações organizacionais para

uma eficácia ótima. Torna-se necessário

um modelo apropriado para cada situação

dada. Por outro lado, diferentes tecnologias

conduzem a diferentes desenhos organizacionais.

Variações no ambiente ou

na tecnologia conduzem a variações na

estrutura organizacional.

Essa adaptação por parte dos administradores

deve ocorrer através do conhecimento, da atualização

constante, de uma grande e eficiente rede

de relacionamento, do saber lidar com pessoas, da

capacidade de aceitar as mudanças, ser flexíveis,

proativos e centrados na qualidade de tudo o que

fazem.

Atenção

Os administradores e gestores de hoje

devem estar preparados e aptos ao se

confrontarem com os desafios que os predecessores

da Administração jamais poderiam

supor que surgiriam e que teriam de

enfrentar.

Gestão de Pessoas

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15

A comunicação na empresa é um instrumento

de gestão que tem como base a reciprocidade,

devendo, por isso, refletir a via dupla da informação,

em dois sentidos: vertical e horizontal, que

exprimem a vontade consciente de todos. A comunicação

é o processo pelo qual uma pessoa ou

grupo transmite suas ideias e sentimentos a outro

indivíduo ou grupo e recebe em troca ideias e sentimentos.

A comunicação é um processo segundo o

qual um emissor transmite uma informação a um

receptor. É uma relação inter-humana segundo a

qual dois ou mais interlocutores conseguem se entender.

Assim sendo, a comunicação supõe o diálogo,

que por sua vez implica a cada um dos interlocutores

a aceitação do outro como pessoa autônoma.

A comunicação ocorre através de elementos

imprescindíveis: emissor e receptor, ambos

podem facilitar ou dificultar a nossa comunicação

em todas as instâncias da vida e com todos os grupos

com os quais convivemos, tanto pessoalmente

quanto profissionalmente:

ƒƒEmissor: é quem emite a comunicação

(a mensagem) servindo-se, para isso, de

um código qualquer;

ƒƒReceptor: é quem recebe a comunicação

(a mensagem), ou seja, quem decodifica.

2.1 A Comunicação na Organização

Figura 2 – Processo de comunicação.

Fonte: Chiavenato (2004).

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16

No processo de comunicação, quando não

é eficaz, em muitas situações pode ocorrer o ruído,

que se entende como fatores que complicam

ou atrapalham a recepção da mensagem emitida

pelo emissor, dificultando ou impossibilitando a

comunicação.

Falhas provocadas pelo emissor:

ƒƒNão explicita os objetivos;

ƒƒNão estimula a atenção para o fim;

ƒƒNão utiliza um meio de comunicação

(CANAL) adequado;

ƒƒUtiliza uma linguagem e vocabulário inacessíveis

ao receptor.

Falhas provocadas pelo receptor:

ƒƒ“Triagem” das mensagens recebidas: só

recebe o que lhe convém;

ƒƒNão solicita esclarecimentos sobre o assunto

em pauta: percepção seletiva;

ƒƒDistorções e alterações deliberadas influenciando

(ruídos);

ƒƒFormação de julgamentos e preconceitos

sobre o EMISSOR.

O processo de comunicação é sistêmico,

pois cada etapa constitui um subsistema

ou parte integrante do conjunto. A influência

em qualquer subsistema afeta o

funcionamento do sistema todo. Na prática,

a comunicação deve ser considerada

como um processo bidirecional para que

seja eficaz. (CHIAVENATO, 2004, p. 129).

“Os problemas de comunicação são importantes

a um desempenho eficaz do grupo. Eles refletem

nossa própria falibilidade e o grau de nossas

carências sempre que atuamos com outras pessoas.”

(MINICUCCI, 1992, p. 166).

“O gerenciamento de equipes, o desenvolvimento,

a motivação, o planejamento de trabalho,

empowerment e liderança são tarefas organizacionais

que exigem atividades de comunicação.”

(CHIAVENATO, 2004, p. 53).

Saiba mais

Como tornar um processo de comunicação

mais eficaz:

• Não estabelecer julgamentos e avaliações

prévios: Não tirar conclusões precipitadas.

• Desenvolver a capacidade de escuta.

• É importante não somente ser compreendido,

mas também procurar compreender.

• “Escutar é ouvir com atenção”.

• Solicitar maior número de esclarecimentos

possíveis: Fazer perguntas com

o objetivo de verificar se os outros também

nos entendem.

• Elaborar mensagens de forma objetiva,

clara e compreensiva, pensando na pessoa

que irá recebê-la e evitando interrupções

no discurso, tendem a chegar

ao seu receptor de maneira mais fidedigna.

(MINICUCCI, 1992).

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17

Fonte: Chiavenato (2004).

Falar e Escrever: Semelhanças e Diferenças

A diferença básica decorre da existência de

muitos recursos auxiliares utilizados para falar e

que não podemos usar para escrever: observe uma

pessoa que esteja falando. Ela não utiliza só palavras,

mas também as mãos, a expressão do rosto a

entonação da voz. Dessa forma, a comunicação falada

pode ser mais fluente, mais viva e, em muitos

casos, muito mais clara.

A comunicação verbal é mais do que simplesmente

palavras faladas.

Para termos uma comunicação perfeita, temos

que ter em mente indicadores, conforme a representação

a seguir.

• Entrevistas.

• Condução de reuniões.

• Conversas formais e informais.

• Redação de cartas e memorandos.

• Elaboração de relatórios escritos.

• Contatos com subordinados.

• Contatos com clientes.

• Contato com fornecedores.

• Internet, e-mails, chats.

• Desenvolvimentos e Workshops.

Atividades Relacionadas

co m a Comunica ção

Dentro do conceito da comunicação verbal, temos:

COMUNICAÇÃO VERBAL

Oral: Falar

Escrita: Escrever

Ana Lúcia da Rocha Silva

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18

Figura 3 – Fatores envolvido na comunicação oral.

Comunicação Não Verbal

A comunicação não se dá apenas por palavras.

Os movimentos faciais, corporais, gestos,

olhares, apresentação e símbolos também “falam”.

Os elementos não verbais são de grande importância

na transmissão da mensagem. A comunicação

não verbal (todas as suas formas de apresentação)

assume cada vez mais um papel importante

e de sucesso na vida das pessoas e das empresas.

2.2 A Motivação na Organização

Caro(a) aluno(a),

Os conceitos de motivação foram consagrados

por grandes gurus e renomados autores, como

Hersey e Blanchard (1986), que apresentam sua

percepção a respeito das situações motivadoras

cotidianas reforçando que os objetivos das pessoas

se voltam para sua consecução. Apresentam, ainda,

uma comparação entre as teorias de Maslow e

de Herzberg que veremos a seguir:

[…] Maslow é útil para a identificação das

necessidades ou motivos, e Herzberg fornece

idéias sobre as metas e incentivos que

satisfazem a essas necessidades. Assim,

numa situação motivadora, se soubermos

quais são as necessidades de alta intensidade

(Maslow) dos indivíduos que desejamos

influenciar, deveremos ser capazes

de determinar os objetivos (Herzberg) que

devem ser colocados no ambiente para

motivar tais indivíduos. Ao mesmo tempo,

quando sabemos que objetivos essas pessoas

querem satisfazer, também sabemos

quais são as suas necessidades de alta intensidade.

Isso é possível porque se verificou

que o dinheiro e os benefícios tendem

a satisfazer às necessidades nos níveis: fisiológico

e de segurança; as relações interpessoais

e a supervisão são exemplos de

fatores de higiene que tendem a atender

às necessidades sociais; maior responsabilidade,

trabalho desafiante, crescimen-

COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

Gestos

Olhares

Símbolos

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19

to e desenvolvimento são motivadores

que tendem a satisfazer às necessidades

de estima e auto-realização […]. (HERSEY;

BLANCHARD, 1986, p. 33, grifos nossos).

A motivação para Abraham Maslow: existe

uma hierarquia natural entre a natureza das necessidades,

nenhuma delas é absoluta: quando uma

delas é preenchida, a preocupação com a sua satisfação

desaparece. Maslow inventou o conceito de

pirâmide das necessidades, segundo o qual, uma

vez satisfeitas as necessidades fisiológicas básicas,

da alimentação ao desejo de um ambiente seguro

e estruturado, as necessidades mais elevadas de

autoestima e realização pessoal podem ser preenchidas

(MASLOW, 1970).

Segundo Maslow (1970), as pessoas procuram

satisfazer suas necessidades, e tão logo uma é

satisfeita, outra toma seu lugar, assim como que subindo

numa escada, ou seja, as pessoas têm o dom

de criar novas necessidades na medida em que as

anteriores são atendidas.

Essa hierarquia de necessidades pode ser visualizada

como uma pirâmide.

Figura 4 – Representação da hierarquia das necessidades.

Fonte: Marras (2000, p. 34).

ƒƒNecessidades fisiológicas: constituem o

nível mais baixo de todas as necessidades

humanas, mas de vital importância. Neste

nível estão as necessidades de alimentação

(fome sede), de sono e repouso (cansaço),

de abrigo (frio ou calor), o desejo sexual e

etc.

ƒƒNecessidades de segurança: constituem

o segundo nível das necessidades humanas.

São as necessidades de segurança ou

de estabilidade, a busca de proteção contra

a ameaça ou privação, a fuga ao perigo.

Surgem no comportamento quando as necessidades

fisiológicas estão relativamente

satisfeitas.

ƒƒNecessidades sociais: surgem no comportamento,

quando as necessidades mais

baixas (fisiológica e segurança) encontram-

-se relativamente satisfeitas. Dentre as necessidades

sociais estão à necessidade de

associação de participação e de aceitação

por parte dos companheiros, por troca de

amizades, de afeto e amor.

ƒƒNecessidade de estima: são as necessidades

relacionadas com a maneira pela

qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolvem

a auto-apreciação, a autoconfiança, a

necessidade de aprovação social e de respeito,

de status, prestígio e consideração.

Incluem ainda o desejo de força e de adequação,

de confiança perante o mundo, e

dependência e autonomia.

ƒƒNecessidade de autorrealização: são

as necessidades humanas mais elevadas

e que estão no topo da hierarquia. Estão

relacionadas com a realização do próprio

potencial e do auto-desenvolvimento contínuo.

Esta tendência se expressa através

do impulso de a pessoa tem para tornar-se

sempre mais do que é e de vir a ser tudo o

que pode ser. (MARRAS, 2000, p. 34).

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20

Nesse contexto, nem todas as pessoas se realizam

conforme o topo da pirâmide de necessidades.

Algumas se preocupam em se autorrealizar;

outras nas necessidades de estima; algumas ainda

nas sociais, quando uma grande maioria se preocupa

com as necessidades de segurança e fisiológicas,

ainda assim, nem sempre conseguem uma

satisfação adequada.

A motivação para Frederick Herzberg: as

pessoas têm necessidades de ter e de ser. As necessidades

de ter, quando presentes, não motivam as

pessoas, em compensação se estiverem ausentes,

as deixam desmotivadas. Já as necessidades de ser

são as que quando presentes realmente motivam

as pessoas e quando ausentes, simplesmente não

as motivam. As necessidades de ter são como uma

obrigação organizacional, sobre as quais os gerentes

pouco podem atuar.

Frederick Herzberg (psicólogo e consultor

americano, professor de Administração da Universidade

de Utah) formulou a teoria dos dois fatores

para explicar o comportamento das pessoas em situação

de trabalho. Para ele, existem dois fatores

que orientam o comportamento das pessoas:

ƒƒFatores higiênicos ou fatores extrínsecos

Localizam-se no ambiente que rodeia as

pessoas e abrangem as condições dentro

das quais elas desempenham seu trabalho.

Como essas condições são administrativas

e decididas pela empresa, os

fatores higiênicos estão fora do controle

das pessoas.

Os principais fatores higiênicos são: salário,

benefícios sociais, tipo de chefia ou

supervisão que as pessoas recebem de

seus superiores, condições físicas e ambientais

de trabalho, políticas e diretrizes

da empresa, clima de relacionamento entre

a empresa e os funcionários, regulamentos

internos, dentre outros.

Tradicionalmente apenas os fatores higiênicos

eram utilizados na motivação

dos empregados: o trabalho era considerado

uma atividade desagradável e, para

fazer com que as pessoas trabalhassem

mais, tornava-se necessário o apelo para

prêmios e incentivos salariais, supervisão,

políticas empresariais abertas e estimuladoras,

isto é, incentivos situados

externamente ao indivíduo em troca do

seu trabalho.

As pesquisas de Herzberg revelaram que

quando os fatores higiênicos são ótimos,

eles apenas evitam a insatisfação dos

empregados, mas não conseguem manter

a motivação por muito tempo.

Quando os fatores higiênicos são precários,

eles provocam a insatisfação dos

empregados. Por causa dessa influência,

mais voltada para a insatisfação, Herzberg

chama-os de fatores higiênicos,

pois são essencialmente profiláticos: eles

apenas evitam a insatisfação, mas não

provocam a satisfação.

ƒƒFatores motivacionais ou fatores intrínsecos

Estão relacionados com o conteúdo do

cargo e com a natureza das tarefas que a

pessoa executa.

Os fatores motivacionais estão sob o

controle do indivíduo, pois estão relacionados

com aquilo que ele faz e desempenha.

Envolvem sentimentos de

crescimento individual, reconhecimento

profissional e autorrealização, e dependem

das tarefas que o indivíduo realiza

no seu trabalho.

Com isto, perdiam o significado psicológico

para o indivíduo que os executa

e criavam um efeito de “desmotivação”,

provocando apatia, desinteresse e falta

de sentido psicológico. O efeito dos fatores

motivacionais sobre as pessoas é profundo

e estável.

Quando os fatores motivacionais são ótimos,

eles provocam a satisfação nas pessoas.

Porém, quando são precários, eles

evitam a satisfação. Por estarem relacionados

com a satisfação dos indivíduos,

Herzberg também os chama de fatores

satisfacientes:

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21

ƒƒDelegação de responsabilidade;

ƒƒLiberdade de decidir como executar o

trabalho;

ƒƒPromoção;

ƒƒUso pleno das habilidades pessoais;

ƒƒEstabelecimento de objetivos e avaliação

relacionada com eles;

ƒƒSimplificação do cargo (pelo próprio

ocupante);

ƒƒAmpliação ou enriquecimento do cargo

(horizontal ou verticalmente).

Em essência, a teoria dos fatores afirma que:

ƒƒSatisfação no cargo é função do conteúdo

ou atividades desafiadoras e estimulantes

do cargo: são os chamados fatores

motivadores.

ƒƒInsatisfação no cargo é função do ambiente,

da supervisão, dos colegas e do

contexto geral do cargo: são os chamados

fatores higiênicos.

Até certo ponto, as conclusões de Herzberg

coincidem com a Teoria de Maslow de que os níveis

mais baixos de necessidades humanas têm

relativamente pequeno efeito motivacional quando

o padrão de vida é elevado. As abordagens de

Maslow e de Herzberg apresentam alguns pontos

de concordância que permitem uma configuração

mais ampla e rica a respeito da motivação do comportamento

humano. Não obstante, apresentam

também importantes diferenças.

Atenção

Herzberg chegou à conclusão de que os

fatores responsáveis pela satisfação profissional

são totalmente desligados e distintos

dos fatores responsáveis pela insatisfação

profissional: “o oposto de satisfação profissional

não seria a insatisfação, mas sim nenhuma

satisfação profissional; e, da mesma

maneira, o oposto de insatisfação profissional

seria nenhuma insatisfação profissional

e não a satisfação.” (HERZBERG, 1973, p. 54).

Quadro 6 – As diferenças entre as teorias de Herzberg e Maslow.

Maslow Herzberg

Autorrealização

 O trabalho em si.

 Responsabilidade.

 Progresso.

 Crescimento.

Autoestima

 Realização.

 Reconhecimento.

 Status.

Segurança

 Políticas administrativas e empresariais.

 Segurança no cargo.

Fisiológicas

 Condições físicas do trabalho.

 Salário.

 Vida pessoal.

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22

Para proporcionar continuamente motivação

no trabalho, Herzberg propõe o “enriquecimento

de tarefas” ou “enriquecimento do cargo”: consiste

em substituir as tarefas simples e elementares do

cargo por tarefas mais complexas para acompanhar

o crescimento individual de cada empregado,

oferecendo-lhe condições de desafio e de satisfação

profissional no cargo.

O enriquecimento de tarefas depende do desenvolvimento

de cada indivíduo e deve adequar-

-se às suas características individuais em mudanças.

O enriquecimento de tarefas provoca efeitos

desejáveis, como aumento da motivação, aumento

da produtividade, redução do absenteísmo (faltas

e atrasos ao serviço) e redução da rotatividade do

pessoal (demissões de empregados).

Contudo, pode gerar efeitos indesejáveis,

como o aumento de ansiedade em face de tarefas

novas e diferentes quando não são bem-sucedidas

nas primeiras experiências, aumento do conflito

entre as expectativas pessoais e os resultados do

trabalho nas novas tarefas enriquecidas, sentimentos

de exploração quando a empresa não acompanha

o enriquecimento de tarefas com o enriquecimento

da remuneração, redução das relações

interpessoais devido à maior concentração nas tarefas

enriquecidas.

Quando tomamos a direção de nossos sonhos,

encontramos o sucesso nos momentos mais inesperados.

Henry David Thoreau

Na passagem para o século XXI, mudanças de

grande intensidade, em todos os tipos de ambientes

(competitivo, tecnológico, econômico e social),

provocaram o surgimento de novos conceitos e

novas técnicas para administrar as organizações.

Faremos uma comparação entre as tradições e as

inovações impostas por essas mudanças de paradigmas.

Paradigmas são modelos ou padrões que

servem como marcos de referência, para explicar

e ajudar as pessoas a lidar com situações. Os paradigmas

mudam constantemente. As mudanças

variam em termos de velocidade, permanência e

magnitude.

A Revolução Industrial, por exemplo, representou

uma mudança de grande magnitude, em

tempo relativamente curto, que moldou inúmeras

características da sociedade atual.

Formas de produção e consumo, urbanização,

divisão das pessoas em classes, profissões e

muitos outros aspectos da sociedade fazem parte

do paradigma criado pela Revolução Industrial.

A Revolução Industrial pode ser resumida

em poucas tendências de grande magnitude, cujo

vetor principal foi a invenção das máquinas que

complementaram e substituíram o trabalho humano.

No início do século XXI, a Revolução Industrial

continua evoluindo, fazendo a sociedade humana

ingressar na marcha para a Revolução Digital, que

começou em meados do século XX e representou a

complementação e substituição de certas atividades

intelectuais por computadores.

A passagem para a era pós-industrial e a Revolução

Digital provocaram a mudança de muitas

concepções tradicionais.

2.3 Gerenciamento das Mudanças e os Paradigmas

Gestão de Pessoas

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23

Resumo do contraste entre as duas situações:

CARACTERÍSTICAS TRADICIONAIS CARACTERÍSTICAS NO SÉCULO XXI

Revolução Industrial: substituição e potencialização

do trabalho humano por meio de máquinas.

Revolução Digital: substituição e potencialização das

funções humanas de decisão, comunicação e processamento

de informações por computadores.

Classe operária numerosa, em conflito com uma

classe de patrões e gerentes.

Trabalhadores em serviços, profissionais liberais e

trabalhadores do conhecimento mais numerosos

que os operários clássicos.

Trabalhador especializado, operador de máquinas

qualificado apenas para a realização de uma

pequena parte da tarefa total.

Grupo de trabalhadores autogeridos e polivalentes.

Em certos casos, o trabalho na linha de produção

requer educação universitária.

Empregos e carreiras estáveis. Desemprego, empregabilidade, terceirização, economia

informal, administração empreendedora.

Novos Paradigmas na Gestão de Pessoas

Não faz muito tempo, os funcionários eram

pagos para obedecer e os chefes para ter ideias.

No mundo globalizado e competitivo o sistema

de trabalho mudou. Hoje as fábricas operam em

células de produção e os escritórios estão divididos

por processos. Nesse esquema, não cabe mais um

chefe. Cada funcionário é dono de seu pedaço e

precisa cuidar dele da melhor forma possível.

Ao lado deles está o líder, a pessoa que pode

até ganhar mais por causa do cargo, mas que está

ali para facilitar a vida de todos, inclusive da organização.

Os líderes precisam demonstrar confiança

em seu pessoal, afinal o que importa é que a empresa

apresente produtos ou serviços com qualidade

e no tempo certo. Dessa forma, ao buscar um

líder, a empresa não pode olhar apenas as qualidades

profissionais desse candidato; é necessário saber

se esse líder conhece seus limites e sabe trabalhar

com pessoas, administrando-os em forma de

grupo e não individualmente. O problema é que

a maioria das empresas não tem líderes. Elas têm

meros chefes.

O Downsizing, diminuição de tamanho, tornou-

se uma das palavras de ordem no mundo das

organizações já em meados dos anos 1980. Em

busca de maior eficiência na utilização de seus recursos

e redução de custos, as organizações achataram

a hierarquia, simplificaram seus processos

de trabalho, promoveram o aumento da produtividade

e diminuíram seus quadros de chefes.

Além disso, surgiram novas ideias a respeito

do papel dos gerentes, que podem ser resumidas

na crítica de Peter Drucker (1995, p. 14): “Você precisa

aprender a gerenciar em situações nas quais

não tem autoridade de comando, nas quais você

não é nem controlado nem está controlando. Esta

é a mudança fundamental.”

Atenção

Uma mudança importante ocorreu no papel

dos chefes. No paradigma tradicional,

não há administração sem chefes. Dessa

forma, as organizações que cresceram durante

o século XX tornaram-se cheias de

chefes especializados, organizados em hierarquias

complexas.

Ana Lúcia da Rocha Silva

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24

Todos os processos visam a proporcionar um

ambiente físico, psicológico e social de trabalho

agradável e seguro, bem como assegurar as relações

sindicais amigáveis e cooperativas, pois são

importantes elementos na definição da permanência

das pessoas na organização e, mais do que isso,

na sua motivação para o trabalho e para o alcance

dos objetivos organizacionais.

A mudança na estrutura organizacional e no

papel dos gerentes é um dos novos paradigmas

mais importantes da Gestão de pessoas. Embora

os gerentes continuem desempenhando os papéis

de autoridade e responsabilidade pelas decisões, o

processo administrativo pode e deve ser distribuído

em toda a estrutura.

Assim, os colaboradores operacionais assumem

responsabilidades gerenciais (em equipes

autogeridas, por exemplo). De acordo com o novo

paradigma, todos administram e os chefes são

coordenadores ou líderes do processo.

Contraste entre o modelo tradicional de gerência e as concepções mais modernas:

MODELO DE ADMINISTRAÇÃ O CENTRALIZADO

NO CHEFE: NOVAS IDEIAS DA GESTÃO DE PESSOAS:

O gerente é personagem principal do processo administrativo.

Somente os gerentes administram.

Todos são gerentes. A Administração do grupo de trabalho

pertence ao próprio grupo.

Gerentes são chefes de subordinados que obedecem. Gerentes coordenam o processo decisório e fornecem

as condições para a realização das tarefas dos grupos.

Administração e gerentes são sinônimos (Planejar,

Organizar, Dirigir e Controlar).

Administração está sempre no trabalho de pessoas e

grupos que tomam decisões e assumem responsabilidades,

com ou sem gerentes.

Contraste entre os Modelos: Centralizado no Chefe e Gestão de Pessoas

Saiba mais

Diante das mudanças de paradigmas,

uma das forças mais inovadoras são os

processos de agregar e manter as pessoas

trabalhando em condições ambientais e

psicológicas favoráveis e principalmente

saudáveis.

Com base no entendimento da Gestão de

Pessoas, a organização ideal é aquela que

está apta para captar e aplicar de forma

adequada seus recursos humanos, como

também mantê-los satisfeito por um longo

período. Esse trabalho da manutenção

das pessoas exige cuidados especiais, entre

os quais se sobressaem os estilos de gerência

e as relações com os colaboradores.

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25

Figura 5 – Grid gerencial.

As organizações são desenhadas e administradas

de acordo com as teorias que prevalecem,

utilizando vários princípios e pressupostos que delineiam

as maneiras pelas quais as organizações e

seus recursos são geridos.

Dois consultores americanos, Blake e Mouton

(1976), desenvolveram uma tecnologia de mudança

organizacional planejada. Deram o nome de

managerial grid (grade gerencial ou grid gerencial),

pelo fato de que todo executivo está sempre voltado

para dois assuntos: a produção e as pessoas. A

grade gerencial é um gráfico de duas entradas, isto

é, composta de dois eixos:

ƒƒO eixo horizontal que representa a preocupação

com a produção: é uma série

contínua de nove pontos, na qual o grau

9 significa elevadíssima preocupação

com a produção, enquanto o grau 1 representa

uma baixa preocupação com a

produção;

ƒƒO eixo vertical representa a preocupação

com as pessoas. Também é uma série

contínua de nove pontos, onde 9 é um

grau elevado e 1 um grau baixo de preocupação

com as pessoas. (CHIAVENATO,

2000, p. 544).

A seguir, a Figura 5 com as demonstrações do

grid gerencial:

2.4 A Gerência e Liderança na Organização

Fonte: Blake e Mouton (1976, p. 10).

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26

O grid gerencial representa essas duas preocupações:

com as pessoas e com a produção. Conforme

os pontos apresentados no gráfico, fica claro

o entendimento das cinco gerências, assim, até

mesmo nos dias de hoje as identificamos nas empresas.

De acordo com Vergara (1999, p. 77):

Empresas reuniam o corpo gerencial e

‘subordinados’ em hotéis para, sob forte

treinamento, transformarem gerentes em

Líderes 9.9. Sei de um caso em que, depois

de submetido a tal treinamento, um

gerente de grande empresa Petrolífera

mandou retirar, literalmente, a porta de

sua sala. Afinal, era agora um Líder que gerenciava

de portas abertas. Detalhe: continuava

o mesmo autocrático de sempre.

Para uma atuação mais efetiva, com base no

gráfico, cabe a utilização da gerência 9.9, que de

fato procura um equilíbrio entre a preocupação

tanto com a produção quanto com as pessoas, mas

que seja de real atuação empresarial e não como

relatou Vergara (1999).

Dessa forma é imprescindível após o entendimento

do grid gerencial, conhecer algumas teorias

que balizam e orientam o enquadramento das

pessoas dentro das organizações.

As Teorias X e Y de McGregor (1960) e Z de

Ouchi são as obras marcantes na história das relações

humanas. Douglas McGregor nasceu em

Detroit e licenciou-se no City College, doutorou-se

em Harvard, onde lecionou Psicologia Social, e foi

professor de Psicologia.

Liderança na Teoria X

Um trabalhador visto por um gerente de visão

X, o qual parte do pressuposto de que o trabalhador

é preguiçoso e que necessita de motivação,

tem o entendimento de que o trabalho é como um

mal necessário e somente trabalha por obrigação

para ganhar dinheiro. “Não gosta de trabalho e o

faz somente quando é compelido.” (MARRAS, 2000,

p. 35).

Nessa teoria, o homem é visto como um indivíduo

carente; há a limitação do crescimento

dos funcionários e não é valorizada sua realização

pessoal. Assim, a motivação é desnecessária, o que

prevalece é o uso de sua visão dentro dos conceitos,

com a maior autoridade para garantir a direção

e controle dos funcionários.

A concepção da Teoria X é tradicional, dentro

da direção e controle, sem a preocupação com as

pessoas. Com base na liderança da Teoria X, o ser

humano X possui as seguintes características:

a) Precisa ser controlado, dirigido, coagido

e punido, para que produza no trabalho;

b) Indivíduo carente, que se esforça para

satisfazer a hierarquia de necessidades

básicas, sem sonhos ou realizações algumas;

c) Não tem condições de assumir responsabilidades;

d) A participação desse funcionário é sempre

influenciada através da manipulação

por recompensas básicas e imediatas;

e) A liderança deve assumir uma postura

autocrática.

Liderança na Teoria Y

Esta segunda teoria baseia-se no pressuposto

de que as pessoas querem e necessitam trabalhar.

A integração é a base dessa teoria, pois parte

do pressuposto da integração, que assegura e valida

a autoridade.

Sugere ainda que indivíduos com características

Y tenham autocontrole quando as necessidades

da empresa estejam em cheque. Porém, essa

integração e sinergia entre os interesses pessoais

e organizacionais não tende a ser uma tarefa fácil.

Segundo Chiavenato (1983, p. 377):

[...] a Teoria Y é geralmente aplicada nas

empresas através de um estilo de direção

baseado em uma série de medidas inovadoras

e humanistas, dentre as quais salienta

as seguintes:

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27

 Descentralização das decisões e delegação

de responsabilidades [...];

 Ampliação do cargo para maior significação

do trabalho [...];

 Participação nas decisões mais altas e administração

consultiva [...];

 Autoavaliação do desempenho [...].

A Teoria Y visa à integração entre objetivos

individuais e organizacionais. A liderança organizacional

dos seres humanos com características Y

deve observar algumas características:

a) O ser humano Y vê o esforço físico e

mental no trabalho de forma tão natural

quanto o de querer descansar;

b) Com incentivo procura se autocorrigir

para atingir os objetivos que se propõem

alcançar;

c) Tem um compromisso com o objetivo,

depende das recompensas que se espera

receber com sua execução;

d) O ser humano Y não só aprende a aceitar

as responsabilidades, como passa a

procurá-las;

e) A participação deste é uma forma de valorizar

suas potencialidades intelectuais;

f) O líder deve assumir um estilo mais participativo.

Liderança na Teoria Z

William Ouchi relata: “Até agora os gerentes

americanos têm considerado o que a tecnologia

faz para aumentar a produtividade. O que a teoria

Z enfatiza é que, ao invés disso, haja um redirecionamento

da atenção para as relações humanas no

mundo empresarial.” (apud HAMPTON, 1990, p. 68).

Baseia-se em alguns aspectos da mesma herança

intelectual que compartilham as ideias de

Mayo sobre o local de trabalho (especialmente as

ideias do socialista Francês Émile Durkheim). Como

um antídoto potencial para os isolados e alienados

aspectos psicológicos das pessoas nas modernas

sociedades ocidentais, William Ouchi, professor da

UCLA, propôs que os gerentes americanos aprendessem

a criar alguma qualidade na mesma linha

do “clã industrial”, o que vem a ser mais comum nas

organizações japonesas. Ele chamou esse conjunto

de ideias de Teoria Z, deliberadamente implicando

que ela iniciou onde a Teoria Y de McGregor parou.

A Figura 6, a seguir, é um fluxograma que tenta

retratar os pressupostos e conexões lógicas que

produzem a Teoria Z de Ouchi.

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28

Figura 6 – Fluxograma representativo da Teoria Z.

Fonte: Hampton (1990, p. 69).

Liderança Atual

Há várias formas de se entender a liderança,

mas a mais simples parte do pressuposto de que

é a arte de persuadir pessoas, ou de influenciá-las,

em prol dos objetivos previamente estabelecidos

ou não. Dessa forma, adquire-se a confiabilidade

das pessoas ou das equipes lideradas, gerando motivação,

confiança, histórico e consequente aceitação

do líder.

Segundo Vergara (1999), a liderança pode ser

retratada como a capacidade de exercer influência

sobre indivíduos e grupos. Para Robbins (1999),

liderança é a capacidade de influenciar um grupo

em direção à realização de metas.

Em contraponto, as empresas necessitam de

líderes preparados para exercer as funções chaves

nas organizações. Nesse sentido, os gestores de

pessoas são responsáveis pela busca, seleção e manutenção

desses profissionais.

Liderança, para Chiavenato (2005, p. 183), é

definida como:

Uma influência interpessoal, na qual uma

pessoa age no sentido de modificar ou

provocar o comportamento de uma outra

pessoa de maneira intencional, exercida

em uma dada situação e dirigida pelo

processo de comunicação humana para

consecução de um ou mais objetivos específicos.

Imperativo Cultural

Incentivos

Tempo de vida útil etc.

Confiança Grupos de trabalho

Satisfação do emprego e

senso de autonomia

Produtividade aumentada

Decisão Gerencial

Filosofia Corporativa

Criando o clã industrial

Incen

...

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