TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Grandes Eventos Esportivos

Casos: Grandes Eventos Esportivos. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  12/10/2014  •  5.109 Palavras (21 Páginas)  •  633 Visualizações

Página 1 de 21

A promoção de grandes eventos esportivos tem sido uma estratégia de diversos países

para a atração de investimentos e de atenção internacional. Os benefícios econômicos destes eventos retratam um argumento utilizado para justificar o esforço e o gasto público para sediar tais eventos. Em 2009 o Brasil, especificamente a cidade do Rio de Janeiro, foi escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Um amplo estudo do impacto econômico desse evento foi divulgado pelo Comitê Organizadora candidatura brasileira, e os números divulgados ressaltaram os impactos econômicos da realização dos jogos na cidade e no país.

Com base nesse estudo, encomendado pelo Ministério do Esporte, estima-se que o impacto econômico dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil será de R$ 22 bilhões até 2016, enquanto que, no período de 2017 a 2027, atingirá R$27 bilhões. Esse estudo indica que os investimentos Injetados.

corresponderão um multiplicador de produção de 4,26, o que representa uma movimentação na economia brasileira na ordem de R$ 102,2 bilhões (deflaciona dos para 2008) no período de 2009 a 2027. Dos 55 setores econômicos, construção civil (10,5%), serviços imobiliários e aluguel (6,3%), serviços prestados a empresas (5,7%), petróleo e gás (5,1%), serviços de informação 5%) e transporte, armazenagem e correio (4,8%) serão os mais beneficiados pelo evento esportivo (Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República, 2009).

A Copa do Mundo de 2014 (Copa-2014) representa outro grande evento esportivo programado para o Brasil.

. Na sua preparação, uma série de obras de infraestrutura, reformas

e construção de estádios estão sendo programadas. Em meados de 2009 as 12 cidades-sede da Copa, que abrigarão jogos da competição, foram escolhidas: Rio de (RJ), São Paulo(SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR),Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE) e Salvador (BA). Além das 12cidades escolhidas, participaram da disputa Rio Branco (AC), Belém(PA), Maceió (AL),Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS). Segundo declarações do secretário-geral da FIFA (Fédération Internationale de Football Association), Jerome Valcke, a escolha seguiu critérios técnicos, a partir das visitas feitas por especialistas da entidade e os projetos entregues pelas cidades. Segundo ele, segurança pública e opções de lazer também foram consideradas (Perguntas, 2009). Assim, parece ter havido um interesse regional para sediar o evento, o que indica uma percepção de ganhos econômicos para as cidades-sede. Segundo Porter (1999),um importante argumento que os Governos candidatos

fazem para hospedar um mega-evento refere-se aos benefícios econômicos

que podem ser gerados.

É provável que o Brasil terá grande visibilidade com a promoção dos mega-eventos

esportivos agendados, contudo os benefícios econômicos que tais eventos trarão para o país.

são difíceis de estimar, pois envolvem obras de infraestrutura urbana, reformas/construção de estádios, fluxos turísticos, investimentos privados

(rede hoteleira, por exemplo) e divulgação internacional do país. Os organizadores geralmente alegam que eventos, como a Copa do Mundo, geram estímulos para os negócios domésticos (restaurantes, hotéis e outros).

Segundo o dossiê da candidatura do Rio, o investimento previsto para o evento é de R$ 28,8 bilhões, sendo R$5,6 bilhões na estrutura do Comitê Organizador e R$

23,2 bilhões em recursos públicos e privados para a infraestrutura necessária aos Jogos (Dossiê, 2009).

Isso significa que para cada dólar investido nos Jogos a iniciativa privada injetaria outros US$ 3,26 nas cadeias produtivas associadas ao evento (Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República, 2009).O Brasil, em 30 de outubro de 2007, foi escolhido pela FIFA como país sede da Copa das Confederações FIFA

2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014 (Ministério do Esporte, 2010).negócios) e, portanto, benefícios econômicos maiores que os custos (Noll e Zimbalist, 1997).

O comitê organizador da Olimpíada de Atlanta estimou um impulso de $ 5,1 bilhões na

economia e um aumento de 77.000 empregos (Barclay,2009). Na maioria das vezes tais argumentos têm por base nos relatórios de impactos econômicos oriundos em estudos encomendados pelos governantes ou empresas esportivas para justificar seus investimentos,uma vez que os custos para realizar tais mega-eventos são cada vez maiores. O custo de realizar os jogos olímpicos em Atenas foi de aproximadamente R$ 24,4 bilhões, enquanto que em Londres 2012, R$ 33,4 bilhões representaram somente a parcela de financiamento público(Golden Goal, 2010).

Uma metodologia freqüentemente utilizada nos estudos de impactos de eventos esportivos é a análise de Insumo-Produto, que pode estimar os efeitos diretos e indiretos desses eventos na economia. Alguns autores consideram, entretanto, que os efeitos multiplicadores obtidos superestimam os efeitos reais, pois a metodologia utiliza hipóteses de oferta ilimitada de fatores de produção, não lida com os efeitos de substituição nem custos de oportunidade.

Além disso, haja vista que os multiplicadores estão baseados numa estrutura de produção vigente da economia, não capta as mudanças que a realização do evento esportivo pode provocar nas relações produtivas. Existem também casos em que o método de insumo-produto não é capaz de captar certos vazamentos durante o evento esportivo (e.g. lucrosganhos pelo evento pode não fluir para a economia local, mas para os acionistas estrangeiros) (Barclay, 2009; Madden, 2006; Porter, 1999).

Matheson (2002) aponta que diversos estudos geralmente superestimam o impacto econômico sobre a economia local; Porter (1999) enfatiza que os benefícios previstos pelos gastos públicos nunca se materializam. Trabalhos como de Coates e Humphreys (1999) e Noll e Zimbalist (1997) não encontraram correlação entre a construção de estádios esportivos e desenvolvimento econômico regional. Brenke e Wagner (2006), ao analisarem os efeitos da Copa do Mundo em 2006 na Alemanha, constataram que

as expectativas estavam sobre valorizadas, de forma que os empregos adicionais eram somente temporários e os custos de infraestrutura e promoção da Copa-2006 foram significativos. Eles concluíram que os principais beneficiários dos eventos foram a FIFA e a German Foootball Association

...

Baixar como (para membros premium)  txt (35.9 Kb)  
Continuar por mais 20 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com