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Influência Militarista

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Por:   •  7/4/2014  •  Seminário  •  1.827 Palavras (8 Páginas)  •  144 Visualizações

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Leitura do Texto – Influências do Militarismo e da 2ª. Grande Guerra na Administração (ler e observar o foco na estratégia)

O maior conflito da história, encerrado há 60 anos, ensina o que fazer -- e o que evitar -- quando os temas são liderança, estratégia, planejamento e treinamento

Em janeiro de 1933, quando se tornou chanceler alemão, Adolf Hitler já havia publicado sua plataforma política. Esse livro -- Mein Kampf (Minha Luta) -- era um best-seller em 1933, com mais de um milhão de exemplares vendidos. Nele, estavam claras as ideias do novo chanceler a respeito da supremacia da raça alemã, assim como seu ódio pelos judeus e seu desprezo por burgueses e intelectuais. Estava claro, também, o que ele julgava ser o destino da Alemanha: conquistar territórios na Europa. Principalmente na União Soviética. Os chefes políticos europeus tiveram a oportunidade de ler uma tradução para o inglês. Se o fizeram, não o levaram a sério. Um erro. Herr Hitler fez tudo o que prometeu. E tornou-se um dos personagens centrais de um episódio que mudaria, para sempre, a configuração do planeta.

Há quase 70 anos, em oito de maio de 1945, as Forças Armadas alemãs assinaram sua rendição. Haviam lutado na Europa e na África por mais de cinco anos. Em 2 de setembro de 1945, os japoneses renderam-se a bordo do encouraçado americano Missouri, ancorado na baía de Tóquio. Era o fim de uma luta que se iniciara em meados de 1937, na China, expandindo-se mais tarde para praticamente todo o Pacífico. É impossível calcular o volume de perdas econômicas causadas pela guerra. Quanto à perda de vidas, há uma estimativa, embora longe de ser exata. Morreram cerca de 50 milhões de pessoas, fardadas ou não. Uma média de 8,3 milhões por ano de luta. Tomada em seu conjunto, a Segunda Guerra Mundial é um fato sem paralelo na história. Nunca tantos países haviam se envolvido num conflito armado. Nunca se produziu tanto armamento. Raramente se aplicou tanta pesquisa e dinheiro no desenvolvimento de equipamentos militares. A guerra começou numa época em que os exércitos ainda usavam cavalos. Quando terminou, os caças a jato já voavam. No final da década de 1930, as armas mais destrutivas ainda eram os canhões de grande calibre. Meia dúzia de anos mais tarde o planeta tomava contato com as armas nucleares e com os mísseis balísticos.

O mundo não poderia ser o mesmo após o término da Segunda Guerra Mundial. O evento -- com toda a sua enorme carga de tragédia humana -- marca o início de uma nova era na ciência, na tecnologia, na política, na economia e nos negócios. Os dias posteriores a 8 de maio de 1945 assistiram ao florescimento das grandes corporações mundiais e ao apogeu da administração, ao desenvolvimento de novos mercados, à definitiva incorporação da mulher às linhas de produção, à supremacia da informação como instrumento de poder, à arrancada tecnológica que anos mais tarde levaria o homem à Lua e transformaria o planeta numa pequena aldeia ligada pela internet. Em todos os seus lances, a Segunda Grande Guerra é um manancial quase infindável de lições para o mundo dos negócios - lições sobre o que se deve e sobre o que não se deve fazer. Seus comandantes são exemplos da liderança que dá certo -- e também daquela que leva todo um grupo à ruína. Estudamos Winston Churchill, Adolf Hitler, Frank Delano Roosevelt, George Patton, Douglas McArthur, Joseph Stalin para compreender nossos próprios passos à frente do trabalho. É impossível não estabelecer paralelos entre a competição pelo mercado e o campo de batalha. O linguajar corporativo continua impregnado de termos militares. A organização da mão-de-obra em muitas companhias ainda se assemelha à dos exércitos - embora esse seja um modelo em franca decadência. A arrogância continua a afundar empresas como fez com os exércitos da Alemanha e do Japão. Os mais rápidos são, como num conflito, aqueles que costumam levar a melhor. É por isso que a história que envolve a Segunda Guerra Mundial - seja ela a dos vencedores ou a dos perdedores - continua a encantar o mundo dos negócios.

A guerra é uma fonte inestimável de aprendizado porque testa de forma extrema os limites do homem. Quando se analisa o perfil dos vencedores da Segunda Guerra Mundial, sobretudo russos e americanos, percebe-se que foram eles que planejaram suas ações de forma mais flexível. Adaptaram-se melhor a situações adversas. Eram mais objetivos. Tinham um sentido mais apurado de oportunidade. Olhando em perspectiva, tinham outra qualidade. Não eram românticos. Não possuíam grandes tradições militares a cultuar. Não acreditavam que a cor de sua farda fosse por si só, uma garantia de vitória. Acontecia o contrário com japoneses e alemães. O japonês queria combater como um samurai em pleno século 20, o que obviamente não dava certo. Um exemplo dessa atitude: o alvo prioritário dos submarinos japoneses eram navios de guerra. Os submarinos americanos preferiam afundar os navios mercantes. Consequência: por falta de barcos de transporte, o soldado japonês ficou isolado em suas ilhas, sem cartuchos, sem arroz e sem saquê.

A Wehrmacht - o Exército alemão - padeceu do mesmo narcisismo. Tinha sua origem na Ordem dos Cavaleiros Teutônicos e nos guerreiros prussianos -- a quinta-essência do militarismo. Um complexo de superioridade que provocou muitas decisões irracionais. Era difícil para o comandante alemão ordenar um recuo tático. O inimigo logo percebeu que essa rigidez lhe dava vantagem, pois tornava mais fácil uma manobra de cerco. Foi assim, aos poucos, explorando cada erro, que os inexperientes russos e americanos chegaram a Tóquio e a Berlim. Não é difícil encontrar paralelos na história das grandes empresas. Podemos ficar em dois exemplos. A arrogância e o imobilismo quase levaram à bancarrota potências como a IBM, nos Estados Unidos, e o grupo Pão de Açúcar, no Brasil.

A Primeira Guerra Mundial baseou-se principalmente em soldados de infantaria e em canhões. Foi uma guerra estática. Os exércitos, enterrados em trincheiras, praticamente não se movimentavam. Não houve, por isso, grandes lances táticos ou estratégicos nem muitas necessidades logísticas. Em 1939, as coisas eram bem diferentes. Quando entraram na Polônia, os alemães apresentaram uma forma de combate para a qual seus opositores estavam despreparados. Era a Blitzkrieg, "guerra relâmpago". Consistia no seguinte: primeiro, a Força Aérea amolecia a tropa inimiga com seus caças-bombardeiros. Em seguida, os tanques rompiam as linhas do inimigo. E só então chegava a infantaria para consolidar a conquista. Na França, apesar do barulho dos nazistas, o Exército estava tranquilo. Embora a guerra já estivesse em curso, os oficiais gastavam até 3 horas em

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