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LIBRAS AMARELINHA

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Por:   •  16/3/2014  •  Resenha  •  2.015 Palavras (9 Páginas)  •  360 Visualizações

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LIBRAS

No passado os gestos foram considerados os grandes responsáveis pelas dificuldades de integração do indivíduo surdo no meio social. Porém, nos últimos anos, tem ressurgido a polêmica entre os defensores do oralismo e os da linguagem gestual. Ao contrário do passado a linguagem oral e seus adeptos agora se transformam nos grandes vilões na educação dos surdos.

Assim fica a diferença entre a “comunidade dos surdos” e a “sociedade ouvinte”.

Conforme os especialistas em surdez vão se aperfeiçoando no assunto, a distäncia entre as culturas vai diminuindo se transformando em uma cultura mais homogênea. Os surdos passam a ter uma característica única determinante, e deixa de lado a raça, classe e gênero.

O termo utilizado “comunidade dos surdos” é compreendida como um lugar onde os surdos se encontram, lá eles se sentem todos iguais. Em alguns lugares o termo não é utilizado, pois algumas pessoas que não são surdas freqüentam esses lugares, seja por se identificar com os problemas de surdez ou pelos parentes de alguns.

Uma concepção “presentista e progressivista” relatam uma história justificando a realidade atual. Essa visão parte da desvalorização que se deu ao longo da história sobre a importância do sinal, o que resultou na realidade atual, em que somente alguns conseguem identificar a riqueza com relação à “comunidade surda”.

Durante toda a história da educação moderna do surdo, que se deu a partir de Ponce de Leon, no século XVI, onde a disputa entre o gestualismo e o oralismo estava presentes, muitos dos educadores de surdos defenderam o sinal e conseguiram colocá-lo de forma generalizada, no Instituto de Paris durante a maior parte do século XIX, como relata E. Gallaudet. L`Epée, Gallaudet e tantos outros educadores influentes conseguiram impör o sinal como forma básica de comunicação dos surdos.

A visão “presentista” leva a observar o passado com base nas necessidades do presente. A visão de Ponce de Leon observa sobre a linguagem oral e parece acarretar uma visão de surdez e não o inverso, as de que as condições sócio estruturais dessas sociedades acarretavam uma visão de linguagem e, consequentemente de surdez.

Devido a falta de objetividade em relação a surdez começaram a fazer intervenções médicas de uma forma catastrófica no inicio do século XIX, uso de sanguessugas, de cateteres e cirurgias cranianas.

Uma curiosidade é que os defensores da “comunidade dos surdos” raros são os que eram surdos, entre L´Epée, Gallaudet pai, Gallaudet filho, Clerk, Sicard, Massieu, Wallis, Weld, Watson, Vaïsse, Moritz Hill, apenas dois eram surdos (Clerk e Massieu), isto é, os defensores dos sinais, arautos da autonomia e do respeito à comunidade surda, conseguiram produzir dois indivíduos de destaque em 200 anos.

Na literatura em que procura defender a existência da comunidade surda se coloca em contraposição, às vezes explícita e às vezes implícita, da surdez considerada como deficiência. Afinal de contas, surdez é ou não uma deficiência?

Todas as evidências científicas, sociais e culturais indicam que sim, e devemos envidar todos os esforços para evitá-la..

A perda auditiva existe, não é uma invenção dos ouvintes em relação aos surdos. Se ela passar a ser considerada como uma simples diferença, qualquer ação contra sua incidência deverá ser combatida para que possamos manter uma postura coerentemente democrática. Se concordamos com as formas de prevenção ou erradicação, será considerada como um mal a ser evitado. O problema com a surdez assim como as deficiências em geral, é que como ela não afeta diretamente as possibilidades de sobrevivência, e até o momento atual não é passível de reversão, temos que encontrar uma forma democrática de conviver com os surdos.

A língua de sinais é um canal que os surdos utilizam para sua comunicação e recebem por meio de uma herança cultural. A Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, é utilizada pela comunidade surda brasileira, que se faz diferente das línguas orais, pois utiliza de um canal visual-espacial. A LIBRAS é adquirida como língua materna para as crianças que já nascem surdas e se faz presente para pessoas que por alguma doença acabam ficando surdas ou até mesmo para parentes, profissionais que precisam conhecer a língua de sinais e para pessoas que queiram conhecer sobre a LIBRAS.

O problema é que essa língua não é universal, pois os surdos de países diferentes usam a língua de sinais muito diferentes, e ela não é simplesmente uma versão manual da língua oral usada pela comunidade ao redor. Pois a LIBRAS, a língua Americana de Sinais (ASL) e a Língua de Sinais Britânica são difíceis de compreender se não conhecer alguns detalhes.

De acordo com o Ministério da Educação do Brasil, as garantias individuais do surdo e o pleno exercício de cidadania alcançaram o respeito institucional decisivo com a Lei Federal n°10.436, de 24 de Abril de 2002, em que é reconhecido o estatuto da Língua Brasileira de Sinais como língua oficial da comunidade surda, com implicações para a divulgação e ensino, para o acesso bilíngüe à informação em ambientes institucionais e para a capacitação dos profissionais que trabalham com os surdos.

O acesso a LIBRAS é fundamental para construção da identidade da pessoa surda em todos os seus aspectos. Se tivessem exposto a LIBRAS o mais cedo possível, os surdos teriam garantido seu direito a uma língua mais cedo.

A linguagem de sinais não pode ser negada aos surdos e eles têm o direito de utilizar os benefícios, entretanto aceitar a diferença do surdo e conviver com a diversidade humana, é um grande desafio para a sociedade cheia de preconceitos.

Tanto crianças surdas e ouvintes conseguem aprender com facilidade a LIBRAS, porém se não for apresentado para a criança surda com mais atenção e mais paciência ela se torna uma criança diferente.

O vínculo do surdo com a língua de sinais é essencial e uma oportunidade única dele assumir uma posição discursiva que permita modificar, produzir e até criar o novo. A LIBRAS é uma ferramenta que permite ao surdo uma constituição de suas identidades frente às imposições do ouvinte.

Na área biológica a surdez está relacionada à patologia, sendo uma doença que precisa ser tratada. Nos casos patológicos se houver possibilidade de soluções orgânicas deverá ser feito. A perda auditiva é dificil de ser revertida e, portanto é preciso encontrar

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