Metodologia Do Ensino Superior

Metodologia do Ensino Superior.

A metodologia do Ensino Superior tem foco na organização do trabalho pedagógico no ensino superior abarcando a visão do docente e do discente e como ambos podem construir o ensino em uma via de mão dupla.

Para avaliar a metodologia do ensino superior é preciso ter noção que a didática é a base da pedagogia, pois é através da didática que os ideais sociopolíticos e pedagógicos são transformados em objetivos de ensino que vão de encontro às capacidades mentais dos alunos. Para Libâneo, 1994; a didática trata da teoria geral do ensino e compreende o estudo dos métodos, e o conjunto dos procedimentos de investigação das diferentes ciências quanto aos seus fundamentos e validade, distinguindo-se das técnicas que são a aplicação específica dos métodos.

Desta forma pode-se perceber que a didática pode ser geral ou específica, desta forma é clara a finalidade do processo que é proporcionar aos alunos os meios para que eles assimilem os conhecimentos. Esta ação ocorre quando o professor interage com o aluno. A metodologia é então um meio e não um fim no processo de aprendizagem.

A formação pedagógica é condição sine qua nom para o exercício da docência no ensino superior, uma vez que não basta ter ciência do conteúdo para ser um bom professor é preciso ir mais além.

Para Helene (2006), a educação escolar não é, por si só, suficiente para promover o desenvolvimento social, econômico e cultural de um país. Entretanto, um sistema educacional sólido e eficiente é necessário para tal.

No Brasil a educação atual não é avaliada de forma muito positiva, pois apesar de as instituições governamentais estarem atuando para aumentar o número de escolas, apenas aumentar o número não quer dizer ter qualidade escolar como comprova o ENADE. A qualidade no ensino passa pela formação, qualificação do educador em conjunto com uma estrutura educacional eficaz. Isoladamente estas duas vertentes podem vir a funcionar, mas este funcionamento eficaz demandará um tempo maior para ser alcançado.

Na formação do professor cada uma das instituições envolvidas no processo — Universidades, centros universitários e outras instituições — tem diferentes obrigações, enquanto as Universidades são pluridisciplinares os Centros universitários são pluricurriculares, mas ambos trabalham em favor da formação dos estudantes.

Destes estudantes, a maioria que opta pelas instituições particulares vem de uma educação básica fraca. O que fica claro é que sem o investimento na educação básica de qualidade, fatalmente caminharemos para o tempo em que a educação superior somente será acessível a massa quando paga, o que compromete o investimento em pesquisa que não é foco nas instituições particulares.

O fato é que existem tanto nas instituições públicas quanto particulares docentes comprometidos ou não, mas basicamente o docente deve apresentar os seguintes atributos: traços pessoais (ser apaixonado, positivo, real e um professor-líder);resultados pretendidos (estar alerta ao que acontece na sala; ter estilo, ser um motivador e apresentar eficácia instrucional) e os traços que se referem à sua vida intelectual (detentor de conhecimento teórico, possuir sabedoria das ruas e ter muita capacidade intelectual).

Obviamente os professores diferem em características mais pessoais, entretanto as básicas são sempre observadas nos grandes educadores. Tais educadores precisam dominar um conjunto de recursos cognitivos que oscilam ora mais ora menos para resolver situações do cotidiano de ensino que oscilam e se transmutam diariamente.

É preciso então que o docente tenha uma postura multicultural, intercultural, reflexiva e criativa.

Mas e quanto ao aluno? O que pode ser apurado deste novo estudante do século XXI? Hoje o número de pessoas com amplo acesso a educação aumentou consideravelmente o que deixou o contexto educacional ainda mais heterogêneo e fez com que a postura do docente também tivesse que mudar nesse novo cenário. Agora o professor tem que ter também a capacidade de observar e decifrar o estudante para que possa propor atividades com maior foco no grupo no qual atua lidando com a diversidade e propondo ações que venham de encontro com as necessidades deste novo grupo educacional no qual passa a atuar.

O professor passa então a trabalhar o conceito de educação para além dos conteúdos o que leva diretamente ao debate acerca da ética na educação, pois o professo deve trabalhar com base na premissa de que o conteúdo deve ser relevante para o discente dando conta de que o aluno não seja exposto a situações de ridículo ou constrangimento.

Mas a ética vai além da preservação da imagem do estudante e passa pelo respeito a sua constituição mullticultural, uma vez que a formação do povo brasileiro assim o é. É preciso então combater o racismo e adequar e promover a diversidade.

Para abarcar tantas atribuições é imprescindível planejar a ação educacional e pesquisadores classificam o planejamento como estratégico, tático e operacional.

O Planejamento Estratégico é, como argumenta Oliveira (2001, p.46) “um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente”. Já o planejamento tático foca determinadas áreas e não o todo da instituição. E o planejamento operacional busca pormenorizar os objetivos e estratégias do planejamento tático em cada área da instituição, visando especificar os objetivos traçados, de acordo com o porte da instituição, a diversificação de suas atividades e o ritmo das mudanças.

Assim, planejar é um processo contínuo que se baseia em objetivos básicos tais como: relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de cada comunidade, em particular;estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influem diretamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos);alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios mais adequados para atingi-los e conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema segundo Coaracy, 1974, p. 79. Enquanto Teixeira, 2005 apud UNESCO 1959 elenca como requisitos do Planejamento Educacional:

 Aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, cultural, social e econômica do país;

 Apreciação objetiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e longo prazo;

 Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a fim de assegurar a eficácia das soluções propostas;

 Previsão dos fatores mais significativos que intervêm no desenvolvimento do planejamento;

 Continuidade que assegure a ação sistemática para alcançar os fins propostos;

 Coordenação dos serviços da educação, e destes com os demais serviços do Estado, em todos os níveis da administração pública;

 Avaliação periódica dos planos e adaptação constante destes mesmos às novas necessidades e circunstâncias;

 Flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou imprevisíveis;

 Trabalho de equipe que garanta uma soma de esforços eficazes e coordenados;

 Formulação e apresentação do plano como iniciativa e esforço nacionais, e não como esforço de determinadas pessoas, grupos e setores.

Enquanto isso a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) prevê no artigo 12, inciso I, que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, têm a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”.

Desta forma a metodologia do ensino superior é uma disciplina que engloba planejamento com foco na multi e interdiciplinaridade com base na ética e na elaboração de um cronograma, ou planejamento, de estudo que venha de encontro as necessidades das diversas classes sociais que hoje lotam as instituições educacionais em busca de formação superior. É preciso então elaborar o planejamento, a metodologia do ensino superior de forma a manter o foco no processo de ensino – aprendizagem como forma de levar ao estudante subsídios para ele tornar-se sujeito nesta ação.

Assim a definição dos conteúdos deve ser trabalhada de forma a abarcar os recursos tecnológicos e garantir o alcance dos objetivos com a utilização de seminário ou situações problemas que levem a reflexão e criação de soluções paa situações problema.

Referências Bibliográficas.

Metodologia do Ensino Superior — Módulo I Editora Prominas e organizadores. P1 – 68.

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