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O LÚDICA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO

Por:   •  2/12/2017  •  Artigo  •  6.431 Palavras (26 Páginas)  •  238 Visualizações

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A ATIVIDADE LÚDICA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO

                                                                 Eliane de Souza FERNANDES[1]

RESUMO: O artigo em questão, consta de um estudo sobre a importância do lúdico, dos jogos e brincadeiras para as crianças com autismo e como desenvolver a aprendizagem dos alunos dentro do transtorno do espectro autista, a partir das práticas pedagógicas do professor. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com foco no estudo dos alunos com autismo e o processo de inclusão e aprendizagem através do lúdico e da mediação do professor. Para tanto, buscou-se sugerir algumas estratégias metodológicas, as quais contribuam no desenvolvimento das crianças com autismo

PALAVRAS-CHAVE: jogos e brincadeiras; lúdico; práticas pedagógicas. formação do professor; aprendizagem

1Introdução

       A escola passa por um processo histórico desafiador, que é cumprir com a exigências de uma sociedade que está em constantes mudanças. Já não cabe mais ficar fora do processo de inclusão das pessoas com deficiência e/ou necessidades educacionais especiais. É uma necessidade real, do mundo contemporâneo. A escola sabe do desafio de se reestruturar para se adaptar a uma realidade que já vem se discutindo mais fortemente no Brasil desde a década de 90.

       E é sobre a inclusão de alunos com TEA - Transtorno do Espectro Autista -  que o presente artigo tem a pretensão de promover uma discussão, objetivando compreender a importância do lúdico e sua contribuição no desenvolvimento da criança com autismo.

       Crianças que estão diagnosticadas dentro do transtorno do espectro autista são definidas por limitações na comunicação e interação social, as quais trazem prejuízos à vida diária, isso sem contar que estudos apontam que o TEA ( Transtorno do Espectro Autista) é uma síndrome e, consequentemente, a criança com TEA apresenta comorbidades , as mais variadas, dependendo do grau do transtorno.

       Para Onzi e Gomes ( 2015, p. 189),

O termo “autismo” perpassou por diversas alterações ao longo do tempo, e atualmente é chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA) pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) (APA, 2014). As características do espectro são prejuízos persistentes na comunicação e interação social, bem como nos comportamentos que podem incluir os interesses e os padrões de atividades, sintomas que estão presentes desde a infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário do indivíduo (APA, 2014).

       Considerando as peculiaridades das crianças com autismo, a escola deve atentar para desenvolver práticas pedagógicas diversificadas e lúdicas, as quais deem possibilidade de inclusão efetiva dos alunos com TEA de forma a desenvolver sua aprendizagem seguindo seus ritmos e modalidades de aprender. Tudo isso com o intuito de estimular a criatividade, com vistas a potencializar a aquisição de conhecimentos, de suas habilidades, favorecendo o acesso e permanência dessas crianças no ambiente escolar;

       Como cita Oliveira et al (2009, p.56),

Vale lembrar que a inclusão escolar é aqui entendida como um processo amplo, no qual a escola deve ter condições estruturais envolvendo o aporte físico de recursos humanos qualificados e financeiros para acolher e promover condições democráticas de participação de todos os alunos, inclusive daqueles com necessidades educacionais especiais no processo de ensino-aprendizagem.

       Nesse contexto, cabe aqui ressaltar que a escola não só deve incluir a todos, independentemente das limitações, mas deve oferecer meios, através de recursos humanos e materiais, os quais favoreçam o processo de ensino e aprendizagem de todos, visto que é um direito universal de todas as crianças aprenderem.

       É certo que já houveram avanços nos estudos da inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais e que a escola vem aos poucos se reestruturando para atender essas crianças, mas muito ainda tem que ser feito, considerando as dificuldades, as deficiências na formação do professor, entre outros problemas no âmbito escolar. Enfim, o paradigma da inclusão ainda assusta, apesar de mais de duas décadas de estudos , ainda requer mais discussões, por se tratar de especificidades as mais variadas possíveis, tendo em vista que a maioria dos alunos incluídos, seja em escola de ensino regular, seja em instituição especializada, apresentam dificuldades na aprendizagem e como a escola foi preparada para receber alunos padrões, sem esses déficits, torna-se uma problemática que leva ainda muito tempo para ser resolvida, visto que é necessário políticas públicas bem intencionadas , que saiam verdadeiramente do papel e cheguem à realidade escolar.

       Agora falando mais especificamente da inclusão das crianças com autismo, é importante discutir como está a formação do professor , pois cabe aqui ressaltar que trabalhar com crianças com TEA não é uma tarefa fácil, considerando que dependendo do grau do transtorno, essas crianças apresentam várias comorbidades e com relação ao comportamento, muitas delas não se expressam de forma verbal, como também de forma não-verbal, ou seja, são crianças que apresentam sérias dificuldades em se relacionar com os outros, muitas delas são incapazes de compartilhar emoções com quem quer que seja, tornando difícil para o professor, mediar as atividades de sala de aula.

       Assim sendo, percebe-se que a responsabilidade atribuída ao professor é enorme e que esse profissional muitas vezes encontra-se na escola sem formação e sem apoio, dificultando sua prática e segundo Cavalcante et al apud Bereohff,  ( 2009, 1993, p.230),

O profissional que atua com educandos com necessidades educacionais especiais por apresentar autismo, fundamentalmente precisa que “sejam orientados para uma atuação adequada aos graves distúrbios de comportamento que apresentam esses jovens”, o professor, portanto precisa estar preparado e seguro para desempenhar sua função de forma eficiente com responsabilidade e comprometimento. “Ao educar uma criança autista pretende-se desenvolver ao máximo suas habilidades e competências, favorecer seu bem estar emocional e seu equilíbrio pessoal o mais harmoniosamente possível tentando aproximá-la de um mundo de relações humanas significativas” (p.143).

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