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O Processo de Colonização do Brasil

Por:   •  1/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.747 Palavras (11 Páginas)  •  187 Visualizações

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Processo de colonização do Brasil

O Brasil português

Antes de iniciarmos qualquer estudo a respeito do processo de colonização do Brasil, é preciso esclarecer que até o século XIX, com a proclamação da independência, o Brasil não existia como país. Isso porque durante mais de três séculos o território que hoje chamamos de Brasil pertencia ao reino de Portugal. Por isso, durante todo o período colonial a história sobre as origens do nosso País se confunde com a história de Portugal.

O contexto europeu e o mercantilismo

A transição da Idade Média para a Idade Moderna deu contorno à formação de diferentes Estados monárquicos europeus. Portugal já havia se unificado um pouco antes, no século XIII. Isso significa que, antes de nações como a Itália e a Alemanha avançarem nesse sentido, o Império Português já desenvolvia grandes empreendimentos marítimos e comerciais. Para tanto, a estrutura do Estado centralizado na figura do rei em muito beneficiou a expansão marítima que logo atingiria o Brasil:

  • O rei tornara-se soberano e quase todo o poder do reino se concentrava em suas mãos.
  • Apesar da íntima relação mantida entre os Estados modernos e a Igreja, aos poucos seus poderes iam se diferenciando.
  • A eficiência governamental foi traduzida na centralização administrativa, ou seja, o conjunto de leis da nação estava subordinado ao monarca.

Mercantilismo

O mercantilismo, por sua vez, foi o que aos poucos começou a se considerar como o sistema econômico vigente na Europa em meados do século XV: o capitalismo. Para viabilizar a expansão marítima e a exploração colonial empreendida pelas grandes nações europeias, era necessário um investimento da burguesia. Esse investimento do capital burguês enriquecia o Estado absolutista, que, com a riqueza gerada a partir do comércio colonial e da extração de metais preciosos (metalismo) da América, passou à lenta acumulação de capitais.

O império marítimo português

Antes de começarmos a tratar da colonização do Brasil, precisamos entender como e por que Portugal se lançou nessa jornada em busca de novas terras pelo mundo.

A frota de Pedro Álvares Cabral, que aqui chegou no ano de 1500, surge num contexto de plena expansão marítima de diferentes nações europeias. Em meados do século XV, Portugal já era o grande destaque das navegações que se lançavam ao mar em busca de novos mercados comerciais para seus produtos e de novas terras para expandir sua economia e cultura – começava a se formar o chamado império marítimo português, que traçou diferentes rotas pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, como podemos ver no mapa abaixo:

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As rotas portuguesas, vídeo Youtube.

Os primeiros passos da colonização portuguesa: África e Ásia

Por meio da colonização, os portugueses encontraram meios de povoar e aproveitar economicamente os novos territórios descobertos. Eles chegaram em Ceuta, na África, em meados do século XV, depois atingiram Açores, Madeira, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Gana, entre outros. No litoral, os portugueses iam estabelecendo suas feitorias, entrepostos comerciais que abrigavam desde armazéns até a sede dos governos coloniais locais. Assim como viriam a fazer no Brasil algum tempo depois, a Coroa de Portugal escolheu o cultivo de produtos agrícolas, como o trigo e a cana-de-açúcar, como principal atividade econômica das colônias. O mesmo se daria no chamado Estado da Índia, colônia portuguesa que reuniu, no início do século XVI, as regiões de Goa, Málaca e Ormuz, controlando a rota de comércio da região. Além das dinâmicas comerciais, Portugal também fez trocas culturais com os povos africanos e orientais, principalmente no que se refere à introdução da religião católica nesses países, realizada nem sempre de forma pacífica.

O Tratado de Tordesilhas

Em 1492, antes da ocupação portuguesa na América, foi acordado o Tratado de Tordesilhas. Essa linha, que dividiria o mundo entre territórios pertencentes à Espanha e Portugal, surge da contestação de Portugal sobre a posse espanhola da região das Antilhas, descoberta por Colombo. Por isso, sob a égide do Papa Alexandre VI e após longa negociação entre D. João II com a Espanha, ficou estabelecido que as terras existentes a 370 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde pertenciam a Portugal. Isso garantiu ao reino português boa parte das terras do Brasil, seis anos antes da instalação das primeiras feitorias na costa sul-americana. O Tratado de Tordesilhas serviria também como delimitação para o traçado das capitanias hereditárias, mas, ao longo do tempo, acabou se tornando obsoleto e pouco respeitado pelos colonos.

Os primeiros passos do Novo Mundo, vídeo Youtube.

O descobrimento do Brasil?

Muito se discute sobre o chamado descobrimento do Brasil, considerado por muitos historiadores o “achamento do Brasil”. No tempo em que o Brasil é “encontrado”, muitos estudiosos e navegadores, como Cristóvão Colombo, já confirmavam a existência das terras na América que viriam a se tornar o nosso país. Fazia mais de sessenta anos desde que Portugal inciara a ocupação de ilhas no Atlântico, porém as terras brasileiras não despertavam seu interesse como as Índias e o lucrativo comércio que por lá estabeleciam. Por muito tempo, acreditava-se que o Brasil fosse apenas uma grande ilha.

A exploração do pau-brasil

Os primeiros passos da exploração da costa brasileira se deram pela instalação de feitorias no litoral da colônia e pela extração de pau-brasil. Um grupo de comerciantes portugueses, que recebeu terras arrendadas pelo rei de Portugal, passou a praticar o escambo (troca) da madeira com os indígenas. Isso porque, à medida que a madeira foi se esgotando no litoral, os europeus passaram a recorrer aos índios para obtê-la, pois os nativos já estavam habituados à derrubada de árvores – uma tarefa comum na sociedade tupinambá. Os índios forneciam a madeira e, em menor escala, farinha de mandioca, trocadas por peças de tecido, facas, canivetes e quinquilharias, objetos de pouco valor para os portugueses. O corante vermelho do pau-brasil seria utilizado em larga escala nas manufaturas têxteis da Europa.

Os povos indígenas

Ao chegarem às terras americanas que viriam a se tornar o Brasil, os europeus se depararam com uma população indígena bastante homogênea, distribuída ao longo da costa e na bacia dos Rios Paraná e Paraguai. Dadas as semelhanças culturais e linguísticas, foram tidos como principais blocos indígenas os tupi-guarani e os tapuias (ou tupinambás), esses últimos, todos aqueles que não falassem a língua tupi, por exemplo, os aimorés e os goitacases. Os tupis praticavam a caça, a pesca, a coleta de frutas e a agricultura, plantando gêneros para subsistência, como milho, feijão e abóbora. Para tanto, os indígenas utilizavam a técnica da queimada e esgotamento do solo, mais tarde adotada pelos portugueses.

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