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O Que são Esportes não Convencionais E Práticas Corporais Alternativas? Quais As Suas Possíveis Relações Com A Educação Física Escolar?

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Por:   •  12/3/2014  •  2.300 Palavras (10 Páginas)  •  2.846 Visualizações

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AS INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS NA PSICOLOGIA

O que caracterizou o Século XVII foi o movimento do Mecanismo, onde surgiu diversos tipos de máquinas inventadas com os mais variados objetivos. Entre tanto o relógio mecânico foi o de maior destaque. A relação entre este desenvolvimento maciço da tecnologia e a história da psicologia moderna, se dá porque neste período entendia-se que o universo fosse uma grande maquina, enquanto o ser humano seria uma pequena parte deste complexo equipamento. Galileu Galilei (1564-1642) e Isaac Newton (1642-1727) foram os precursores deste movimento, cujos adeptos entendiam que a perfeição e a sincronia mecânica derivavam da perfeição com a qual Deus havia construído o universo.

Durante o período do século XVII a busca pelas leis de medição que determinavam a tecnologia, a observação e a experiência tornaram-se diferenciais da ciência, as quais se atribuíam valores precisos e quantificáveis, principalmente em fenômenos do universo natural. Desta forma, o relógio mecânico foi uma metáfora perfeita e modelo para o universo físico que norteou o espírito mecanicista. Esta associação deu origem ao movimento denominado Determinismo, a crença de qualquer ação seria determinada pelos eventos do passado, como ocorrem na operação de um relógio a partir de uma sequencia operada com regularidade no funcionamento das peças que compõem as máquinas.

Dado que era fácil desmontar um relógio e verificar exatamente a operação de suas engrenagens o movimento passou a ser chamado de Reducionismo, isto é para compreender o funcionamento de um relógio bastaria desmontá-lo reduzindo-o aos seus componentes básicos, conceito este que caracterizou toda a ciência, incluindo a nova psicologia, sobre a qual pairava uma dúvida: “Se o universo era uma máquina organizada, previsível, observável e mensurável; seria igualmente o ser humano uma máquina criada por Deus?” (SCHULTZ e SCHULTZ, 2006, p.28).

Em contra posição ao movimento determinista, surgiu o Empirismo, que buscava o conhecimento a partir da observação da natureza e experimentação. Nesse, a atribuição do conhecimento se dava a partir da experiência. O matemático Charles Babbage (1791-1871) confeccionou uma calculadora que simulava as ações mentais; era uma tentativa de demonstrar uma inteligência artificial e, que se transformou na base para os computadores modernos.

Até o Século XVII os filósofos buscavam respostas na antiguidade grega e na Bíblia, quando o processo de investigação fundamentava-se no neo-platonismo de Santo Agostinho e no aristotelismo de São Tomas de Aquino, submetido às forças impostas pelo dogmatismo da autoridade da Igreja Católica Apostólica Romana. Essa foi à tônica que norteou o período que compreendeu o século XVII ao XIX, o homem como uma máquina e a aplicação do método científico na investigação do comportamento humano, incluindo seu funcionamento mental, que o reduzia a uma máquina supostamente capaz de pensar.

A questão do Mecanicismo na relação Mente-Corpo teve sua grande relevância histórica e filosófica a partir de René Descartes (1596-1650); um dos filósofos que configurou o pensamento moderno ocidental. Entendia Descartes, também, a explicação da harmonia e a ordem do universo a partir da regularidade do relógio tanto quando do universo arquitetado por Deus, mas estava sob a questão mente-corpo que gerava controvérsias entre os intelectuais da época, onde a questão era: “(...) se a mente e o corpo são de naturezas diferentes, qual a relação existentes entre eles?” (SCHULTZ e SCHULTZ, 2006, pg. 35).

A dualidade desta questão implicava obter-se a certeza de que mente e corpo seria de naturezas diferentes; conhecer as relações que mantinham em suas inter-relações e, saber se agiam independentemente ou se mutuamente se influenciavam, dado que por muitos anos foram influenciados pelo (alma ou o espírito) e o corpo eram de naturezas distintas. Antes de Descartes a teoria predominante era de que mente e corpo mantinha uma interação unilateral, onde a mente era capaz de exercer grande influência sobre o corpo e este pouco efeito produziria sobre a mente. Descartes concordou parcialmente com esta teoria; para ele mente e corpo eram realmente compostos de diferentes essências, porém as influencias eram mútuas, mas a influência do corpo sobre a mente era maior do que o que se acreditava.

Para Descartes, a mente exerceria uma única função: o pensamento, enquanto os demais processos seriam funções do corpo, o que significaria uma dualidade físico-psicológica. Essa foi uma proposta radical que influenciou de forma relevante a psicologia da época. A primeira grande repercussão do pensamento cartesiano foi a mudança do foco dos pesquisadores, que passaram do conceito teológico abstrato de alma, para o estudo científico da mente e dos processos mentais, o que gerou a transferência dos métodos de investigação da análise metafísica para a observação e experimentação objetivas, porém continuaram respeitadas as teorias que entendia a substância material do corpo e, a liberdade do pensamento na mente, ambos, mente e corpo, interagindo dentro do organismo humano. Descartes localizou o cérebro como centro destas interações, mais precisamente no corpo pineal, no qual a interação ocorre por uma via de mão dupla.

Descartes evoluiu sua teoria para a chamada undulatio reflexa, um movimento não comandado pela vontade consciente do indivíduo e, por isso conhecido como o autor da teoria do ato de reflexo. “O comportamento reflexo não envolve pensamento nem processo cognitivo, parece muito mias ser mecânico ou automático, e assim, Descartes se tornou o precursor da moderna teoria do behaviorismo, de estímulo e resposta” (SCHULTZ e SCHULTZ, 2006).

Os estudos cartesianos também serviram de subsídio para a hipótese científica da previsibilidade do comportamento humano, no qual as reações do corpo mecânico podem ser previstas e calculadas se os estímulos forem conhecidos. Este conceito fez parte da Doutrina das Idéias de Descartes, que também influenciou profundamente a psicologia moderna, na qual afirmava ser a mente produtora de dois tipos de idéias. Esta doutrina afirmava que as idéias derivadas são resultantes de estímulos externos resultantes das experiências dos sentidos, mas que também existiriam as idéias inatas que não são produzidas por objetos do mundo externo que invadem os sentidos e, sim desenvolvidas a partir da mente ou do consciente. Embora as idéias inatas possam existir independentemente das sensações, é possível serem percebidas na presença das experiências adequadas, tais como a idéia de Deus, do “eu”, da perfeição e do infinito (SCHULTZ

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