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O Segredo De Luisa

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Por:   •  4/11/2014  •  2.624 Palavras (11 Páginas)  •  384 Visualizações

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MARINGA MANAGEMENT

MARINGA MANAGEMENT RESENHA DE LIVRO: O SEGREDO DE LUÍSA

RESENHA

DOLABELA, Fernando. O SEGREDO DE LUÍSA. São Paulo: Picture, 1999.

O SEGREDO DE LUÍSA

ALAN ANDRÉ APARECIDO BEZERRA

(G – FACULDADES NOBEL)

alancamarada@yahoo.com.br

Pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas

de São Paulo (FGV), mestre em administração

pela Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG), professor da UFMG, consultor,

empresário, diretor, autor de vários trabalhos

e livros, coordenador e criador da

metodologia de ensino de

Empreendedorismo. Em meio a tantos

títulos, o mineiro Fernando Dolabela, pai de

três filhos, visa, através do livro “O Segredo

de Luísa”, levar aos leitores os meios

necessários para a compreensão e

conseqüente disseminação do tema

Empreendedorismo. Não só em meio

acadêmico, mas, sobretudo no convívio

social, pois o Brasil é considerado um país de

empreendedores, mesmo com a maioria da

população ainda desconhecendo o termo

empreendedorismo.

Segundo Chiavenato (2005, p. 5), “o

empreendedor é a pessoa que consegue

fazer as coisas acontecerem, pois é dotado

de sensibilidade para os negócios, tino

financeiro e capacidade de identificar

oportunidades”. Dolabela é fiel a essa

definição, que retrata exatamente o perfil da

personagem Luísa.

O presente trabalho procura apresentar,

ainda que de forma resumida, as principais

ideias do livro. Para tanto, optou-se por

obedecer a ordem de divisão do livro, ou

seja, a análise de dará em seis momentos,

acompanhando cada um dos seis capítulos

estabelecidos pelo autor. Além disso, serão

incluídos, sempre que necessário,

pensamentos e definições de outros autores,

estabelecendo assim uma comparação de

ideias.

No primeiro capítulo, intitulado “A motivação

e o perfil do empreendedor”, Dolabela inicia

a história, descrevendo o perfil da

personagem Luísa e o ambiente em que a

personagem foi criada. Nesse capítulo

Dolabela apresenta o perfil da personagem,

uma jovem de 20 anos, apontando nela

algumas características do perfil

empreendedor. Luísa sonha em ter seu

próprio negócio, como sua tia, e assim

conseguir liberdade financeira. Esse sonho

ganha força com a ideia de fabricar goiabada

em escala industrial. Para Bernhoeft (1997, p.

25), “nada se inicia sem um sonho, ponto de

partida de todas as ações e realizações.

Nenhum empreendedor chegará a lugar

algum se não tiver sonhado antes com o que

deseja alcançar”.

É interessante notar a maneira como o autor

destaca a admiração da personagem Luísa

pela sua tia Fernanda, proprietária da loja

Sereia Azul, principal ponto de encontro e

discussões dos mais variados assuntos na

cidade. A vida pessoal de Luísa é descrita

pelo autor como uma sucessão de dúvidas e

conflitos, onde a personagem se vê dividida

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entre seus sonhos e ambições e a realização

pessoal de seus pais, que idealizam o futuro

da filha, desde sua vida profissional até a vida

amorosa. Luísa é estudante de odontologia e

noiva de Delcídio, que devido a pouca

formação escolar que possuía, era contrário

aos estudos da noiva. O desfecho do capítulo

se dá com a cumplicidade entre Luísa e

Fernanda, onde a personagem principal

consegue o apoio da pessoa que mais

admira.

Outro ponto interessante nesse primeiro

capítulo são as deixas do autor, onde através

de algumas passagens destacadas no texto,

Dolabela insere características importantes

do empreendedor nato, demonstrando assim

o talento natural de Luísa na atividade

empreendedora. “Existem pessoas que

apresentam características empreendedoras

desde muito cedo” (BERNHOEFT, 1997, p.

23). Essas deixas estão presentes em todo o

texto, sempre trazendo informações valiosas

à respeito do tema central do livro, a

atividade empreendedora, visando auxiliar a

compreensão do tema e facilitar o

entendimento da leitura.

O segundo capítulo, intitulado “A validação

de uma ideia”, tem início com a volta de Luísa

à Belo Horizonte, cidade onde cursa o quinto

ano de odontologia. Nessa volta, Luísa

procura encontrar soluções rápidas para

conseguir concretizar o sonho de abrir o

próprio negócio e demonstrar a seus pais e

familiares que estava certa da decisão que

tomara e que não iria desistir. Luísa procura

compartilhar sua ideia com pessoas que

entendam de negócios, com quem pudesse

conversar e aconselhar-se.

Nesse momento da história surge Pedro,

professor e criador de uma disciplina de

empreendedorismo. Luísa procura Pedro, a

fim de esclarecer dúvidas e obter

informações necessárias para o seu

empreendimento. Porém, após expor sua

ideia e conversar com o professor, Luísa se vê

mergulhada em novas dúvidas e sem os

esclarecimentos que queria. O professor

Pedro recomenda à jovem que faça um plano

de negócios1.

Após conversar com Pedro a respeito das

condições necessárias para a abertura de

uma empresa, Luísa percebe que seria difícil

conciliar sua futura carreira empreendedora

com seus estudos, pois seu tempo seria

escasso. Decide então dedicar-se à validação

de sua ideia e praticamente abandona o

curso de odontologia. Pedro aconselha a

jovem a procurar um “padrinho”, uma pessoa

que pudesse ajudá-la a planejar e começar

seu negócio. Luísa sonhava em abrir uma

empresa para produzir em escala industrial

um produto famoso e muito apreciado pelos

moradores de Ponte Nova, a conhecida

goiabada-cascão. A empresa seria batizada

como Goiabadas Maria Amália Ltda., em

homenagem à sua avó falecida. “As mulheres

não só estão começando mais negócios do

que antes, como também o estão fazendo

em setores não-tradicionais e com planos

ambiciosos de crescimento e lucros”

(Longenecker, Moore e Petty, 1998, p. 16).

Dolabela descreve vários encontros entre

Luísa e o professor Pedro, sempre tendo

como assunto principal a GMA (sigla da

empresa que Luísa pretendia abrir) e os

progressos e dúvidas de Luísa em relação ao

processo de iniciar uma empresa. Em todos

os encontros Luísa obtinha informações

valiosas sobre como encontrar

oportunidades e aproveita-las, identificar

mercados e formar seu produto. Fazendo uso

de um software próprio para trabalhar seu

plano, o MakeMoney, Luísa conseguia

1 Segundo Chiavenato (2005, p. 128), plano de negócios “é

um conjunto de dados e informações sobre o futuro

empreendimento, que define suas principais

características e condições para proporcionar uma análise

da sua viabilidade e dos seus riscos, bem como para

facilitar sua implementação”.

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MARINGA MANAGEMENT RESENHA DE LIVRO: O SEGREDO DE LUÍSA

desenvolver um planejamento gradativo, que

sempre era alterado quando ela conhecia um

novo concorrente ou contato. Isso

possibilitava o amadurecimento de Luísa em

relação aos seus planos. Entusiasmada, Luísa

decide procurar Eduardo, um amigo e

consultor em administração, e lhe mostra o

esboço de um planejamento, resultante de

meses de trabalho.

No início Eduardo mostra-se conservador,

mas aos poucos se rende ao entusiasmo e

confiança de Luísa e passa a instruí-la,

explicando conceitos e processos necessários

para que a jovem empreendedora pudesse

enriquecer seu plano de negócios e organizar

a empresa, de modo a propiciar condições

favoráveis à gerência de seus processos. O

desfecho do capítulo se dá com a reunião

proposital na casa da família de Luísa, onde

ela é confrontada com os objetivos traçados

pela família, visando devolver Luísa à sua

antiga vida, quando nem pensava em ser

empreendedora.

Nesse capítulo, Dolabela mostra ao leitor a

preocupação de Luísa em não desistir de seu

sonho e empenhava-se para aprender o que

fosse necessário sobre a atividade a qual

pretendia dedicar-se, empresária iniciante,

com muitos sonhos e pouca instrução para

atuar no mercado. Para não desistir de seu

sonho, Luísa passou por uma grande

mudança em sua vida, abandonando suas

atividades cotidianas e descobrindo um novo

mundo, repleto de conhecimentos,

experiências e desafios. De acordo com

Chiavenato (2005), o empreendedor possui

três características básicas – necessidade de

realização, disposição para assumir riscos e

autoconfiança. Luísa possui as três.

O terceiro capítulo, intitulado “O

empreendedor busca ajuda”, começa com

outra visita de Luísa ao professor Pedro, seu

orientador e amigo. O professor recomenda a

Luísa que procure um “padrinho”, de

preferência um empresário, para auxiliá-la na

criação de sua empresa. A pessoa escolhida

por Luísa para apadrinhar sua ideia era o

empresário André Ferreira Oliveira,

proprietário de uma fábrica de biscoitos, a

Biscoitos Santa Luzia. Luísa tinha certeza de

que o resultado daquela reunião poderia

mudar sua vida.

Ao ser recebida pelo senhor André, Luísa logo

tratou de direcionar a atenção do empresário

para seus planos, pois sentia que ele não

estava muito interessado no motivo que a

levara até sua sala. Fazendo uso do recorte

de uma embalagem de um produto ,

Biscoitos Santa Luzia que acabara de ser

lançado no exterior, Luísa conseguiu

despertar o interesse do empresário. Seguise

então uma conversa animadora para Luísa,

terminando da maneira como a jovem

queria, pois ela havia conseguido um

padrinho para sua ideia.

O quarto capítulo, intitulado “O plano de

negócios”, é iniciado com a exposição de um

cronograma preparado por Luísa, onde a

personagem ordena e planeja a ações que

deverão ser tomadas no futuro. Assim, ela

poderia executar as tarefas necessárias para

o seu empreendimento de maneira ordenada

e planejada. Esse capítulo também é

marcado pela constante exposição de

quadros indicadores, que possibilitam ao

leitor acompanhar todas as atividades

desenvolvidas por Luísa em seu empenho

para conseguir abrir sua própria empresa.

Luísa estava ciente de tudo o que fizera até

aquele momento, desde o momento em que

teve a ideia de ter o seu próprio negócio até

o desenvolvimento da ideia de produto e

visão da GMA. No entanto, ela sabia que

precisava verificar se GMA seria viável ou não

passaria de um sonho. Desenvolveu então

seu plano de marketing e uma análise

financeira, para então obter resultados

concretos e validar ou não a sua ideia. Nesse

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capítulo Dolabela apresenta uma Luísa

madura, convicta de seus objetivos, e, ciente

do que deveria fazer para realizá-lo. A

personagem assimilou muito bem todos os

conhecimentos passados por Pedro, Eduardo

e André. Estava pronta para iniciar a parte

mais difícil de seu trabalho, obter através de

pesquisas o conhecimento necessário para

identificar o perfil do mercado em que iria

atuar.

Pretendia assim conhecer concorrentes,

fornecedores e clientes. Mesmo preocupada

com os acontecimentos em Ponte Nova,

onde seus familiares planejavam seu

casamento com Delcídio e seu futuro como

dentista, Luísa encontrava ânimo para

continuar trabalhando sua ideia. Assim, ela

realizou a análise do setor de mercado,

concorrentes, fornecedores e clientes,

obtendo informações importantes para o seu

plano de negócios, ainda em

desenvolvimento. Esse processo levou

meses, isolando Luísa de sua vida em Ponte

Nova e tomando-lhe todo o tempo de que

pudesse dispor. Em meio a tudo isso,

acontece uma reviravolta na vida afetiva de

Luísa.

A jovem descobre que sente uma grande

atração pelo amigo Eduardo e decide então

terminar o noivado com Delcídio. O

rompimento do noivado representou o fim

de um período de angústias e preocupações

para Luísa, trazendo a paz que tanto

precisava para continuar a empenhar-se em

seu sonho. Luísa continuou trabalhando e

acumulando conhecimentos valiosos sobre o

mercado em que a GMA iria atuar. Em meio a

pesquisas, análises e estudos sobre o

mercado e seus componentes, Luísa retorna

por alguns dias ao ambiente familiar, para

participar das comemorações do aniversário

de 90 anos de sua avó falecida, a senhora

Maria Amália.

O professor Pedro viera como convidado de

Luísa, pois ela pretendia aproximá-lo de sua

tia Fernanda. Sabia que algo especial poderia

acontecer entre os dois. Porém, a discrição

de Pedro e a postura de Fernanda limitaram

o encontro a um bate-papo de amigos.

Retornando a Belo Horizonte, Luísa tem um

novo encontro com seu “padrinho”, o senhor

André e apresenta-lhe os resultados de seu

trabalho até aquele momento. Como de

costume, Luísa obteve muitos

esclarecimentos e instruções para a

continuidade de seu trabalho. Até mesmo do

namorado de sua irmã ela conseguiu

importantes informações sobre o

funcionamento de empresas juniores e

incubadoras de empresas.

Mas foi surpreendida com a notícia de que

seria a oradora de sua turma na formatura.

Assim, entre preparativos e a festa, muito

tempo foi perdido. Mas esse período passou

e o trabalho recomeçou, com grande

intensidade, exigindo total dedicação. Essa

situação provocou insegurança em Eduardo,

que de amigo passou a ser namorado e

desconfiava das ausências de Luísa, passando

a investiga-la. Foi assim que ele descobriu

que Luísa era voluntária e realizava trabalhos

numa instituição chamada “Caminhos da

criança”, que se dedicava a cuidar de crianças

abandonadas. Ela havia descoberto o

“segredo de Luísa”, mas sentiu-se culpado e

decidiu confessar a Luísa o que fizera,

causando muita decepção na jovem. No

entanto, não foi suficiente para abalar Luísa,

que ficara muito animada ao descobrir que a

GMA era viável e que certamente teria

sucesso.

O quinto capítulo, intitulado “A busca de

recursos para implementação da empresa”,

tem início com Dolabela demonstrando a

dificuldade de Luísa para conseguir dinheiro

para investimentos iniciais. O valor era muito

maior do que o previsto por Luísa, fazendo

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com que ela procurasse soluções externas

para resolver esse problema. Primeiramente

a jovem empreendedora procurou o banco

de que era cliente, esperando a concessão de

um empréstimo para arcar com essas

despesas inicias, porém, como não meios

materiais para garantir que a dívida seria

paga, o empréstimo foi negado. Decidiu

então procurar seu padrinho, o senhor

André, que lhe sugeriu a busca de parceiros

para formar uma sociedade. O plano de

negócios da GMA já estava pronto, portanto

seria muito útil para ajudar a conquistar um

possível sócio. Inicialmente Luísa rejeitou a

idéia de dividir seu sonho com outra pessoa,

mas logo percebeu que era a única

alternativa de que poderia utilizar-se.

Através do senhor André ela conseguiu

contato com três possíveis parceiros. Restava

então reunir-se com cada um e ouvir e

analisar suas propostas. O primeiro foi o

empresário Dr. Celso, atuante em vários

setores, principalmente na área de laticínios,

que lhe ofereceu 10 mil reais pela idéia da

empresa e pelo plano de negócios, causando

um sentimento de indignação e ofensa em

Luísa. A proposta não despertara nenhum

interesse. O segundo contato foi com o

senhor Acácio Dalsecco, presidente da

indústria de alimentos Santa Luzia (IASAL).

Segundo a proposta do senhor Acácio, seria

estabelecida uma sociedade, na qual Luísa

teria 10% da GMA e ocuparia o posto de

gerente.

A administração da GMA seria

responsabilidade de Luísa, mas teria que

prestar contas a Acácio sobre o andamento

da indústria. Essa proposta também não

agradou Luísa, porém, devido a dificuldade

em contatar o terceiro indicado, parecia a

única saída para Luísa.

Quando tudo caminhava para um acerto com

a IASAL, Luísa foi surpreendida com o

telefonema de Romeu Neto, o terceiro

indicado, que pretendia fazer-lhe uma

proposta. Romeu Neto era proprietário de

uma indústria de compotas, a Doceminas,

que operava com capacidade ociosa.

Segundo sua proposta, Luísa poderia utilizar

as instalações da Doceminas para produzir a

goiabada, tendo que pagar o preço unitário

pela industrialização e contando com três

meses de carência, ou um contrato de risco,

onde Romeu Neto teria direito a 10% do

faturamento Bruto. Essa proposta agradou

Luísa, que seria a única proprietária da GMA.

O acordo com Acácio estava descartado.

O sexto capítulo, intitulado “A consolidação”,

marca o final da história de Dolabela,

demonstrando o sucesso alcançado pela

GMA e o reconhecimento de Luísa frente à

sociedade. Dolabela descreve a evolução da

empresa, desde as dificuldades iniciais até a

superação destas e conseqüente

crescimento.

A GMA contava com uma linha de produtos,

todos derivados da goiabada, incluindo balas,

biscoitos, potes para merenda escolar e

chocolate com pedaços de goiabada, este

último desenvolvido especialmente para o

mercado exterior, pois a GMA já exportava.

Luísa contava com parceiros e

representantes em três países – Estados

Unidos, Argentina e Espanha – e pretendia

entrar no mercado alemão. Viagens ao

exterior eram constantes, sempre

procurando novos mercados e oportunidades

de negócio. Naquele ano Luísa recebeu o

prêmio de Melhor Empreendedor Global do

Estado de Minas Gerais, poucos dias após a

morte de um de seus mais queridos parentes,

a vovó Mestra.

Dolabela procura destacar na obra a

importância da atividade empreendedora,

por meio da bem sucedida história de Luísa.

Para tanto, o autor insere na personagem as

características do perfil empreendedor,

moldando nela uma personalidade

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empreendedora, acusada nas atitudes e no

comportamento da jovem. Assim, Dolabela

deixa claro que o perfil empreendedor não é

algo que adquire-se com convívio e troca de

experiências entre pessoas. Para o autor essa

característica é nata, isto é, o indivíduo já

nasce com ela.

Segundo Chiavenato (2005, p. 3), “o

empreendedor é a pessoa que inicia e/ou

opera um negócio para realizar uma ideia ou

projeto pessoal assumindo riscos e

responsabilidades e inovando

continuamente”. Luísa queria realizar seu

sonho e ter independência financeira, ou

seja, tinha uma ideia que se tornou um

projeto, e sentia que teria sucesso em sua

empreitada. Era muito autoconfiante e

dedicada. “Os indivíduos que possuem

autoconfiança sentem que podem enfrentar

os desafios que os confrontam. Eles têm uma

noção de domínio sobre os tipos de

problema que podem encontrar”

(LONGENECKER, MOORE E PETTY, 1998, p.

10).

A personagem Luísa enquadra-se no perfil

descrito por todos esses autores, mesmo

tratando-se de uma mulher. A autoconfiança

é uma característica marcante na

personagem de Dolabela. “A presença das

mulheres é crescente nas funções executivas,

na política e em tantos outros segmentos da

sociedade empresarial” (BERNHOEFT, 1997,

p. 20). O fato de ser mulher não impediu

Luísa de obter sucesso em sua empreitada.

Isso demonstra que a obra, além de atual,

não esbarra em nenhum tipo de

discriminação e não se prende em nenhum

princípio ou conceito ultrapassado.

“O segredo de Luísa” é uma obra que

apresenta linguagem simples, de fácil

compreensão para o leitor. Além disso, há o

cuidado de Dolabela em explicar conceitos e

termos relacionados ao tema principal do

livro, o empreendedorismo. Assim, fica

evidente a preocupação do autor em facilitar

a leitura e entendimento da obra pelo leitor.

Esse cuidado resulta num livro digno de

elogios e indispensável para a literatura do

empreendedorismo. É uma obra de extrema

relevância para o aprendizado e

compreensão dos fatores que conduzem a

prática do empreendedorismo.

Essa obra deve constar no aprendizado de

acadêmicos de qualquer curso de nível

universitário, pois como a história do livro

demonstrou, não é preciso que se estude

administração para poder desenvolver o

espírito empreendedor. Além disso, qualquer

pessoa que tenha interesse em investir na

atividade empreendedora também deve ter

acesso a essa obra, rica em conhecimentos e

extremamente fácil de ser compreendida.

BIBLIOGRAFIA

BERNHOEFT, Renato. COMO TORNAR-SE

EMPREENDEDOR (EM QUALQUER IDADE).

São Paulo: Nobel, 1997.

DOLABELA, Fernando. O SEGREDO DE LUÍSA.

São Paulo: Picture, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto.

EMPREENDEDORISMO: Dando asas ao

espírito empreendedor. 1. ed., São Paulo:

Saraiva, 2005.

LONGENECKER, Justim G.; MOORE, Carlos W.

e PETTY, J. William. ADMINISTRAÇÃO DE

PEQUENAS EMPRESAS: Ênfase na gerência

empresarial. São Paulo: Makron Books, 1998.

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