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Organização Escolar

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Por:   •  13/5/2014  •  5.906 Palavras (24 Páginas)  •  339 Visualizações

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ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

As concepções teórico-metodológicas que permeiam a administração educacional, como também as teorias e tendências presentes na atualidade são objetos de nosso estudo no programa desse concurso. Isso vai nos ajudar a pensar o modo de gestão dos sistemas de ensino e das escolas.

Compreender a administração escolar nos remete à discussão acerca do conceito de administração em geral e às transformações que esta sofre, de acordo com a forma como a sociedade está organizada, considerando, sobretudo, seus princípios, finalidades e funções.

Segundo o Dicionário Aurélio, administração “é um conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado”.

Martins (1994, p. 22) define a administração como “processo de planejar para organizar, dirigir e controlar recursos humanos, materiais, financeiros e informais, visando à realização de objetivos”.

Observando os conceitos acima, notamos que termos como controle, produtividade e eficiência, característicos do modo de produção capitalista, estão presentes neles. No entanto, a administração enquanto atividade essencialmente humana precede a organização da sociedade sob a ótica capitalista.

Nesse sentido, Paro (1999, p. 18), ao discutir o conceito de administração abstraído dos determinantes sociais, a define como “utilização racional de recursos para a realização de fins determinados”. Assim, tanto os princípios quanto a função da administração estão diretamente relacionados aos fins e à natureza da organização em uma dada realidade social. Por exemplo, na empresa capitalista, que tem como objetivo a acumulação do capital, a função da administração é organizar os trabalhadores no processo de produção, otimizar o instrumental de trabalho e disponibilizar as matérias-primas, objetivando o controle das forças produtivas do planejamento à execução das operações, visando à maximização da produção e do lucro.

A palavra administração vem do latim ad (direção, tendências para) e minister (subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro. No entanto, a palavra administração sofreu uma radical transformação em seu significado original A tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação. Assim, a administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos (CHIAVENATO, 2000, p. 6 e 7).

Observando os conceitos acima, notamos que termos como controle, produtividade e eficiência, característicos do modo de produção capitalista, estão presentes neles. No entanto, a administração enquanto atividade essencialmente humana precede a organização da sociedade sob a ótica capitalista.

A escola é uma instituição social dotada de especificidades e, como tal, sua administração deve ser diferenciada da administração empresarial. A natureza do processo pedagógico da escola impossibilita a generalização do modo de produção autenticamente capitalista, uma vez que o estudante é, ao mesmo tempo, objeto (beneficiário, estando presente no ato da produção) e sujeito do ato educativo, já que participa ativamente da atividade pedagógica.

Assim, o estudo que vamos fazer sobre as concepções teórico-metodológicas que permeiam as discussões acerca da administração educacional, busca identificar e discutir os argumentos utilizados por correntes teóricas as quais indicam que os princípios utilizados na administração escolar devem ser os mesmos empregados na empresa, bem como os argumentos utilizados por correntes contrárias a essa indicação.

Este estudo, portanto, busca analisar as teorias e tendências presentes nessas discussões, visando a levantar elementos que possibilitem aos gestores repensar seu papel nos processos eminentemente educativos, tendo em vista que o fazer político-administrativo da escola é um fazer pedagógico, já que se desenvolve “nos diversos momentos da prática pedagógica, ou seja, no ato de ensinar, nas lutas políticas, no planejamento, na organização pedagógica da escola, na gestão, na relação com a comunidade” (DOURADO, 1998, p. 90).

Administração da educação: concepções e teorias

A educação pode ser entendida como a apropriação da cultura, historicamente produzida pelo homem, e a escola enquanto locus privilegiado de produção sistematizado do saber. Isso significa que a escola precisa ser organizada no sentido de que suas ações, que devem ser eminentemente educativas, atinjam os objetivos da instituição de formar sujeitos concretos: participativos, críticos e criativos.

Diferentemente das empresas, que “visam à produção de um bem material tangível ou de um serviço determinado, imediatamente identificável e facilmente avaliável” (PARO, 1999, p. 126), a organização escolar, cuja meta básica é a produção e a socialização do saber, têm por matéria prima o elemento humano, que, nesse processo, é sujeito e objeto. Desse modo, compreende-se que a organização escolar visa a fins que não são facilmente mensuráveis e identificáveis.

Nesse sentido, administrar uma escola não se resume à aplicação dos métodos, das técnicas e dos princípios utilizados nas empresas, devido à sua especificidade e aos fins a serem alcançados.

Nesse contexto, Paro (1996, p. 7) sinaliza que, se considerarmos que a administração implica a “utilização racional de recursos, para a realização de fins determinados”, a administração da escola

“exige a permanente impregnação de seus fins pedagógicos na forma de alcançá-los”.

As discussões acerca da administração educacional no Brasil são demarcadas, sobretudo, pelas concepções diferenciadas presentes nas correntes teóricas que tematizam a organização empresarial e a organização escolar, como também pelos procedimentos a serem adotados na administração de ambas.

Uma corrente de estudiosos defende que os procedimentos administrativos a serem adotados na escola devem ser os mesmos adotados na empresa. Para esses teóricos, os problemas existentes na escola são decorrentes da administração,

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