Por que Gerenciar Riscos

O texto “Por que gerenciar riscos?” trata como a gestão de risco pode trazer valor e ser um diferencial para a empresa que consegue administrá-lo. Controlando, previnindo, mitigando, transferindo riscos, além de se expor a riscos controlados, uma empresa pode fazer com que estes fatores sejam um diferencial competitivo de Mercado.

Eliminando questões de incertezas (ausência de imperfeições) o gerenciamento de riscos corporativos é desnecessário. Franco Modigliani e Merton Miller propuseram que: “políticas financeiras da firma são irrelevantes quando se satisfazem as seguintes condições: não há custos adicionais associados à maior probabilidade de deterioração financeira; A política não causa efeitos tributários; e a empresa possui uma política de investimentos fixa e sustentável.”

Entretanto, o PMBOK definine risco como sendo um evento ou condição incerta que poderá ter um efeito positivo ou negativo sobre no mínimo um objetivo do projeto, como tempo, custo, escopo ou qualidade. Baseado na definição do PMBOK, a gestão de risco pode fazer diferença tanto para a firma quanto para investidores e acionistas.

Todo este cenário de incertezas (imperfeições) torna a gestão de risco relevante. Por exemplo, a ameaça de dificuldade financeira pode provocar grandes riscos nas operações e posicionamento estratégico para a empresa. É necessário atentar para que o custo de proteção não seja maior que o valor a ser protegido.

O PMBOK define alguns processos para o gerenciamento dos riscos do projeto que tratam do planejamento, identificação, análise qualitativa e quantitativa, respostas, monitoramento e controle, buscando maximizar a probabilidade e as consequências de eventos positivos e minimizar estas mesmas características em eventos adversos aos objetivos do projeto.

Na prática, existem algumas ferramentas e técnicas, umas amplamente difundidas, que podem nos auxiliar na identificação, na quantificação e qualificação, e ainda na busca de respostas a estes riscos.

O gerenciamento de risco usado para a proteção do fluxo de caixa (hedge do fluxo de caixa) apoia a empresa a prever com maior exatidão seus fluxos de caixa futuros e a definir um nível realista de gastos de forma a não ser afetada por flutuações momentâneas.

Para amenizar os efeitos tributários as empresas utilizam a gestão de risco para estabilizar seus lucros e impostos em cenários de regras tributárias progressivas ou convexas. É muito utilizada para empresas que não conseguem arcar com prejuízos operacionais de um ano para ser compensado no exercício fiscal do ano seguinte.

Em custos de transação é possível ver com mais clareza a importância do gerenciamento de risco, pois se um acionista não consegue realizar operações de gestão de risco de modo tão barato e eficiente quanto a empresa, certamente investidores se beneficiarão nestas operações.

A falta de informações, principalmente para os acionistas, leva a uma má gestão de risco com tomada de decisões erradas. Como exemplo, a empresa pode reduzir o investimento em uma área ou no fluxo de caixa sem a real necessidade levando a perda de capital ou participação de Mercado.

Para cada um dos riscos mencionados, assumindo que não conseguimos eliminá-los e devemos aceitá-los, é necessário selecionar a estratégia ou associação de estratégias com maior probabilidade de eficácia como forma de maximização do valor. De outra forma, o projeto e o futuro da empresa estarão seriamente ameaçados.