Primeira Parte: A Teoria e Possibilidade

Levitação:

Primeira parte : A teoria e possibilidade.

A teoria.

Desde há muito tempo que a comunidade ocidental se questiona sobre a veracidade de certos relatos orientais referindo-se a homens que podem vencer a força da gravidade sem qualquer auxilio de engenhos voadores. A curiosidade pública sobre este fenómeno, levou a que rapidamente se desenvolvessem fraudes mais, ou menos, perfeitas procurando imitar o que sempre atraia grandes multidões.

Descrições fantásticas deste fenómeno podem ser observadas nos textos Védicos da Índia antiga. Aliás os relatos de levitação são parte integrante da história desse país. Porém, este fenómeno não se tem vindo a registar somente nos países orientais, José de Cupertino, São Francisco de Assis e muitos outros Místicos ocidentais eram capazes de repetir tais façanhas, aparentemente, sem a menor dificuldade. Antes de fazer qualquer avanço deixarei bem claro que existe uma grande diferença entre levitação e alguns voos levados a cabo por grandes Mestres tais como V.M. Samael Aun Weor, Fundador do Movimento Gnóstico, actualmente sob o nome de Instituto Gnóstico De Antropologia, S. Francisco de Assis, O Divino Mestre Jesus, e M. Helena Blavatsky, que para além de possuírem o poder de levitar mergulhavam os seus corpos físicos no Plano Astral podendo submete-los às leis existentes nesse plano.

A levitação é um fenómeno muito curioso, pois, para um estudante sério de ocultismo será facilmente conseguida, já que este aspira a uma Obra muito mais Elevada. Podemos com segurança afirmar que é um poder mais reservado a neófitos do que propriamente a estudantes avançados. A levitação em si é um prodígio diferente de tudo o resto, pois a sua natureza é única e assombra curiosos sem que necessariamente esteja implícita a manifestação de um poder Sagrado e apenas reservado a praticantes Iniciados. Contudo, este tão ansiada façanha pode ser uma espada de dois gumes, já que facilmente garante uma auto- prestigiação do "ego" e não do Ser. Desta forma o verdadeiro estudante deverá continuar a ser eclético nas suas demonstrações e apenas se submeter a elas caso não lhe tenha sido exigida uma prova frontal. Será sempre de evitar uma demonstração perante aquele que duvide do nosso conhecimento, a menos que isso possa desviar, ou afectar alguém na sua progressão.

Desde muito cedo que os Católicos consideram aquele que levita, submetendo-se-lhes, como santo, e aquele que repete a mesma façanha, porém pertencendo a outra doutrina, como herege ou adorador do Diabo. não ficaria descansado se não esclarecesse que esse tipo de Católicos se formou apenas seiscentos anos após a morte(?) de Cristo, pois que o seu Dharma se esgotou e o seu Sagrado grupo se degenerou. Neste aspecto é de salientar o extremo cuidado em demonstrações que envolvam pessoas crentes e pertencentes ao Clero.

Muitos são aqueles que, em palco, têm vindo a fraudear a verdadeira levitação, pelo que fazem esta prática parecer algo de ridículo e pertencente a artistas de circo. O facto é que existem inúmeras formas de falsear este fenómeno, desde truques fotográficos, de métodos terrivelmente fraudulentos, e aparelhos inteligentemente concebidos que podem garantir a ilusão a qualquer pessoa que se encontre a relativa distância. Vejamos alguns exemplos para melhor explanar este tipo comum de fraudes.

Um dos truques mais conhecidos é aquele em que um Sr. elegantemente vestido levita, pelo poder do pensamento, uma bela jovem hipnotizada. Este belo quadro Don Juanesco é uma das mais ardilosas fraudes concebidas pelos charlatães.

O espectador fascinado, observa que o suposto magista passa um arco em volta da levitada sem que este prenda em qualquer suporte que a pudesse manter assim. O truque é simples... Por trás do sapato do ilusionista entra uma viga de metal encaixada no palco, disposta de uma forma que parece imperceptível ao espectador, essa barra sobe até ao ombro e é movida por um sistema hidráulico que a permite subir e descer. Por um tipo especial de junta, essa barra encontra-se presa a outra que percorre o braço do "mago". Essa última é articulada e permite determinados movimentos, mas pode ser encaixada numa posição em que fique rígida. Ora essa barra sai pela manga do magista e prende-se num suporte metálico que a "doce" jovem enverga. Então e o Arco? Elementar, o arco está preparado para abrir, num sistema semelhante ao de alguns brincos permitindo que uma pequena porção penetre na estrutura do arco, abrindo assim um espaço suficiente para passar através da barra suporte.

Outro processo moderno é o dos campos electromagnéticos em que a assistente tem nas suas costas e pernas uma placa ou um tecido metálico que pode ser repelido por um forte electroíman colocado sob o palanque onde se dá a demonstração. Assim a jovem sobe de facto por "poderes magnéticos"!!

Antigamente, os truques não eram tão elaborados e as fraudes eram feitas de uma forma mais simples. Muito conhecido é o truque da bengala, que tinha um sistema parecido à primeira fraude que descrevemos. Um tubo da bengala penetrava no chão enquanto que o "levitador" se segurava a esta por uma só mão. O facto é que também esta bengala se prendia a um suporte permitindo que o magista se segurasse a mesma parecendo levitar.

Enfim, até a própria hipnose foi utilizada para enganar os pobres espectadores, método que começou a cair em desuso logo que apareceram as câmaras. Porém, em maior, ou menor escala, a fraude tem vindo a acompanhar este processo ao longo dos tempos sem que realmente tenham sido tiradas todas as dúvidas ao "povo ignorante".

Assim, tem permanecido a dúvida nas mentes curiosas se alguma vez poderia ser possível o voo de Icarus, se, de facto, Simão Mago atravessou pelo ar as portas da Roma dos Césares. Será que as misteriosas e inspiradoras lendas dos ascetas voadores do Tibete podem ter algum fundamento?

Bem, de facto a levitação pode ser obra de estudo em antigos manuscritos sagrados, pertence às lendas associadas aos discípulos de Cristo, para aqueles menos cépticos, pode ser um fenómeno ocasional, um êxtase místico obtido por algum mahatma na Índia, ou por um monge tibetano, mas será possível que um ocidental, qualquer um de nós possa levar a cabo um processo de levitação?

Não. Posso estar a desmoralizar o leitor, mas devo dizer a verdade. A levitação é um fenómeno possível mas raro. É apenas acessível aqueles que se sabem entregar a práticas concretas e diárias, para os que sabem aguardar os resultados com paciência, para

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