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Resenha Holocausto Brasileiro

Por:   •  10/8/2019  •  Resenha  •  756 Palavras (4 Páginas)  •  299 Visualizações

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BARBÁRIE DOS MAIORES

Dedicado a milhares de homens, mulheres e crianças que tiveram suas vidas tiradas em um dos maiores hospícios do Brasil, o livro “Holocausto brasileiro” escrito por Daniela Arbex, formada em Comunicação Social pela federal de Juiz de Fora, jornalista do Tribuna de Minas tida atualmente como repórter especial do jornal, expõe não somente as marcas que um hospital psiquiátrico deixou em seus pacientes, mas também, principalmente, o resultado do preconceito incrustado numa sociedade eugenista como a do século XX, que vem perdurando até os dias atuais, na qual o diferente e/ou a minoria são considerados anormais. Ademais, o título atribuído à obra, especificamente em se tratar do termo holocausto, faz referência ao desastre ocorrido na Alemanha nazista durante a 2ª Guerra, que dizimou boa parte da raça judia para que prevalecesse a raça ariana em detrimento daquela, não somente de judeus, como também homossexuais, negros, ciganos, entre outros, com isso, esse genocídio pôde-se comparar à tragédia no hospício Colônia, localizado na cidade mineira de Barbacena, que matou por volta de 60 mil pessoas, dentre elas, além das que sofriam de doenças mentais, tímidos, mães solteiras, alcoólatras, indigentes, e muitas outras minorias que tiveram suas vidas afastadas de moralidade e humanidade, mesmo diante de governos, igreja e da medicina, principalmente, a psiquiatria, que viram seres humanos confinados até a morte.

Equiparar o episódio da Europa com o Colônia não foi um exagero da autora, os pacientes viviam como indigentes, nus, famintos, torturados física e psicologicamente, tratados com choques elétricos, brutalizados e abandonados, os que sobreviveram, tiveram que aprender a viver como uma criança que acabara de nascer. Quem lá entrava era rebaixado a zero, ficava sem passado e muito menos um futuro para se viver, como o caso de Sueli Resende, conhecida pelo seu comportamento revoltoso, teve sua filha dentro do hospital psiquiátrico e, por mais que lutasse, a retiraram de seus braços e levaram-na para longe, impossibilitada assim de ver sua filha crescer e muito menos de conhecê-la. Com isso, percebe-se que o bom trabalho de Daniela não serviu apenas para tirar a história dessas pessoas da invisibilidade, mas também criticar uma sociedade que simplesmente deixou milhares de pessoas à mercê do nada e aqueles que transformaram o manicômio em fonte de lucros, submetendo internos mais fortes a trabalhos braçais e vendendo corpos a faculdades de medicina Brasil a fora e o excesso de cadáveres fez com que ossadas também fossem vendidas, por exemplo.

Trazer o passado à tona e descobrir o Colônia só foi possível com o trabalho primoroso da autora, que foi bem precisa nas histórias pelo fato de serem contadas com auxílio daqueles que testemunharam e sobreviveram às atrocidades no manicômio. Testemunhas como Débora, a filha tirada de Sueli, Ivanzir Vieria, professor que deparou-se com cadáveres no pátio da Faculdade na qual lecionava, entre muitos outros personagens. Num ponto de vista técnico, a sequência de reportagens dispostas nos capítulos e a linguagem utilizada deixaram a leitura fluida, prendendo assim o leitor para o desfecho das histórias, que, por mais que fossem de um conteúdo denso e chocante, eram compreendidas com facilidade. Além disso,a obra é repleta

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