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Resenha do livro Fahrenheit 451

Por:   •  6/3/2019  •  Resenha  •  1.464 Palavras (6 Páginas)  •  211 Visualizações

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Fahrenheit 451 | Ray Bradbury | Páginas: 215

Fahrenheit 451 conta a história de Guy Montag, um bombeiro que segue, sem questionar, o seu trabalho: bota fogo em casas e pessoas que possuam qualquer livro escondido. Acontece que no futuro imaginado por Ray Bradbury (o livro foi escrito pouco depois da 2ª Guerra Mundial e a distopia tem como cenário um período próximo ao ano 2020), os livros são perigosos porque fazem as pessoas pensarem demais e questionam o governo.

Montag é casado mas há tempos não sente a companhia da esposa, que sempre está ocupada interagindo com a “família” virtual que ela criou. Nessa época, as pessoas não conversam mais, não têm amigos, não se preocupam com os outros, apenas se sentam em suas salas, com televisões gigantes nas paredes e participam de alguma novela ou conversa encenada. Tudo o que eles precisam é de uma TV por perto, nada mais.

Mas um dia, enquanto Montag está voltando do trabalho, encontra uma jovem andando sozinha pela noite. O nome dela é Clarisse e, ao contrário da maioria das pessoas, ela pergunta sobre ele, faz comentários, questiona a vida e a profissão que ele tem e consegue formular pensamentos sem a ajuda da “família”. Depois desse encontro, Montag se pega curioso em relação aos livros que tanto foi condicionado a odiar e começa a ficar em dúvida sobre a sua profissão.

O fato é que, a partir desse encontro, seus próprios pensamentos passaram, aos poucos, a se rebelar e incitar ideias e dúvidas que não existiam, ou que estavam escondidas demais para receber atenção. E quando as pessoas começam a pensar… Bem, isso quer dizer que, ao menos nesse caso, começam a evoluir.        
Fahrenheit 451 é um dos livros pioneiros no gênero da distopia. Ray Bradbury constrói uma sociedade dominada por um governo totalitário e livre dos malefícios da reflexão, do pensamento e do conhecimento proporcionado pelos livros.        
Dividido em três partes, o livro nos apresenta personagens interessantes, tanto na figura do chefe dos bombeiros – que pode ter o poder do conhecimento, mas prefere a ordem da ignorância -, quanto na figura do velho acadêmico resistente – que guarda segredos valiosos e ajuda a mudar o rumo dos acontecimentos (e, claro, da vida de Guy).        
A verdade é que a história, publicada em 1953, num período pós-Guerra, quando o mundo era, de fato, dominado pelo autoritarismo, continua atualíssima. Seja pela alienação das pessoas na frente das grandes telas (de conteúdo controlado, porém interativo), ou pelo controle do conhecimento pela abolição dos livros, o mundo de Guy não é tão diferente assim do nosso.        
A apresentação do livro no site da editora diz que ele “não só uma crítica à repressão política mas também à superficialidade da era da imagem, sintomática do século XX e que ainda parece não esmorecer”. E para entendermos o que isso quer dizer basta olharmos para nosso próprio umbigo. Nós ainda temos muito dessa Era. Temos muito do pensamento dos vizinhos e amigos de Guy ao nosso redor. Muitas vezes, somos a própria Mildred.        
Se na história o argumento para a abolição dos livros gira em torno do fato das pessoas conquistarem graus de conhecimento diferentes e os conflitos que isso pode causar, no mundo real não precisamos de desculpas tão elaboradas. Muita gente ainda prefere a alienação do que a informação, a paz da ignorância do que a inquietude do saber. E é por não entender como isso ainda é possível que a narrativa de Bradbury me conquistou.        A diversidade de pensamento – e até de conhecimento – é o que promove as discussões que nos levarão, talvez, ao próximo passo. E não falo de instrução formal, aprender a ler e escrever, mas aprender a pensar, refletir, questionar…

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um estilo de livro bastante conhecido: romance distópico.

O que seria então uma distopia?

Ao contrário da utopia, que se refere a uma civilização ideal e imaginária, um “lugar que não existe”, a distopia é ligada à dor e à dificuldade. Seria, portanto, a antítese da utopia e é, geralmente, associada a uma filosofia totalitarista e autoritária, cujas tecnologias são usadas como forma de controle.

Inserida em romances, ela, normalmente, utiliza-se de cenários exagerados para conseguir retratar de maneira mais clara suas mensagens. Vejamos então como funciona essa estrutura no clássico Fahrenheit 451.

O livro de Ray Bradbury foi escrito logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1953, e apresenta aos leitores uma sociedade em que os livros são proibidos. Porém, os livros são apenas representantes de algo muito mais denso e complexo, que é o pensamento crítico do

indivíduo. Sem os livros, as pessoas passam a receber de apenas uma fonte as informações que compõem suas personalidades e, assim, não questionam e aceitam quaisquer imposições sem reclamar.

Para enriquecer esse contexto, o autor norte-americano traz a figura dos bombeiros, cujo papel não é mais o de apagar incêndios, já que as técnicas de segurança alcançaram patamares nunca antes imaginados, mas sim o de queimar livros. E o próprio nome da obra é uma referência ao fogo, pois o grau 451 da escala Fahrenheit é a temperatura necessária para pôr fogo nos livros.

Ao queimar livros, os bombeiros também queimam opiniões e individualidades, reduzindo as personalidades humanas a meras reprodutibilidades. Entretanto, como já era de se esperar, o ser humano não é tão simples assim, e, de vez em quando, um deles se revolta e resiste.

É contra os que resistem e insistem em guardar livros, que a chama do totalitarismo queima.

Dentro de Montag, o personagem principal, a semente começa a ser germinada quando ele conhece uma simpática moça enquanto volta para casa. Espitiruosa, ela, despretensiosamente, vai incentivando nele o espírito do questionamento com várias perguntas, incluindo a que o deixa mais incomodado:

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