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Tristão e Isolda: Análise Comparativa entre o Livro e o Filme

Por:   •  11/6/2016  •  Abstract  •  2.043 Palavras (9 Páginas)  •  4.202 Visualizações

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O mito de Tristão e Isolda vem, provavelmente, das lendas contadas pelo povo celta no século IX e foi retratada em várias versões, inclusive a obra literária e a obra fílmica com as quais faremos a análise comparativa. O mito traz uma história trágica de um amor que, por ser proibido, precisa vencer diferenças sociais e políticas, e apesar disto continua vivo.

        Os personagens não diferem muito do livro para o filme. Tristão, por exemplo, é – tanto no livro quanto no filme – um rapaz corajoso, orgulhoso, que luta pelo que deseja. Também honra o que promete, sendo capaz até de deixar de lado – de início – o amor da sua vida para honrar sua terra. Porém o jovem cavaleiro não consegue controlar muito bem seus sentimentos. A diferença entre as obras sobre Tristão é mínima: na obra fílmica ele parece mais controlado, enquanto no livro ele demonstra mais fraqueza.

        Já Isolda é, em ambas as obras, uma mulher misteriosa e com um poder de convencimento excelente, apesar de no livro a loira ter apenas 12 anos. O curioso é que mesmo com pouca idade, Isolda se mostra mais madura, não aparentando ter a idade que tem. A diferença quanto à Isolda também é pequena, temos a leve impressão que,  no filme, Isolda tem mais atitude.

        Por fim, o Rei Marcos é mostrado como o bobo em dois sentidos. Primeiro no sentido de não ver o que se passa aos seus olhos: a traição de Isolda e Tristão. O segundo sentido, que se aplica apenas à obra literária, é de que Marcos é bobo quando aceita Isolda de volta depois que acaba o efeito da poção. Porém, no livro, o Rei da Cornualha se mostra mais rigoroso, mais cruel.

Logo de início percebemos uma diferença entre o livro e o filme. Neste último, a Inglaterra está dividida e os Irlandeses se aproveitam disto para invadir um dos vilarejos, onde Tristão vivia com seus pais. Durante a invasão, ocorre um incêndio e Tristão perde seus pais. Porém o Rei Marcos está lá para proteger a criança e acaba perdendo a mão. Tristão é levado para a casa do Rei e tratado como se fosse filho dele. No castelo, Tristão é treinado para lutas com a espada e se mostra bom nisto. Aos poucos, ele ganha a confiança do Rei e torna-se amigo de seu sobrinho.

        Já a obra literária começa com a história do Rei Marcos que estava há muito tempo no poder, mas nunca conseguiu uma companheira. Uma de suas irmãs tinha um filho – o duque Audret – e a outra (chamada Brancaflor) se encantou pelo príncipe Rivalino de Leônis e dele engravidou. Rivalino teve que partir em batalha, deixando a amada em casa. A gestação já estava no fim, Brancaflor trouxe o filho ao mundo, mas morreu durante o parto. Ao voltar da guerra, o príncipe de Leônis entristeceu-se a saber da morte de Brancaflor, avisou a Marcos sobre seu casamento com ela e pôs no fruto desse amor o nome de Tristão para lembrar a tristeza que este trouxe aos pais no nascimento. Tristão cresce em Leônis, mas seu pai é morto por um inimigo e o homem de confiança dele decide que é melhor irem viver na Cornualha, junto de seu tio Marcos. Tristão concorda, mas pede a Governal que não conte para Marcos que o jovem é seu sobrinho, pois prefere conquistar a confiança do Rei por méritos próprios. Assim aconteceu: Tristão ganhou a confiança de Marcos e foi treinado pelos soldados, tornando-se um ótimo esgrimista – assim como no filme.

        Marcos tinha uma dívida com Morholt e para pagar deveria lutar com o inimigo. Tristão, ao ver a situação, se oferece para lutar em nome de Marcos, mas é impedido por não pertencer à nobreza. Neste momento, o jovem cavaleiro revela sua verdadeira origem: filho de Brancaflor, irmã do Rei Marcos e, portanto, pertencente à nobreza. Dias depois, a luta finalmente acontece. Tristão mata o inimigo, porém sai ferido pela espada envenenada deste. Neste ponto, as duas versões tomam caminhos um pouco diferentes, mas sem perder a essência.

        Na obra fílmica, Tristão supostamente morre em combate e é colocado em uma barca sem velas nem remos, e esta é lançada ao mar. A barca atracou numa praia da Irlanda, até que a princesa Isolda encontra o jovem e cuida dele sem revelar que é a princesa. O que ela e sua amiga – Brangia, que também ajuda a cuidar de Tristão - não esperavam é que Isolda e Tristão fossem se apaixonar tão intensamente. Um detalhe importante sobre este encontro é que Isolda não revela para Tristão que é princesa e também omite seu verdadeiro nome. Já no livro, Tristão não morre, ele escolhe entrar numa barca – também sem velas e sem remos – para que uma ninfa ou um deus tivesse pena dele e o curasse. Ele acaba chegando em uma terra desconhecida e é levado para o castelo da Rainha Isolda, uma feiticeira que, supostamente, poderia curá-lo. A Rainha Isolda era irmã de Morholt – o homem a quem Tristão havia matado – e mãe da princesa Isolda. Para elas, Tristão se anunciou como “Tãotris” e sai de lá curado em busca de sua antiga terra.

        Voltando ao filme, Tristão volta pra casa depois de se recuperar com a ajuda de Isolda, mas sem conhecê-la de fato. Chegando lá, é feito um acordo de paz entre a Irlanda e a Cornuália e foi decretado que quem vencesse os lutadores da Irlanda ganharia a mão da princesa Isolda. Marcos, que desejava casar-se, logo se animou com a proposta e resolveu que iria lutar pela mão da princesa. Tristão, reconhecendo que era um bom lutador e grato a Marcos, se ofereceu para lutar em nome do Rei. Tristão vence, um a um, os homens da Irlanda, Isolda reconhece o amado e fica feliz a cada vitória dele, principalmente quando o jovem cavaleiro vence o último soldado. Porém, quando isso acontece, Tristão anuncia que lutou em nome de Marcos, o que é um choque para Isolda e, posteriormente, para Tristão ao ver que a mulher que conquistou em nome do Rei era a sua amada.

        No livro, os homens seguidores do Rei – sabendo que se o Rei não tiver filhos, Tristão assumirá o trono – sugerem que o Rei se case e gere herdeiros. O Rei então se encanta por um fio de cabelo louro trazido do mar por um pássaro. O sobrinho do Rei reconhece que o fio de cabelo pertencia à filha da feiticeira e promete buscar a donzela para o tio. Disfarçado de mercador, Tristão chega à Irlanda e descobre que o Rei dará a mão da sua filha para quem capturar um dragão que vinha perturbando aquele lugar. Assim, ele decide ir atrás desse dragão. E é este ponto que considero uma das maiores – se não a maior – aversão entre as obras. Tristão não luta com homens irlandeses, ele captura o dragão e, portanto, ganha como prêmio a mão de Isolda.

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