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Tropa De Elite

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Por:   •  2/9/2014  •  1.230 Palavras (5 Páginas)  •  309 Visualizações

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O filme “Tropa de Elite” é uma obra que descreve fatos ocorridos na Segurança Pública do Rio de Janeiro na década de 90, ocasião que o Papa João Paulo II visitou a capital carioca. Segundo o diretor e roteirista do filme, José Padilha, todo enredo está baseado em fatos narrados por policiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, versão esta contestada pelo poder público.

“Tropa de Elite” tem uma narrativa intensa, acompanhada de um linguajar ‘chulo’ e pesado, comum tanto aos policiais quanto aos traficantes. O cenário principal são os morros cariocas, com uma trilha sonora que vai do rock comportado do R.E.M, passando pelos Titãs e chegando ao rap e ao funk criminal das favelas dominadas pelo tráfico. Com maestria, o diretor encaixa a parte ficcional do filme ao seu personagem central, o Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, numa brilhante atuação.

O referido Capitão é um policial honesto, competente e linha dura, mas que vive um dilema: prestes a ser pai e enfrentando a pressão da esposa para deixar a Polícia, ele precisa encontrar alguém para substituí-lo no Batalhão de Operações Especiais – BOPE. Contudo, encontrar alguém à sua altura parece uma missão quase impossível.

O filme expõe a corrupção na polícia carioca de forma crítica e violenta, mas também mostra a hipocrisia da sociedade que critica a violência policial e ao mesmo tempo fomenta a violência consumindo drogas e alimentando o tráfico.

“Tropa de Elite” assusta e é extremamente violento, mescla ficção e realidade, na qual esta última se mostra dura e cruel e que infelizmente não está restrita ao Rio de Janeiro, é uma mazela nacional. Apesar do clima pesado, o filme nos dar esperanças, pois nos faz crer que ainda existem policiais sérios e honestos que morrem e matam defendendo a lei, a justiça, a sociedade. Do contrário, o crime já teria dominado a tudo e a todos. Finalmente vi o tão falado filme Tropa de Elite, no dia da estréia oficial nos cinemas. Gostei muito. O que mais me impressionou no filme foi seu realismo, a forma direta como trata de delicados temas – como o da violência carioca. Após ver o filme, parece-me incompreensível o rótulo de “fascista” que muitos esquerdistas deram ao filme. Sim, entendo que tudo aquilo que não é socialista vira “fascista” ou “nazista” para essa turma. Não obstante o fato de que na prática é tudo farinha do mesmo saco – socialismo, comunismo, fascismo e nacional-socialismo, todos antiliberais e coletivistas – fica a constatação de que o filme não tem absolutamente nada que nos remeta ao fascismo. A não ser, claro, que ser contra a extinção do “caveirão” seja sinônimo de fascismo...

O filme mostra um Capitão Nascimento vivendo angústias pessoais, e não um monstro que adora torturas. O filme não faz apologia à tortura hora alguma, como alguns disseram. Ele apenas relata a vida dura dos policiais do Bope, e a podridão que é o sistema policial na cidade. Em resumo, ele descreve uma realidade lamentável da cidade “maravilhosa”, onde todo o sistema funciona para se perpetuar, incluindo policiais corruptos, traficantes, políticos e consumidores de drogas da classe média e alta. A tropa de elite da PM é tratada como um pequeno grupo ainda blindado contra a corrupção que devorou o restante da polícia, graças provavelmente ao sentimento de honra de seus membros. O ambiente hostil, cujo câncer da corrupção já chegou ao estágio de metástase, não colabora nem um pouco com a adoção de práticas corretas no combate ao crime. Isso não quer dizer que os métodos aplicados pelo Bope sejam dignos de aplausos. Apenas mostra como a realidade é: guerra é guerra. E o Rio vive, especialmente nesses locais, uma verdadeira guerra civil, com a total ausência do império da lei.

Um suíço vendo o filme ficaria chocado, com razão. E é importante pensar nisso, pois nos força uma reflexão: a que ponto nós chegamos?! Como sapos escaldados, vamo-nos acostumando com a escalada da violência, achando normal a situação deplorável da cidade. Mas de vez em quando, como se despertos de um pesadelo, a revolta e indignação chegam a tal patamar que um Capitão Nascimento, assassino de assassinos, passa a ser visto com complacência – quando não admiração. É como um grito de desespero, colocando para fora nossa angústia. As favelas viraram verdadeiras fortalezas do crime, desde quando Brizola as tornou intocáveis pela polícia. Se antes era relativamente

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