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Tropa De Elite

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Por:   •  8/6/2013  •  430 Palavras (2 Páginas)  •  413 Visualizações

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O filme “Tropa de Elite II”, do diretor José Padilha levantou discussões sobre a segurança pública brasileira e o quão complexa ela é. Propusemo-nos então a debater sobre ela.

Num primeiro momento, vimos alguns vídeos de documentários que mostraram que, estatisticamente, o Brasil é um país muito violento, embora tente passar ao mundo e aos próprios cidadãos da nação que somos um povo amistoso e pacífico. Matamos mais que a Bolívia, o Iraque e muitos outros países em guerra. Convivemos, cada vez com mais naturalidade e frieza, com o medo e a insegurança. O conceito de assassinato ou de “crime hediondo” encontra-se cada vez mais deturpada. Prova disso, é o quanto se tem ovacionado a figura do “Coronel Nascimento”, como se ele fosse um justiceiro, um exterminador ético.

Mas como ilustra o filme, nenhum coronel, nem nenhum polícia, tampouco um bandido dispara o gatilho sozinho. Então, de onde vem o tiro? Existe um sistema bastante dinâmico que sustenta toda a insegurança pública. Um sistema de bases muito sólidas como a política, a corrupção, o clientelismo e até o próprio sistema econômico vigente. Trata-se de uma somatória de diversos fatores que resultam em um país com medo, cheio de encurralados em condomínios de luxo e de miseráveis perpetuamente fadados à instabilidade das favelas. Ninguém se sente seguro. Dessa forma, o grande público do filme se justifica por inúmeros fatores. Mas o principal deles é que o povo quer se sentir justiçado, nem que seja na ficção. Vê-se um povo sedento por justiça violenta e eficiente.

O filme mostra apenas um dos inúmeros quadros violentos no país. Aliás, embora o filme aborde com muita competência e inovação a violência no Rio de Janeiro, esta já é diariamente e extremamente explorada, mastigada pela imprensa de massa. Todos os dias, ao lermos ou vermos jornais o que nos é passado são breves notas da situação geral do Brasil, enquanto se enchem páginas e blocos com casos de violência específicos do Rio de Janeiro ou de São Paulo. Daí nasce a cultura de que apenas essas regiões são as mais desenvolvidas culturalmente, de que apenas seus dialetos são os mais bonitos, de que apenas nesses lugares há Brasil.

Dessa forma, um país inteiro deixa de voltar os olhos com a mesma atenção para regiões como o Pará, conhecido como “terra sem lei”, onde os latifundiários praticam seu coronelismo livremente, matando quem não lhes convier. Dessa forma, o público nem a imprensa se lembram desse Brasil, desse gigantesco curral eleitoral, onde a ave-bala voa solta, como bem descreve “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto.

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