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Ureia Para Bovinos De Corte

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Por:   •  21/3/2014  •  1.164 Palavras (5 Páginas)  •  643 Visualizações

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Uréia para bovinos de corte

Por: Marcelo de Queiroz Manella

Postado em 18/06/2004

Com a entrada do período seco, a suplementação de animais a pasto e o confinamento para terminação são estratégias fundamentais para melhorar a eficiência dos sistemas de produção. Entretanto estas estratégias caracterizam-se por altos custos em função dos insumos utilizados na alimentação dos animais, principalmente no que se refere as fontes protéicas. Em ambos os casos a uréia é uma importante fonte alimentar em equivalência protéica.

A uréia é amplamente utilizada na formulação de dietas para bovinos de corte e leite com dois objetivos primordiais, o primeiro é a redução de custos pela substituição parcial de fontes protéicas vegetais, e em segundo fornecer quantidade adequadas de proteína degradável no rúmen, para melhor eficiência de digestão da fibra e síntese de proteína microbiana.

A Ureía é uma fonte de nitrogênio não protéico, com teor médio N variando de 42 a 46,7 %, o equivalente a 262 a 292% de PB por 100 g de uréia. Este último valor é estimado em função do teor médio de N na proteína verdadeira de 16% de N. Em média usamos o fator de 280% de PB, que é a % N (média) na uréia dividido pelo % de N na PB (16%), ex: 45/16 x 100= 281,2.

Para determinar o teor de uréia em um produto comercial, utilza-se o valor de equivalente protéico de NNP (nitrogênio não protéico) por 280 ex.: o rotulo de um produto com 40% de PB diz que o equivalente protéico em NNP é de 20%, então percentual de uréia na mistura é de 7,0% (20/280*100).

Esta conversão do N da uréia em equivalente protéico é feita devido à capacidade dos ruminantes de transformá-lo em proteína de altíssima qualidade. A transformação da uréia em proteína se dá através da ação de microorganismos ruminais. Ao entrar no ambiente ruminal a uréia e as fontes de proteína vegetal são quebradas em amônia, através da ação de enzimas produzidas pelos microorganismos. Estes microorganismos crescem e multiplicam, e para tal utilizam a amônia e carboidratos da dieta (energia) para síntese de proteína microbiana. Estes microoganismos, ou melhor, esta proteína microbiana passa para os intestinos onde vai ser absorvida e utilizada pelos animais.

A uréia apresenta elevada solubilização/hidrólise, ou seja, ela é rapidamente degradada e transformada em amônia no ambiente ruminal (tabela 1). Na tabela a seguir, são mostrados alguns dados sobre a degradação (hidrólise) da proteína no rúmen de bovinos, de alimentos selecionados entre forragens, subprodutos, grãos e fontes protéicas.

Tabela 1. Hidrólise da proteína no rúmen de bovinos de alguns alimentos selecionados

Devido à alta solubilização da uréia, um dos problemas relacionados a ela é uma rápida liberação de amônia no rúmen, havendo perdas de N, pois não há um sincronismo entre a fermentação dos carboidratos. Assim o nitrogênio em excesso no rúmen vai ser absorvido e levado ao fígado, para metabolização, e parcialmente reciclado via saliva para o rúmen do animal, podendo ser então utilizado pelos microorganismos. Entretanto este processo tem gasto de energia, diminuindo a disponibilidade de energia para o animal. Por ser um processo lento, a amônia pode se acumular no fígado, causando a intoxicação e muitas vezes a morte do animal.

Quadros de intoxicação por uréia são freqüentemente observados em situações onde, por algum motivo o animal consome quantidades elevadas de uréia, sem prévia adaptação. Isto ocorre principalmente quando é disponibilizado apenas sal e uréia para os animais. Outro fator que podemos considerar como causa de intoxicação, são erros na formulação de rações ou suplementos, ou seja, não é garantido uma quantidade mínima de carboidratos para que as bactérias usem a amônia liberada no meio ruminal de modo mais eficiente. De forma geral, o maior perigo do uso de uréia na alimentação dos bovinos, está na forma de utilizá-la, quer seja por erros de manejo, ou por pouco conhecimento em nutrição.

O equivalente de proteína degradável da uréia não deve ultrapassar 70% da PDR total da dieta, em geral usa-se em torno de 30 %. Na tabela 1 a substituição da PDR por uréia não afetou o consumo de forragem, porém valores acima de 50 % diminuíram a digestibilidade da matéria orgânica, resultando em menor consumo de matéria orgânica digestível. Isto torna a uréia uma ferramenta bastante valiosa para substituir parcialmente

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