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Você é ético profissional?

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Por:   •  5/3/2014  •  Tese  •  1.819 Palavras (8 Páginas)  •  292 Visualizações

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Você é um profissional ético?

Agir corretamente, hoje, não é só uma questão de consciência, mas um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira longa, respeitada e sólida

Por Dalen Jacomino

Responda com sinceridade:

– Seu subordinado teve uma idéia brilhante para um novo produto. Dias depois, você está sozinho, cara a cara com o diretor da empresa, falando sobre esse projeto. Ele acha a idéia excelente e pergunta quem é o autor. O que você responde?

– Você sonha há anos em conhecer o Caribe com a família, mas nunca sobra dinheiro. Eis que um dos seus fornecedores oferece uma semana com tudo pago em Cancún, como prêmio por ser um ótimo parceiro nos negócios. Você aceita?

– Um relatório secreto do banco onde trabalha caiu em suas mãos. Ao ler o material, descobre que o valor das ações da empresa X poderá triplicar em pouco tempo em função de um novo projeto. O que você faz com a informação?

As situações acima parecem simples. Talvez, para a maioria de nós, suas respostas sejam óbvias. Elas retratam, porém, cenas cotidianas nas empresas, fatos que podem ser vividos por qualquer um de nós. E nem sempre, na hora da decisão, escolhemos a saída ética: falar a verdade sobre o autor da idéia, recusar o passeio no Caribe e não comprar ações da empresa X. Nessas escolhas pequenas, aparentemente simples, muitas carreiras brilhantes podem ser jogadas fora. Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Basta um deslize, uma escorregadela, e pronto. A imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha vermelha da desconfiança. Há, claro, deslizes que entram na categoria dos crimes. É o caso que envolve José Ignácio López, ex-diretor da Volkswagen. Ele foi acusado pela General Motors, sua antiga empregadora, de fraude e furto de documentos quando trocou uma montadora pela outra. O caso ainda está em andamento nos tribunais dos Estados Unidos, mas López, que tinha uma carreira brilhante, caiu em desgraça no mercado mundial.

Atuar eticamente, entretanto, vai muito além de não roubar ou não fraudar a empresa. A ética nos negócios inclui desde o respeito com que os clientes são tratados ao estilo de gestão do líder da equipe. Uma enquete realizada no site da VOCÊ s.a. em meados de junho revela que nem sempre as pessoas têm consciência do problema ético nos escritórios. Dos participantes, 43% já pediram ao garçom para aumentar a nota do almoço ou sabem de alguém que já fez isso. A metade dos votantes disse que já utilizou recursos da empresa para serviços particulares. Do total, 49% já mentiram - ou sabem de alguém que já mentiu - para um cliente, dizendo que o serviço ficaria pronto na data acertada, mesmo sabendo que não poderiam cumprir o prazo (veja resultado da pesquisa no rodapé ao longo da matéria).

A importância da ética nas empresas cresceu a partir da década de 80, com a redução das hierarquias e a conseqüente autonomia dada às pessoas. Os chefes, verdadeiros xerifes até então, já não tinham tanto poder para controlar a atitude de todos, dizer o que era certo ou errado. Por outro lado, o corte nos organogramas deixou menos espaço para as promoções. A disputa por cargos cresceu e, com ela, o desejo de “passar a perna nos colegas para conseguir sobressair a qualquer custo. Assim, nos últimos anos, os escritórios viraram um campo fértil para a desonestidade, a omissão, a má conduta e a mentira. No nosso dia-a-dia, os sete pecados capitais (luxúria, ira, inveja, gula, preguiça, soberba e avareza) servem como uma espécie de parâmetro para o bom ou mau comportamento em sociedade. No universo corporativo, a falta de ética poderia muito bem entrar nessa lista. A maioria de nós age com honestidade simplesmente porque quer dormir com a consciência tranqüila - ou, então, porque tem medo das conseqüências, que podem resultar em atos ilegais ou contrários à ética”.

O fato, porém, é que cada vez mais essa é uma qualidade fundamental para quem se preocupa em ter uma carreira longa, respeitada e sólida. Quem está sempre atento às implicações éticas de cada decisão consegue desistir de uma empresa pouco confiável antes de se queimar. Pode recusar um projeto que causaria danos a sua imagem futura. Por outro lado, as organizações, cada vez mais, estão adotando o saudável hábito de checar e rechecar o passado de todos os candidatos ao emprego. Resultado: quem tem a ficha limpa sempre terá as portas abertas nas melhores empresas do mercado.

Um conjunto de valores

Mas, afinal, o que é ser um profissional ético?

Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. "É ser altruísta, é estar tranqüilo com a consciência pessoal", afirma o executivo e professor da USP Robert Henry Srour, que acaba de lançar o livro Ética Empresarial, pela Editora Campus. Ser ético é, também, agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade. Essas regras morais são resultado da própria cultura de uma comunidade. Elas variam de acordo com o tempo e sua localização no mapa. A regra ética é uma questão de atitude, de escolha. Já a regra jurídica não prescinde de convicção íntima - as leis têm de ser cumpridas independentemente da vontade das pessoas. Em alguns casos, no entanto, as questões éticas esbarram em princípios jurídicos. "Nessa situação, as pessoas devem recorrer às leis que regem a convivência em sociedade antes de tomar a decisão", afirma Maria Cecília Arruda, professora de ética da Fundação Getúlio Vargas.

Além de ser individual, qualquer decisão ética tem por trás um conjunto de valores fundamentais. Muitas dessas virtudes nasceram no mundo antigo e continuam válidas até hoje. Eis algumas das principais:

1. Ser honesto em qualquer situação. "A honestidade é a primeira virtude da vida nos negócios", afirma Robert Solomon, professor da Universidade do Texas, autor do livro A Melhor Maneira de Fazer Negócios, da Negócio Editora. Afinal, a credibilidade é resultado de uma relação franca.

2. Ter coragem para assumir as decisões. Mesmo que seja preciso ir contra a opinião da maioria.

3. Ser tolerante e flexível. Muitas idéias aparentemente absurdas podem ser a solução para um problema. Mas para descobrir isso é preciso ouvir as pessoas ou avaliar a situação sem julgá-las antes.

4. Ser íntegro. Significa agir de acordo com os seus princípios, mesmo nos momentos

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