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Web 4 - Curso Português

Por:   •  30/5/2016  •  Artigo  •  26.154 Palavras (105 Páginas)  •  312 Visualizações

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WEB 4 - UNIDADE 1 - O texto: os tipos de composição  

 

Os tipos de composição: narrar e descrever   

Introdução ao estudo   

    

O termo texto certamente não é desconhecido para você: essa palavra aparece frequentemente na linguagem cotidiana, não somente no ambiente escolar, mas em quaisquer outros. Assim, você certamente tem noção do que seja um texto, embora talvez não consiga formular uma definição para ele. Indursky (2010, p. 34) observa que "[...] no senso comum - todos sabem o que é texto: sabemos [...] que texto é verbal, que deve apresentar-se de forma escrita, que esta forma deve apresentar clareza, e precisa ter começo, meio e fim".   

   

De modo geral, o texto pode ser definido como uma unidade básica de transmissão de ideias, informações, sentimentos e informações. Koch e Travaglia (2003, p. 8) apresentam a seguinte definição: Texto será entendido como uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa, como unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente da sua extensão.   

    

Essa observação quanto à extensão é muito pertinente visto que em sentido amplo, um quadro, uma escultura, um filme, um sinal de trânsito ou até mesmo uma única palavra podem constituir formas textuais.   

    

Indursky (2010, p. 35) faz um retrospecto buscando "[...] um possível momento em que a noção de texto começou a ser formulada". Nesse retrospecto, a autora encontrou dados que a permitiram tomar Quintiliano como discurso fundador de uma reflexão sobre texto. A partir disso, a autora começa a traçar o percurso do conceito em diferentes linhas da Linguística.   

    

Linguística Textual, desde seu despontar, entendeu o texto de diferentes formas, as quais podem ser sintetizadas nos itens abaixo, a partir do que se encontra em Koch (2001, p. 12):   

   

1. texto como frase complexa (fundamentação gramatical);  
  

2. texto como expansão tematicamente centrada de macroestruturas (fundamentação semântica);  
  

3. texto como signo complexo (fundamentação semiótica);  
  

4. texto como ato de fala complexo (fundamentação pragmática); 
 
 

5. texto como discurso "congelado"- produto acabado de uma ação discursiva (fundamentação discursivo-pragmática);  
  

6. texto como meio específico de realização da comunicação verbal (fundamentação comunicativa);  
  

7. texto como verbalização de operações e processos cognitivos (fundamentação cognitivista).   

   

Essas diferentes concepções certamente sofreram influência da época e dos postulados contemporâneos a ela. Galembeck (2009) apresenta três grandes momentos para as conceituações de texto dentro da Linguística Textual:   

    

1. As análises transfrásticas nesse período, houve a valorização do estudo dos vínculos interfrásticos (elementos coesivos). Texto era definido como: "uma sequência pronominal ininterrupta" (HARWEG, 1968 apud GALEMBECK, 2009, p. 1) ou "sequência coerente de enunciados" (ISENBERG, 1971 apud GALEMBECK, 2009, p. 1), nessas definições, especialmente na segunda, se enfatiza o papel dos elementos coesivos no estabelecimento da coerência textual;   

    

2. Gramáticas de texto nesse período, o texto passa a ser visto como uma unidade linguística mais elevada; se desdobra ou se subdivide em unidades menores, igualmente passíveis de classificação. "[...] não existe continuidade entre frase e texto, uma vez que se trata de entidades de ordem diferente e a significação do texto não constitui unicamente o somatório das partes que o compõem" (GALEMBECK, 2009, p. 1);   

    

3. Linguística textual finalmente o texto passa a ser visto como produto de um processo, que envolve diferentes conhecimentos (linguístico, de mundo, partilhado, etc.). Contam também, para esse conceito, as ideias de contexto e interação (GALEMBECK, 2009).   

    

Indursky (2010) aponta que uma das falhas da Linguística Textual foi considerar texto e discurso como sinônimos. Outro fator de enfraquecimento dessa corrente foi o fato de haver muitas noções emprestadas de outros campos (linguística, pragmática, AD, teoria da enunciação, etc.).   

    

Atualmente, a noção de texto está sendo novamente mudada dentro da Linguística Textual. Koch (2001) aponta que foi fundamental para essa nova concepção o trabalho de R. de Beaugrande (1997) - "Novos fundamentos para uma ciência do texto e do discurso: cognição, comunicação e liberdade de acesso ao conhecimento e à sociedade". 

Esse autor passa a definir o texto como "[...] '
um evento comunicativo no qual convergem ações lingüísticas, cognitivas e sociais', postulando como motto da linguística textual de nossos dias: 'Um texto não existe como texto, a menos que alguém o processe como tal'"(BEAUGRANDE, 1997 apud KOCH, 2001, p. 16, grifo do autor).   

    

Mas não é só dentro da Linguística Textual que a concepção de texto está mudando. No ensino, abordam-se, agora, os gêneros textuais.

Do texto ao gênero textual   

Tradicionalmente, nas aulas de redação, trabalhava-se com a tripartição descrição, narração, dissertação. Contudo, ela era falha, uma vez que não abarcava satisfatoriamente os diversos textos com os quais o aluno se deparava no seu dia-a-dia.   

   

Bakhtin (1997) lançou uma nova visão ao afirmar que os tipos de texto são incontáveis e os definiu como "tipos relativamente estáveis de enunciados", uma vez que o assunto, a estrutura e o estilo são as características definidoras de cada gênero. Dessa forma, quando se fala em produção textual versa-se sobre a necessidade de conhecer os gêneros e sua adequação às diferentes situações comunicativas.   

Nem todo gênero serve para se dizer qualquer coisa, em qualquer situação comunicativa. Se alguém pretende discutir a legalização do aborto ou qualidade do ensino no país, essa pessoa precisará organizar seu discurso em um gênero como o artigo de opinião, já que ele pressupõe a argumentação, a discussão de questões controversas por meio da sustentação de argumentos favoráveis ao ponto de vista defendido pelo autor e da refutação aos argumentos contrários.   
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