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A Contribuição Das Artes Marciais Na Promoção Da Disciplina E Autoestima Dos Alunos Na Educação Física Escolar

Por:   •  22/11/2023  •  Artigo  •  3.499 Palavras (14 Páginas)  •  22 Visualizações

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A CONTRIBUIÇÃO DAS ARTES MARCIAIS NA PROMOÇÃO DA DISCIPLINA E AUTOESTIMA DOS ALUNOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Elyson Lopes De Araújo[1]

RESUMO

O presente estudo examinou a contribuição das artes marciais na promoção da disciplina e autoestima dos alunos na educação física escolar. A pesquisa revelou que a prática de artes marciais na escola não se limita ao desenvolvimento físico, mas estende-se à formação integral do aluno, incluindo a promoção de disciplina, aumento da autoestima, fortalecimento da resiliência, desenvolvimento de habilidades sociais e bem-estar geral. A disciplina é fortalecida através da adesão a regras e do compromisso com a excelência, enquanto a autoestima é impulsionada pela melhoria na imagem corporal e autoconfiança. A prática regular de artes marciais também ajuda a desenvolver a resiliência e as habilidades sociais. O bem-estar geral é promovido por meio de uma conexão entre corpo, mente e espírito. O estudo conclui que as artes marciais oferecem uma abordagem educacional holística que pode enriquecer o desenvolvimento dos alunos em vários aspectos. É fundamental, entretanto, que a implementação de programas de artes marciais seja cuidadosamente planejada, considerando as necessidades individuais e culturais dos alunos, e que os instrutores sejam adequadamente treinados. A pesquisa serve como um guia para educadores interessados em integrar artes marciais em seus programas educacionais, com potencial para transformar a educação física escolar.

PALAVRAS-CHAVE: Artes Marciais. Educação Física Escolar. Desenvolvimento Integral.


  1. introdução

A educação física escolar, tradicionalmente entendida como uma área voltada para o desenvolvimento de habilidades motoras e a promoção da saúde, tem experimentado uma expansão em seu escopo. O presente estudo busca investigar um aspecto particularmente intrigante dessa expansão: a integração das artes marciais na formação de alunos, com ênfase na promoção da disciplina e autoestima.

As artes marciais são praticadas globalmente e sua origem remonta a vários séculos atrás (DONOHUE, 1991). Ao longo dos anos, elas têm sido associadas não apenas com a autodefesa, mas também com a promoção do crescimento pessoal, autoconhecimento, disciplina e respeito (VERTONGHEN E THEEBOOM, 2010). É esse aspecto filosófico e holístico que torna a inclusão das artes marciais na educação física escolar uma proposta atrativa.

A disciplina é fundamental em qualquer forma de educação, e as artes marciais têm uma longa tradição de ensinar essa virtude. A prática requer uma abordagem metódica, focada e respeitosa, qualidades que podem ser transferidas para outras áreas da vida dos estudantes (LAKES E HOYT, 2004). As técnicas aprendidas em um dojo, ou escola de artes marciais, não são apenas movimentos físicos, mas expressões de uma ética de autocontrole e respeito mútuo (KONZAK E BOUDREAU, 1984).

A autoestima, por sua vez, é um elemento crucial na formação de um indivíduo confiante e resiliente. A prática das artes marciais pode ajudar a cultivar uma autoimagem positiva, fornecendo desafios que, quando superados, fortalecem a confiança e a resiliência (FULLER, 1988). A celebração das conquistas, mesmo as pequenas, e o reconhecimento do progresso em um ambiente de apoio, podem fomentar uma sensação de competência e autoeficácia (TWEMLOW et al., 2008).

Neste estudo, a integração das artes marciais na educação física escolar será explorada através de uma análise multifacetada. Uma revisão aprofundada da literatura ajudará a traçar a paisagem atual da pesquisa neste campo, enquanto estudos de caso e análises empíricas fornecerão insights práticos sobre a aplicação dessas práticas no ambiente educacional. O objetivo é compreender como as técnicas e filosofias das artes marciais podem ser adaptadas para o contexto escolar, contribuindo positivamente para a formação de alunos disciplinados e confiantes.

Este trabalho é importante na medida em que aborda uma área ainda pouco explorada e potencialmente rica em contribuições para a educação física escolar. Através de uma análise rigorosa e metodológica, esperamos lançar uma nova luz sobre as possibilidades educacionais das artes marciais, contribuindo para um entendimento mais amplo de sua relevância na formação de cidadãos íntegros e conscientes.

2.        COMPREENSÃO DO AUTISMO E DIVERSIDADE DE NECESSIDADES

2.1 Histórico e Filosofia das Artes Marciais

As artes marciais representam um conjunto diversificado de práticas e tradições que têm suas raízes em várias culturas ao redor do mundo. Essas práticas não se limitam apenas a técnicas de luta e defesa, mas também incluem componentes filosóficos, éticos e espirituais que são fundamentais para a compreensão completa dessas artes (WACQUANT, 2004).

O desenvolvimento histórico das artes marciais é multifacetado, com origens que podem ser traçadas em diferentes continentes. Na China, por exemplo, o Kung Fu tem sido praticado desde a antiguidade e é muitas vezes ligado ao budismo e ao taoismo (SHAHAR, 2008). No Japão, o Bushido, o código dos samurais, tem raízes profundas na prática e na filosofia do Budo, que enfatiza a virtude e a honra (NITOBE, 1905).

A filosofia das artes marciais é tão variada quanto sua história, com cada tradição refletindo valores e princípios únicos. No Karatê, por exemplo, os princípios do "Do" (Caminho) estão presentes, enfatizando a busca contínua pelo aperfeiçoamento pessoal, autodisciplina e integridade moral (FUNAKOSHI, 1975). O Judô, por sua vez, promove o princípio de "Jita Kyoei", ou "bem-estar e benefício mútuos", enfatizando a harmonia e a cooperação (KANO, 2008).

O ensino das artes marciais frequentemente envolve a transmissão não apenas de habilidades físicas, mas também de uma abordagem mental e espiritual que fomenta o crescimento pessoal e o desenvolvimento do caráter. Muitas vezes, isso é alcançado através da inculcação de valores como respeito, cortesia, humildade e autodisciplina (KIM et al., 2015).

O estudo e a prática das artes marciais, portanto, não são meramente uma forma de treinamento físico, mas um caminho para o desenvolvimento pessoal e a auto realização. A inclusão dessas práticas na educação pode ser vista como uma extensão natural dessa filosofia, onde as habilidades e valores aprendidos têm aplicações práticas e significativas na vida diária dos alunos (VERTONGHEN e THEEBOOM, 2010).

A compreensão dessa rica tapeçaria de história e filosofia é essencial para apreciar o potencial das artes marciais como uma ferramenta educacional. A conexão entre corpo, mente e espírito, que é fundamental para essas práticas, oferece uma abordagem holística para a educação, onde o desenvolvimento físico está integrado ao crescimento moral e espiritual.

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