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A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Franca

Por:   •  16/8/2023  •  Pesquisas Acadêmicas  •  417 Palavras (2 Páginas)  •  36 Visualizações

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CARLOS DE ASSUMPÇÃO – ECLIPSE

Carlos de Assumpção nasceu em Tietê, interior do estado de São Paulo, e nessa cidade concluiu o curso normal. Passou a residir em Franca, também no interior do estado, onde se forma em Letras, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Franca, atual Faculdade de Ciências Humanas e Sociais.

É autor do poema “Protesto”, com o qual ganhou, em 1982, o primeiro lugar no Concurso de Poesia Falada. Tal poema marcou época e simbolizou a ascensão e as reivindicações da intelectualidade negra do Estado de São Paulo, tornando-se referência obrigatória para as novas gerações e foi, ainda, incluído em diversas antologias em inglês, francês e alemão.

Para entender o poema Eclipse, deve-se ter em mente que o autor se encarrega de um universo poético o qual perpassa o âmbito da literatura marcada por uma forte militância, pela crítica ao preconceito enraizado na cultura brasileira e ainda pela afirmação ou recuperação da identidade negra perdida. Sua poesia está indelevelmente marcada pelo engajamento militante com a afro descendência.

Este poema traz à tona a situação em que os africanos estavam quando foram trazidos a força para o Brasil, para serem escravizados. Nisso, todas as suas origens, toda a cultura e identidade destes foram perdidas e tratadas como indiferentes pelos detentores de escravos.

“Olho no espelho/ E não me vejo/ Não sou eu/ Quem lá está”. Este trecho do poema exemplifica bem sobre o tema abordado por Assumpção em toda obra e a sua militância. A todo momento o eu lírico afirma que está perdido, se perguntando onde estão as suas origens, seus costumes e sua história, como se esta tivesse sido tirada de dele.

Senhores/ Quero de volta/Os meus tambores/Quero de volta/Os meus orixás”. Aqui, Carlos introduz a questão religiosa, um importante aspecto da diáspora africana, a presença da devoção às entidades de religiões de matriz africana, que sempre foram presentes na luta dos escravos e são, além de tudo, símbolo de resistência daqueles que foram os primeiros a chegarem no Brasil.

Séculos de destruição/Sobre os ombros cansados/Estou eu a carregar/Confuso sem norte sem rumo/Perdido de mim mesmo/Aqui neste lado do mar/Um dia no entanto senhores/Eu hei de me reencontrar”. No último trecho, o eu lírico se vê perdido, longe de sua terra, em um cenário em que seu povo foi destruído e escravizado pelos brancos, sem nenhuma garantia de como seria a sua vida, fazendo alusão à lei Áurea que libertou os escravos, mas não lhes garantiu nada, deixando-os largados à mercê de uma sociedade racista e escravista.

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