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Interpretação do quadro "O Nascimento de Vénus"

Por:   •  23/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  438 Palavras (2 Páginas)  •  1.306 Visualizações

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O quadro apresenta Vénus, deusa romana da beleza e do amor, surge nua numa concha à beira mar. À direita, vemos Flora, ninfa das Horas da primavera, que tenta cobrir Vénus com um manto. À esquerda, observamos a ninfa Clóris e o seu marido Zéfiro, o vento do Oeste. Podemos, então, à primeira vista, deduzir que o tema é a mitologia clássica, mas, examinando mais profundamente, podemos encontrar símbolos cristãos como a concha, água e o pudor de Vénus que nos remetem para o batismo de Jesus Cristo.

O quadro apresenta uma atmosfera calma, serena e luminosa, tratando um tema delicado, uma vez que o seu objetivo é a decoração. Os traços são harmoniosos, a proporção é respeitada, e nota-se o uso de cores claras e frias que nos lembram a pureza. É de notar relevo e profundida na pintura, o que dá uma sensação tridimensional, uma das características da arte renascentista, assim como a humanização das figuras religiosas. Também a presença da natureza: o mar com as ondas em forma de V, as árvores e as flores, conferem à pintura uma maior harmonia, serenidade e pureza. O ponto de fuga do quadro é o centro, Vénus.

Vénus nua, com um olhar meigo e pensativo, púdica ao tentar cobrir os seios e virilhas com a mão, com corpo delicado e harmonioso e cabelos compridos e loiros dão a sensação de pureza, beleza e doçura que Botticelli quer transmitir. A deusa romana do amor e da beleza representa, então, um amor mais espiritual, ao contrário de Clóris e Zéfiro, que nos mostram um amor mais carnal e erótico. Como que com receio que esta postura mais sensual e impudica de Zéfiro e Clóris possa chegar à deusa, a ninfa Flora tenta cobrir Vénus com um manto, para que a sua doce inocência seja preservada. É de notar que o manto é cor-de-rosa, cor feminina, graciosa e delicada que simboliza a inocência e o romantismo, transmitindo, também, proteção. Também observamos rosas do lado esquerdo do quadro, que são a flor sagrada de Vénus, simbolizando, assim, o amor. Note-se que Vénus possui um pescoço anormalmente longo, e um forte caimento dos ombros, assim como a articulação incorreta do braço esquerdo. Estes aparentes “erros” podem ser intencionais, sendo uma peculiaridade de Botticelli, com o objetivo de conferir à deusa uma maior graciosidade e elegância.  

A presença de Flora, ninfa da Primavera, e de Zéfiro, o vento primaveril, não é ao acaso. Botticelli representa a Primavera no nascimento de Vénus, uma vez que esta é a estação que remete para o amor, pureza, florescimento, renovação e luminosidade, tudo características partilhadas com Vénus.

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