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O sucesso dos filmes de Darren Aronofsky

Resenha: O sucesso dos filmes de Darren Aronofsky. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  31/1/2014  •  Resenha  •  944 Palavras (4 Páginas)  •  290 Visualizações

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O que um matemático obcecado com os padrões do número π, quatro pessoas afundando no poço sem fim do mundo das drogas, um cientista em busca da imortalidade, um lutador decadente com o corpo maltratado de anos de vícios e uma existência desregrada, e uma bailarina perfeccionista e esquizofrênica teriam em comum no fabuloso mundo do cinema?

Personagens da riquíssima e curta filmografia de um dos cineastas norte-americanos mais brilhantes dos últimos anos, todos eles são seres trágicos, destinados a testemunhar o despedaçamento dos seus sonhos e, inexoravelmente, de si mesmos. Eles são pessoas vivendo ao extremo da sua humanidade e reduzidos a esbarrar no muro invisível que separa cada um de nós de realizações divinas. As vezes, misturados no veneno agridoce do otimismo, esses homens e mulheres são o centro das atenções de Darren Aronofsky. E muitos estranhariam a inclusão dele em uma série de artigos que começou com Woody Allen, em detrimento de nomes estabelecidos como monstros da arte: Martin Scorcese, Steven Spielberg, Ingmar Bergman, Federico Fellini e outros. Aceito as críticas e as entendo, mas estamos falando de um alguém que não fez nada além de obras-primas nos seus 5 filmes.

Seu primeiro longa metragem foi Pi (1998), posterior a 3 curtas metragens que o cineasta realizara. Max (Sean Gullette) é um gênio da matemática que desenvolveu um supercomputador capaz de provar a chave da existência humana mediante a constante infinita π. Rapidamente, templos da cabala, analistas e tubarões de Wal Street e outros, tentarão arrancar das mãos de Max esse conhecimento. Mentalmente frágil, Max começa a apresentar sintomas de esquizofrenia - Darren sempre haveria de retornar a este tema - e mania de perseguição em um dos filmes mais sensacionais realizados com apenas US$ 60 mil dólares de amigos e colaboradores que ajudaram o cineasta. Um trunfo do cinema.

Recorrendo ao lado mais trágico das drogas, em Réquim para um Sonho (2000) Aronofsky nos convida a conhecer as consequências catastróficas do vício nas promissoras vidas de Sara (a indicada ao Oscar Ellen Burstyn), Harry (Jared Leto), Marion (Jennifer Connelly) e Tyrone (Marlon Wayans). O que começa apenas como uma diversão para os Harry, Marion e Tyrone, ou como uma forma de Sara perder peso para participar do seu programa de televisão preferido, se transforma em um difícil e incômodo pesadelo, capaz de chacoalhar as fundações do cinéfilo mais resistente.

Sonhos destruídos, projetos incompletos, a loucura apossando-se do corpo, da mente e da alma - Darren novamente preocupando-se nos efeitos existentes na nossa cabeça -, em um filme que faz jus ao adjetivo visceral. No mundo em que vivemos, não é apenas um drama obrigatório para todos nós rodeados por esse dejeto que polui as faculdades humanas, mas também é uma maneira de encontrar a humanidade no olhar desesperado de quatro vidas brutalmente interrompidas. Particularmente, é um espetáculo de Ellen Burstyn que, sujeitando-se ao método e perdendo mais de 10 quilos (Natalie Portman "sofreu" tortura parecida), consegue transformar uma solitária dona de casa em uma criatura assombrada por alucinações - e depois desse filme você pensará duas vezes antes de abrir a geladeira para pensar! Um fascinante, realisticamente pessimista e definitivo relato das drogas no cinema.

6 anos depois, eis que vem A Fonte da Vida (2006), para uns o maior fracasso do diretor, comercial e artisticamente; para mim, a história

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