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Revisão do filme "Escritores da Liberdade"

Resenha: Revisão do filme "Escritores da Liberdade". Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  12/12/2014  •  Resenha  •  1.138 Palavras (5 Páginas)  •  288 Visualizações

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Análise do Filme “Escritores da Liberdade”

As escolas, de modo geral, vivem algumas das dificuldades encenadas na trama: os alunos marginalizados emoldurados pelas mazelas sociais, a falta de diálogo entre o mundo dos jovens e o mundo tradicional da escola, a pouca interação entre docentes e alunos na construção de pontes efetivas e afetivas na aquisição do conhecimento desejado para prosseguir com êxito nos estudos.

Erin leva até a direção da Escola a dificuldade encontrada em sala de aula e também é ignorada, inclusive, pela direção. Mas ela não desiste, muda suas estratégias e chega em sala de aula com uma proposta de trabalho que se identifica mais com a realidade daqueles alunos. Fala com eles através da música, tentando fazer parte e conhecer cada um deles. Nesse instante, a primeira semente é lançada, cada um tem a oportunidade de falar de si próprio, de seus medos, suas angústias, suas mágoas e demasiada violência.

O princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles. A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e exige da escola novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico.

No que se refere às atitudes dos professores que venham a contribuir para a melhoria da relação professor-aluno, o filme destaca bem o que muitos estudos já nos indicam: que um dos caminhos para que a escola avance pedagogicamente é justamente procurar criar maior possibilidade de discussão e diálogo com os jovens, em prol do desenvolvimento e resgate de valores, em que o respeito à diversidade e a tolerância, sejam vistos como condições fundamentais para se viver harmonicamente em sociedade.

Embora diante da falta de apoio por parte da direção e coordenação pedagógica da escola, Erin, não se deixa abater e desenvolve propostas pedagógicas inovadoras com a turma, investe em leituras significativas, através do projeto literário com o livro “Diário de Anne Frank”. Esse projeto envolvia atividades como a construção de um diário, no qual os alunos escreveriam sobre as coisas boas ou ruins vivenciadas; aulas passeios a espaços culturais; escrita de cartas para a Miep Gies, “a senhora que deu abrigo a Anne Frank”, culminando com uma visita da mesma à instituição de ensino.

Apesar de enfrentar grandes desafios no início de seu trabalho, em relação à coordenação, aos outros professores e aos próprios alunos, aos poucos Erin ou a Sra. G (como era chamada pela turma) começou a ganhar a confiança dos alunos, e principalmente do Secretário de Educação responsável pela escola. Entre tentativas frustradas e de sucesso, Erin descobre um meio de comunicação muito interessante, que quebra as barreiras raciais, éticas e sociais entre ela e os alunos, sendo possível assim que os alunos da sala 203, tidos como incapazes, começassem a descobrir o mundo da aprendizagem.

O trabalho desta professora foi muito além da sala de aula. Ela possibilitou que seus alunos tivessem outras perspectivas de mundo, por exemplo, visitando o museu do holocausto, possibilitando aos jovens conhecer os efeitos traumáticos da ideologia da “grande gangue” nazista, que provocou a 2ª Guerra Mundial, e também reconhecer as semelhanças entre esse acontecimento e suas “pequenas gangues” da escola, ou levando-os para jantar em restaurantes finos.

O que podemos pôr em relevo em relação ao referido filme, em termos de metodologia e filosofia educacional, adotadas pela professora desenvolveu, é sua capacidade de promover a discussão em torno das diversidades e como cada aluno pode modificar sua própria vida. Nesse sentido incentivou-os a pensar, criticar, avaliar as opiniões estereotipadas de parte da sociedade americana de origem saxônica, ou seja, trabalhou a questão da alteridade que muitos alunos deixaram relegada a um plano secundário. Em verdade, buscou despertar em seus alunos a perspectiva do futuro, construído pelas ações postas em andamento por eles mesmos, isto é, coloca em desenvolvimento a “metodologia” da “quebra de estereótipos”.

O respeito e autoconfiança são resgatados, mostrando uma nova realidade possível de transformação, como aponta Paulo Freire, em sua obra Pedagogia do Oprimido, em que os alunos saem da condição de marginalidade de oprimidos e iniciam no campo das possibilidades, ao lutarem pelos seus ideais, pelas suas conquistas e ao enfrentarem os obstáculos, não mais com a violência, mas com o conhecimento. Richard Lagravanese apresenta de forma

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