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A Cosmossemiótica De Peirce E Os Sistemas Usuários De Signos: Da Transdução Microrgânica à Comunicação Midiática

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Por:   •  8/4/2014  •  5.389 Palavras (22 Páginas)  •  299 Visualizações

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

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A cosmossemiótica de Peirce e os sistemas usuários de signos:

Da transdução microrgânica à comunicação midiática

Resumo

A presente pesquisa estabelece as inter-relações entre os sistemas usuários de signos e seus processos evolutivos por semelhança, por contigüidade e por generalidade. A cosmoesfera dos signos peirceanos, mediadora de todas as linguagens, pode proporcionar um recorte: da transdução dos microrganismos até a comunicação midiática entre os humanos. A mudança de hábito através desordem que promove nova ordem, é um fato cognitivo, ao descrever a coleta da informação do mundo exterior até o processo cognitivo no mundo interior.

Palavras-chaves: agapismo; sinequismo; tiquismo; cognição; semiose

1. Introdução

Três artigos de Charles S. Peirce, publicados no The Monist: A essência Cristalina do Homem (em outubro de 1892: 1-22, também em CP 6.238-71 e EP 1.334-351), Amor Evolutivo (em janeiro 1893: 176-200, também em CP 6.287-317) e A Lei da Mente (em abril de 1892:533-559, também em CP 6.102-163), proporcionam suporte teórico para a presente pesquisa (ainda em processo). Assim pretende-se estabelecer as relações de afetabilidade entre os objetos do mundo exterior, que conferem ao homem as representações simbólicas, capazes de determinar a natureza cognitiva em seu mundo interior. Extraímos um diálogo hipotético que o próprio Peirce utilizou para adequar a combinação sígnica, em um diálogo simples:

Dois homens, A e B, se encontram em caminho local, onde acontece o seguinte diálogo:

B. O proprietário dessa casa é o homem mais rico desse lugar.

A. Que casa?

B. Por acaso não enxergas uma casa a sua direita, mais ou menos a sete quilômetros de distância, sobre uma colina?

A. Sim acredito que posso vê-la

B. Muito bem, essa é a casa! (MS 404, §5).

Vamos supor que o homem A, depois de apreender a informação contida no diálogo, vá

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Trabalho apresentado no INTERCOM 2005 - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Teorias da Comunicação e Semiótica, por Luiz Nelson de Oliveira Trentini, graduado em Comunicação Visual, com Especialização em Educomunicação, pela Universidade do Sagrado Coração-USC, diretacom@uol.com.br, aluno mestrando em Comunicação Midiática pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP, Página 1/14, em 20/05/05.

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para outra localidade distante dali. Ao passar por um caminho semelhante ao da localidade anterior e, avistar uma casa sobre uma colina e afirmar para qualquer pessoa local, que o proprietário daquela casa da colina seria o homem mais rico do lugar, provavelmente o seu interlocutor não entenderia a mensagem. Temos assim que, em um ato comunicacional inteligível entre o enunciador e o enunciatário, a ação e a combinatória sígnica são essenciais para a representação adequada do objeto da enunciação, dentro de uma contextualidade. Sobre isso, afirma Peirce, “Para identificar um objeto, geralmente indicamos seu lugar e determinamos um tempo; e, em qualquer caso, deve mostrar-se como pode conectar-se uma experiência sua com a experiência prévia do ouvinte” (idem).

Nessa afirmação de Peirce, percebe-se que, antes da generalização simbólica de uma idéia, em terceiridade, funciona a primeiridade produtora de uma identificação icônica entre objeto tematizado no discurso, além de uma secundidade, em que há uma indicialidade entre o símbolo e seu objeto de referência. Em outras palavras, o índice incorpora o ícone, e o símbolo incorpora os dois modos de interação comunicativa anteriores. A linguagem verbal é assim um amálgama ao ser manifestada, não apenas pelo uso da palavra em símbolos convencionados e arbitrários de modo psicológico, como desejam os lingüistas. Ela é, antes, expressada através de signos indiciais e icônicos que envolvem a representação adequada na combinatória da significação. Já os signos convencionados, como as palavras, por exemplo, sua essencialidade é inferior à descoberta da significação, portanto, de natureza posterior à significação. A linguagem é, em suma, tomada por Peirce, como um instrumento para modelizar tanto o meio-ambiente exterior ao homem como o seu mundo interior, porque traz em si uma tríade de elementos composicionais que são um objeto, seu representamen como signo e seu interpretante como signo novo derivado da combinatória anterior. Desse modo, a existência de um signo convencional pressupõe a existência do objeto e da sua representação

Peirce argumenta, em “O que é um signo?”, que a cognição humana e o conseqüente enunciado de determinado pensamento, só podem se tornar efetivos a partir do interpretante simbólico. Assim, para que determinado enunciado tenha êxito, é imprescindível que o emissor encaminhe a mensagem ao destinatário e empregue a combinatória sígnica adequada à mensagem. A mensagem simbólica possui um referente icônico-indicial, que deverá ser apreendido pelo destinatário. Para que isso

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ocorra, é essencial que tanto o emissor quanto o destinatário de um processo de comunicação disponham de um código comum, além da existência de um canal entre ambos: uma conexão física ou mental (MS 404, §5). No entanto, se isso é essencial para a comunicação humana, pode haver outros tipos de interação sem que isso aconteça, pois o não conhecimento de um código também comunica a alguém alguma coisa, como esse mesmo fato de desconhecer o que está

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