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Por:   •  11/4/2013  •  861 Palavras (4 Páginas)  •  363 Visualizações

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"Das profundezas

clamo a ti, Javé!"

Breve comentário do Salmo 130 (129).

Frei Carlos Mesters

1 Das profundezas eu clamo a ti, Javé:

2 Senhor, ouve o meu grito!

Que teus ouvidos estejam atentos

ao meu pedido por graça!

3 Javé, se levas em conta as culpas,

quem poderá resistir?

4 Mas de ti vem o perdão,

e assim infundes respeito.

5 Minha alma espera em Javé,

espera em sua palavra.

6 Minha alma aguarda o Senhor,

mais que os guardas pela aurora.

Mais que os guardas pela aurora,

7 aguarde Israel a Javé.

Pois de Javé vem a graça

e a redenção em abundância.

8 Ele vai redimir Israel

de todas as suas culpas.

O Salmo 130 tem duas partes. A primeira (versículos 1 a 4) traz uma prece em forma de grito que sai do fundo da alma do ser humano. Uma prece que revela uma nova experiência de Deus. Ele é graça e perdão.

A segunda parte (versículos 5 a 8) traz o resultado dessa prece, a saber, uma nova atitude de vida, que nasce da experiência de Deus. Essa nova atitude, aqui no salmo, se traduz em esperança e paz, tanto em nível pessoal como em nível de povo.

"Das profundezas eu clamo a ti, Javé! Senhor, ouve o meu grito!" . Não se vê ninguém. Apenas se ouve um grito. Uma voz suplicante que vem lá do fundo do poço. Uma voz firme, cuja prece nasce da certeza da fé em que Deus escuta o clamor do seu povo!

Esses primeiros versos exprimem a convicção de fé que acompanha os pobres ao longo de toda a história do povo de Deus. Essa convicção percorre a bíblia de ponta a ponta: sempre e a toda hora podemos nos dirigir a Deus com a certeza absoluta de que Ele nos ouve.

A ideologia dominante da época, porém, chegou a colocar em dúvida essa certeza central da fé. Ela ensinava que Deus manifesta a sua justiça recompensando os bons e castigando os maus. Segundo essa ideologia, o sofrimento deve ser visto como um castigo de Deus pelas nossas culpas. E é assim que se ensinava aos pobres: "Se vocês sofrem, é porque pecaram! Vocês são pecadores!".

Essa falsa imagem da divindade fazia com que o relacionamento com Deus fosse marcado pelo medo do castigo. Ela levava o povo a ter idéias erradas e mentirosas sobre a própria vida humana (cf. Jó 13,7).

O salmista - ou a salmista - não concorda com essa terrível doutrina, que marginaliza os pobres e os exclui como pecadores. Uma imagem de Deus que conta mentiras sobre a vida humana, declarando que pobre é pecador, não merece respeito e não vem de Deus!

O coração e a intuição de fé nos dizem que Deus não é assim. De dentro do salmista nasce uma outra imagem de Deus, que o leva a fazer este pedido, tão bonito, de

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