A Produção social das diferenças

A PRODUÇÃO SOCIAL DAS DIFERENÇAS

No que se refere à diversidade o tratar de diferenças deve partir do ponto em que se possa entender a origem delas, o que é diferente para um grupo é considerado natural por outro, no tocante a idéias temos por costume “tornar o outro diferente para fazê-lo inimigo” (Gomes 2007, p.25).

O modelo social pós-colonial ao impor suas lógicas e regras, por natureza exclui em sua lógica tudo o que não se enquadra em suas normas estabelecida, no entanto ninguém escolhe ser branco ou negro, homem ou mulher, ouvinte ou surdo, vidente ou cego, normal ou deficiente, somos produto de uma formação social. Oliveira (2003) esclarece que a cosmovisão acidental se afirma na destruição do Outro ao invés de dialogar.

Ao nos depararmos com o novo classificamos como diferente e quando explorado procuramos similaridades com o que por nos já é aceito e indiretamente tentamos mudar ao inserir, no que classificamos como estranho, as nossas próprias experiências. Este conceito é discutido por profissionais da educação, no entanto e necessário sair do campo filosófico e incluir como grade curricular e pratica a aceitação da diversidade, para com isso abrir caminho para uma verdadeira inclusão imparcial.

Uma experiência adotada por um grupo de Brasília (DF) levou voluntários videntes, porém vendados, a experimentar o dia a dia de cegos, com isso pode inserir um novo modo de pensar fazendo com que estes entendessem não ser uma deficiência, mas uma forma de sobrevivência ao se adaptarem no meio estranho (Correio Braziliense 07/08/2013).

A grande dificuldade em transpor o obstáculo das diferenças é que como educador auxiliando na construção do EU emancipado tomamos a postura diante do outro de Eu onisciente e desta forma tentamos moldar as diferenças a nossa imagem e semelhança, para que isso não ocorra se faz necessário abrir mão de paradigmas e ideologias inseridas em uma cultura colonial decadente onde o diferente é considerado inferior ao objeto em destaque.

Diferenças existem e sempre existirá, construir algo novo através de questionamentos, diálogos e idéias como afirma Gomes criar uma revisão de propostas curriculares e dos processos de formação de professores (GOMES, 2007, p. 32). Criar uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades (SANTOS apud PIOVESAN, 2005, p. 37), para que alunos reproduzam essa igualdade nos vários campos da sociedade.