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A TÉCNICA MAQUIAVELIANA COMO INSTRUMENTO DA TÁTICA GRAMSCIANA

Por:   •  28/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.846 Palavras (12 Páginas)  •  93 Visualizações

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                                             UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA                                                       SILAS HENRIQUE GAMA E VIVIANE PIRES DOS SANTOS

A TÉCNICA MAQUIAVELIANA COMO INSTRUMENTO DA TÁTICA GRAMSCIANA

                                                                             Salvador

                                                                         2014

                                           

                                SILAS HENRIQUE GAMA E VIVIANE PIRES DOS SANTOS

Produção Textual Coletiva do 1° Semestre apresentado a Universidade Federal da Bahia – UFBA.

             Salvador                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              2014                                                                                                        

                                                                                 

                                                           

  INTRODUÇÃO

A ideia e o desenvolvimento desse trabalho não se baseiam em mera prepotência ou até mesmo ingenuidade. Ele não tem por intuito ser uma tese ou coisa parecida, mas sim um trabalho de conclusão de semestre feito por dois calouros que compreendem as suas limitações.

O trabalho terá como objetivo estabelecer uma comparação entre os capítulos XII, XIII e XIV contidos no livro "O Príncipe" de Nicolau Maquiavel, e os conceitos desenvolvidos por Antônio Gramsci de hegemonia, partido e moral, para assim, apontar de que forma eles se assemelham.

 

No capítulo XII - Dos gêneros de milícia e dos soldados mercenários - Maquiavel deixa claro as forças que um príncipe se apoiará para manter o seu estado, são elas: próprias ou mercenárias, auxiliares ou mistas. Sendo as tropas mercenárias e auxiliares inúteis.

 Essas primeiras são inúteis por não ter nenhum vínculo que os ligue diretamente ao príncipe, apenas o soldo; qual esse, é muito pouco para arriscar a sua vida. Além disso, as tropas mercenárias são, segundo o autor: "ambiciosas, indisciplinadas, infiéis, insolentes para com os amigos, mas covardes perante os inimigos, não temes a Deus, nem dão fé aos homens, e o príncipe só adia a própria ruína na medida em que adia o ataque" (p. 75). São apontadas também, como a causa da ruína em que se encontrava a Itália na época dele. Nas lutas entre ducados ou principados italianos, as tropas mercenárias até se mostravam úteis, e com algumas ações vistas como valorosas, mas, chegando os conquistadores estrangeiros, logo se revelavam. Aponta Maquiavel, que as grandes invasões que sucederam à Itália foram causadas por elas; tendo o país saído do julgo do Império, e a Igreja ampliando o seu poder temporal com a criação de ducados e principados, os cidadãos e os padres não se viam habituados ao manuseio das armas, obrigando-se assim, à recorrência de tropas mercenárias. Daí abriu-se caminho para as invasões de Carlos VIII, Luís XII, e Fernando de Aragão.

Importante ressaltar também, o exemplo que Maquiavel explana sobre Francesco Sforza, um típico capitão mercenário. Esses, com o duque milanês, Filipe, morto, o assalariaram para que comandasse as tropas e atacasse os venezianos. Depois de vencido o inimigo, junta-se a eles para oprimir os mesmos milaneses que o colocaram em tal posto.

Resume muito bem, Maquiavel, sobre as tropas mercenárias: "Essas tropas dão apenas lentas, tardias e precárias conquistas, mas rápidas e espantosas perdas" (p. 79)

No capítulo que sucede, é abordada a questão das tropas auxiliares. Essas tropas são enviadas por outrem para auxiliarem o príncipe a conquistar. Porém, são mais perigosas que as mercenárias, pois, enquanto estas são de certa forma desunidas e  pagas pelo príncipe, consequentemente, dependerão de um tempo maior para prejudicá-lo; diferentemente das auxiliares, que, como são enviadas por outros, estão, consequentemente , subordinadas inteiramente a esses outros. Aproveitam-se do próprio ato da conquista que elas auxiliaram, para, tomarem pra si, tal principado conquistado. Afirma Maquiavel: "Enfim, as armas de outrem, ou te caem pelas costas, ou pesam sobre ti, ou ainda te sufocam" (p. 83).

Maquiavel, nesse mesmo capítulo, deixa ainda evidente parte de sua admiração pelo César Bórgia. Na qual, tendo contado com a ajuda dos franceses para a conquista de Imola e do ducado de Forli, logo depois, em meio à desconfiança os trocou por tropas mercenárias que julgou serem menos perigosas. Não contente com essas, as julgando infiéis, extinguiu-as, e passou a contar com tropas verdadeiramente suas. Fatos esses, que pode-se perceber uma gradação no reconhecimento e na fama do César Bórgia de acordo com as tropas por ele usadas.

No capítulo XIV - Dos deveres do príncipe para com as suas tropas - Maquiavel defenderá a ideia não pode haver qualquer outro pensamento, prática ou objetivo a não ser a guerra, o seu regulamento e sua disciplina. Ela é indispensável não só para quem anseia conquistar, mas também para quem deseja governar, pois, um príncipe sem armas fica ao julgo de outros que as possuem, e consequentemente, há uma indefinição na segurança do seu Estado e de certa forma é mal visto pelos seus servos e suas tropas; "Não há proporção alguma entre um príncipe armado e um desarmado, e não é razoável que quem está armado obedeça com gosto a quem não está, e que o príncipe viva seguro entre servidores em armas." (p.86) aponta Maquiavel.

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