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Análise do Curta "Ilha das Flores"

Por:   •  25/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  876 Palavras (4 Páginas)  •  242 Visualizações

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TRABALHO FINAL

Nome: Juliana de Paula Novaes

Ambas as obras cinematográficas expressam de maneira dinâmica e crítica todo o universo que envolve o ato do consumo, apontando desde os prazeres, ostentações e luxo ao outro lado, não tão atrativo, que revela todo o processo de miserabilidade, exclusão e exploração da parte fragilizada da sociedade.

 Analisando o curta Ilha das Flores é possível evidenciar toda a banalização a que foi submetido o ser humano. Neste caso é perfeitamente plausível classificar o consumismo desenfreado e pouco sustentável mantido pela sociedade, como um dos principais fatores que geram e sustentam o grande ciclo vicioso das desigualdades sociais a nível mundial. Para tal faz- se necessário levar em consideração todo o processo de geração destes bens, assim como o acúmulo de riquezas com a venda dos mesmos. Basta que tenhamos como ponto chave, por exemplo, as formas de exploração do trabalho utilizadas na “construção” destes bens.

[pic 1][pic 2]

 A desigualdade social e toda perversidade deste sistema de consumo predatório advém de processos históricos que moldaram de modo quase que imperceptível os modelos culturais de diversas sociedades. Acontecimentos tais como a revolução industrial, os avanços tecnológicos, a globalização que de certa maneira “padronizou o jeito de ser e estar” das massas nos sete cantos do mundo contribuiu para a adoção de um consumo que está além da necessidade “real”. É possível perceber nos filmes que as noções de progresso, de racionalidade e de necessidade humana são postas de maneira crítica estabelecendo uma ponte direta com o capitalismo e as suas conseqüências sociais.

Neste sentido podemos fazer uma breve reflexão sobre as formas de consumo pautados nos estudos de Karl Marx, onde o mesmo afirma haver três formas de consumo estando estas ligadas ao:

  • Ato de reproduzir os meios de possibilitam a produção de outros serviços/bens;
  • O consumo que está relacionado a sustento e manutenção da força de trabalho responsável por produzir os bens/serviços citados anteriormente;
  •  E o consumo conhecido por sua característica “supérflua”.

Este último, o consumo dispensável, ou de acordo com as teorias de Marx, o consumo de luxo, é discutido no filme “Os delírios de consumo de Becky Bloom” e após ponderarmos sobre a miserabilidade decorrente do consumismo intimamente alicerçado ao sistema capitalista, nos deparamos com a outra face deste processo: a produção/reprodução de símbolos.  

        De certo que esta outra face esta ligada de maneira indissociável aos “delírios” do capital, da acumulação de bens, da desigualdade social e má distribuição de renda entre outros. No entanto apesar de ser uma linha contínua, ao mesmo tempo que o consumismo incentivado pelos grandes pólos industriais e até mesmo pelos governos é repassado/fixado pela mídia em cada indivíduo determinando o que, como, quando, onde e porque consumir, neste processo que entendo como alienação sociocultural a sociedade assimila, adota, reagrupa, determina e exclui seus semelhantes de acordo com o Habitus de consumo de cada um dos seus.

        Exatamente ai que observamos a aglomeração de valores a bens e serviços que perpassam àqueles cifrões gastos na produção dos mesmos. Tudo isso devido a ostentação de produtos que se vendem não tão somente pela qualidade e utilidade, mas pela repercussão social e o status adquirido que se alcança ao ter acesso a cada um deles.

        Logicamente que toda esta demanda de “consumo extra” – ou seja, voltado não somente para suprir necessidades básicas de sobrevivência – bem como os ensinamentos passados pelas organizações (empresas, governos, mídia) pautados na produção e escoamento de produtos/serviços em larga escala, repercuti de maneira negativa não somente nos indivíduos de maneira particular ou na sociedade tão somente enquanto um acúmulo de pessoas que vivem em comunidade, mas no próprio meio em que estas vivem. A exploração dos bens não duráveis, o desmatamento a utilização irresponsável de recursos naturais vem causando sérios danos ao ecossistema. Desta forma podemos perceber que o consumismo afeta todas as formas de vida, até mesmo aquelas que não usufruem dos grandes artigos de luxo.

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