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Atividade- Cultura: um conceito antropológico

Por:   •  12/5/2021  •  Dissertação  •  1.343 Palavras (6 Páginas)  •  136 Visualizações

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Atividade Assíncrona:  Cultura um conceito antropológico

Gabrielle F. Martins, Karenina Milosevic

Para entender o conceito de “cultura” é importante entender o contexto conceitual histórico. A princípio tinha-se o cientificismo como a base de tudo, pautado neste cientificismo começaram a surgir estudos que comparavam e buscavam comprovar que havia  superioridade de algumas raças e a inferioridade de outras, essa comprovação acontecia apoiada, por exemplo,  na antropometria, que media crânios para identificar pelo tamanho ou formato a superioridade ou inferioridade; também avaliava-se o tipo físico do indivíduo para verificar sua propensão ao crime, neste contexto acreditava-se numa superioridade da raça branca. Houve também teóricos defendendo que o meio geográfico determinava o indivíduo. Seja na identificação do indivíduo dentro do grupo, seja na avaliação racial, estavam os povos da América, África e inclusive outros condenados à desqualificação. Estas afirmações foram refutadas durante o processo de formulação e desenvolvimento do conceito “cultura”.    

A palavra cultura se origina de outros dois termos, como: o termo germânico Kultur, símbolo de aspectos espirituais de uma comunidade e o termo francês Civilization, que são as realizações materiais de um povo. Edward Tylor sintetizou ambos os termos dando origem a "Culture", símbolo inglês, isto é, “cultura” que definiu como: “conhecimentos, crença, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade adquirida pelo homem em sociedade”. Esta definição dada por Taylor é importante porque é abrangente e caracteriza cultura como algo que é aprendido independente de transmissão genética, não é inato. Teoria esta, que foi completada por Kroeber, posteriormente.

Tylor formalizou um conceito que já ocupava as mentes na época. Marvin Harris, antropólogo, manifesta a influência do pensamento de John Locke, que afirma que o homem nasce como uma tábua rasa que é preenchida durante a vida, a ideia de verdades inatas perde força, contribuindo com este conceito de cultura formalizado por Tylor. O filósofo John Locke, contribuiu também com a ideia de relativismo cultural ao chamar a atenção para princípios de uma determinada comunidade que são ignorados por outras, mas essa ideia de relativismo cultural foi melhor formulada posteriormente por Franz Boas.

Como supracitado, Tylor foi o primeiro a postular uma definição de cultura do ponto de vista antropológico, sendo assim, o antropólogo buscou demonstrar a importância do estudo sistemático de cultura, pois possui causas e regularidades, assim é possível formular leis e antecipar evoluções. Tylor considera a cultura como fenômeno natural e buscava apoio de sua teoria nas ciências naturais, porém encontrava obstáculos na filosofia transcendental e na teologia para justificar sua teoria, buscou então uma comprovação mais prática. E não há como negar que “como cada homem conhece pelas evidências de sua própria consciência, causas naturais e definidas determinam as ações humanas. “Após esta afirmação, Taylor afirma a igualdade racial. A diversidade cultural não tem interferência racial. A diversidade é resultado da desigualdade de estágios no processo evolutivo.

Para entender melhor o pensamento de Tylor é necessário a contextualização da época em que o antropólogo vivia. Suas teorias, foram produzidas quando a sociedade estava impactada com o livro Origem das espécies de Darwin, o conceito antropológico de Taylor foi influenciado, colocando a antropologia numa perspectiva do evolucionismo unilinear, o que acabou contribuindo para outro processo discriminatório, que não era mais racial e sim etnocêntrico.

Stocking criticou Tylor, por ignorar a questão do relativismo cultural, mas a ideia de relativismo cultural estava associada com à de evolução multilinear, contrária à sua teoria unilinear. Apesar de ter ignorado o relativismo, Tylor foi perspicaz ao questionar os trabalhadores de gabinete, questionava a veracidade das informações, pois eram apenas relatos, alguns posteriormente foram dados como errados e nunca conclusivos.

A principal reação ao evolucionismo foi feita por Franz Boas, que postulou a ideia de relativismo cultural ao comparar a vida social de povos diferentes, mas com as mesmas leis ambientais. Franz boas, contribuiu também quando afirmou a necessidade de comprovar e comparar dados. Provou que os caminhos culturais são distintos por causa dos diferentes eventos históricos.

Alfred Kroeber que já foi citado, teve um papel importante como antropólogo, mostrou que a cultura atua sobre o homem (o que pretendo adentrar melhor adiante neste texto), adianto que a cultura age de tal forma a distanciar o homem do animal, o homem passa ser compreendido como algo além da sua materialidade corporal. O homem é corpo e alma, físico e mental, vital e social, orgânico e cultural. Isto é, há claramente no homem qualidades corporais, racionais e sociais, são qualidades antagônicas e complementares. Kroeber entende que existe um conjunto de necessidades vitais que independem da cultura e da raça (animal ou humana), são elas: alimentação, sono, respiração, atividade sexual etc. Entretanto apesar destas necessidades serem comuns a toda humanidade, o modo de satisfazê-las difere muito entre os homens de acordo com a cultura.

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