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Conceito de informação

Por:   •  8/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.062 Palavras (13 Páginas)  •  181 Visualizações

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O CONCEITO DE INFORMAÇÃO

CAPURO, Rafael; HJORLAND, Birger. O conceito de informação. Perspec. Ci. Inf., Belo Horizonte, v. 1, n. 12, p.148-207, jan./abr. 2007.

O texto objeto de estudo apresenta uma abordagem sobre o conceito de informação, seu relevante papel na sociedade contemporânea, no sentido de conhecimento comunicado. Discorre sobre o empasse de se definir informação não só em Ciência da Informação, mas como em outras áreas. A proposta da pesquisa é apresentar as perspectivas sobre a real situação do conceito de informação em Ciência da Informação, assim como as suas tendências interdisciplinares. Em sua primeira parte é possível observar a discussão sobre a problemática da definição de termos partindo da perspectivada filosofia da ciência, apresentando suporte teórico, com intuito de contribuir para a característica social da Ciência da Informação.

Buscou-se demostrar os aspectos conceituais de informação, tendo em vista a compreensão dos muitos sentidos delineados epistemologicamente, abarcando fundamentos científicos, humanos e técnico-pragmáticos.

Na definição e teoria do significado é importante compreender que as pessoas empregam os termos de maneira diferente, tal teoria pressupõe que os termos se definem descobrindo como as pessoas os empregam. O uso banal do termo informação pode levar a vários significados diferentes quando comparado a sua definição formal, levando à visões teóricas conflitantes. Por isso é importante comparar definições formais diferentes e considerar seu significado tal como é usado em relação a outros termos.

O significado dos termos deve ser levado em conta na estruturação das teorias as quais servirão a um propósito e ao tipo de atividade que a ciência realiza, ou seja, a produção de conhecimento e o desenvolvimento de teorias cientificas tem como função considerar tal significado na elaboração de seus conceitos.

Conforme os autores, na perspectiva da filosofia da ciência, Chalmers considera formas alternativas para definir termos científicos, como as definições léxicas o ostensivas, mostrando com isso que as definições de termos como informação dependem das funções que damos a elas em nossas teorias, ou seja, o tipo de trabalho metodológico que elas devem fazer para nós.

A informação, conforme Smit (2012), vem recebendo diversas abordagens no decorrer do tempo, com isso suas diferentes características foram sendo enfatizadas sem que fosse necessário a substituição de uma característica por outra. A palavra informação e suas combinações tais como recuperação da informação e centro de informação, têm contribuído para os avanços da documentação e o trabalho da biblioteca, que tem sido algo desinteressante, permitindo identificar e determinar a quantidade de informação disponibilizada em função de um consenso que abrange a natureza informacional dos registros.

No texto referenciado os autores chamam a atenção para a noção histórica do termo informação que, conforme Siqueira (apud Kornwachs e Konstantin, 2013), tem suas raízes gregas e latinas. Os termos gregos eidos/Idea, morphé e  typos, que Platão e Aristóteles usavam em sua filosofia, já davam sinais de conceitos-chave da ontologia e epistemologia grega, referindo-se ao significado de “modelo” e “representação”. Porém as origens etimológicas do termo informação são latinas, oriundas dos termos informo e informatio, que expressavam o ato de moldar a mente ou simplesmente comunicar conhecimento.

Os termos informo e informatio durante o período da Idade Média, foram influenciados pela filosofia escolástica e seus sentidos ganharam outras formas, incorporando a eles um uso moral e pedagógico, em alusão à formação ou modelagem da mente. Isso não se consolidou de fato e com o advento da Idade Moderna o uso dos termos passou por nova transformação, agora incorporando à noção de informação um conceito de representação, inserindo o termo no contexto do conhecimento e da linguagem (SIQUEIRA, 2013).

A segunda metade do século XX foi o momento de maior impacto para o termo informação. Fatores como a Teoria da Informação, Cibernética, Teoria dos sistemas, desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, redimensionaram o uso do termo. O contexto pós-moderno trouxe uma maior versatilidade para o termo que acabou sendo usado por disciplinas cientificas e isso limitou a determinação categórica do termo.

Como resposta a todo esse desenvolvimento do termo, a tendência foi re-humanizá-lo, ou simplesmente colocá-lo no contexto cultural. Contudo a busca por uma reflexão mais aprofundada, onde informação e comunicação sejam o não humanas, continua e são vistas com suas correspondentes diferenças conforme for o ponto de vista do gênero de interpretação. Esta reflexão mais aprofundada simboliza tanto um renascimento da dimensão ontológica das raízes gregas de informatio além de uma visão humanista restrita, quanto da perspectiva moderna, desumanizada da informação com conhecimento comunicado, dando origem ao que se pode chamar de ontologia comunicativa, onde não somente seres vivos, mas também todos os tipos de sistemas são considerados produtores, processadores e compartilhadores de informação.

Neste meio tão flexível, os autores nos levam a compreender informação sem simplificações, de modo não reducionista, sem restrições de domínios do saber, onde se é possível observar suas semelhanças e diferenças conceituais aplicadas a várias áreas, nos mais diversos conceitos, com perspectivas epistemológicas que demonstrem variados campos passiveis de aplicação desse conceito.

É possível observar que no decorrer da leitura os autores apresentam o termo informação em suas diferentes nuances, revelando o estudo desse conceito nos campos das ciências naturais, cognitivas e sociais. E é a partir desse pressuposto que na pesquisa se pôde verificar a informação na perspectiva das ciências naturais, que se justifica no método de explicação causal dos fenômenos naturais que só podem ser submetidos a leis universais e invariáveis, conforme o próprio Capurro observou. Sendo assim o termo informação revela uma relação com sinal ou mensagem – assim como Shannon define em sua Teoria Matemática da Comunicação e que os autores abordam também no texto – sendo, nesse sentido, algo totalmente físico que o emissor transfere ao receptor, não podendo se configurar informação propriamente, pois no contexto paradigmático da informação como é expressa nesse sentido, não são considerados os aspectos semânticos e pragmáticos, tendo apenas a mecânica como destaque na transmissão do sinal, sendo possível verificar, portanto, ser um paradigma meramente físico (PORTELLA, 2005).

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