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Construção Social da Realidade

Por:   •  16/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.212 Palavras (5 Páginas)  •  143 Visualizações

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Introdução.

Este trabalho tem o objetivo de contribuir com a discussão sobre como corpo, consciência e realidade se desempenham no processo de construção social da realidade, ao mediar e articular essa discussão. Os autores propõem uma discussão sociológica, ou seja, pretendem constatar como funciona essa engrenagem, usando como base o senso comum que molda a realidade, dessa forma, gerando um mundo coerente para os homens. Ao citar a realidade cotidiana, os autores querem que o leitor compreenda que a realidade é tudo que eu vivencio no momento o “aqui e agora”, como é referido diversas vezes no texto. Datam de significação, objetos e atitudes que fazem parte da vida em sociedade, como por exemplo a linguagem, que para que o indivíduo possa se comunicar com os demais, ele necessita aprender algo que já foi predeterminado antes mesmo de seu nascimento. Um homem já nasce com a obrigação de interagir socialmente para poder viver em sociedade .

O senso comum (realidade circundante de determinado grupo social) se configura à algo que ultrapassa os limites do real, entrando em choque com o mundo cotidiano, apresentando assim, o mundo como um problema em que todos partilham de uma realidade comum, porém todos construam suas próprias realidades pessoais e particulares. Conflitos acabam sendo gerados por meio dessa problemática, criando um sentimento de desconforto pois a realidade do outro sempre será estranha ao eu, pois o que foge da minha realidade me causa estranheza.

1.O conhecimento diário e a sociedade real objetiva como criação da relação com o corpo, consciência e realidade

1.1 Realidade cotidiana, corpo e consciência

De acordo com Berger e Luckmann (2014), a sociologia compreende a realidade da vida cotidiana como objeto de análise levando em consideração que “a vida cotidiana apresenta-se como realidade interpretada pelos homens subjetivamente dotada de sentido para eles na medida em que forma um mundo coerente” (p. 35). Segundo esses autores para que esta realidade seja analisada, ela deve ser observada de acordo com os fenômenos singulares que aparecem em seu interior. Isso significa afirmar que para esses teóricos, a vida cotidiana, em relação ao mundo, não deve ser encarada como uma realidade pronta e acabada que determinam e delimitam a vida das pessoas, mas, sobretudo, como uma realidade construtora de “um mundo que se origina no pensamento e na ação dos homens comuns, sendo afirmado como real por eles” (p. 36).

Para que isso possa ser compreendido com mais clareza, os autores lançam mão de exemplos pautados nas experiências do senso comum e afirmam que as interpretações são fruto de uma consciência intencional. Tal fenômeno como “caráter intencional comum de toda consciência” (p.36), é o objeto de estudo desses sociólogos. Tomando como exemplo um paciente que entra em estado de coma (estado inconsciente com duração de mais de seis horas), como entender que esse indivíduo possui uma consciência do fluxo interior do tempo, se seu estado é fisiologicamente de inconsciência? Ao acordar, esse indivíduo, mesmo que de forma imprecisa, tem a noção de que determinado tempo se passou, devido às circunstâncias em que ele se encontra não serem as mesmas de seu cotidiano, o que agora é considerado realidade para ele, no momento de seu despertar, a sua realidade circundante se configura como algo que ultrapassa os limites do real, causando-lhe certa estranheza. Entra em choque o mundo cotidiano antes do coma com o mundo que se apresenta para ele como um problema. Embora todos em sua volta partilhem de uma realidade comum, possivelmente, este sujeito constrói sua própria realidade. O tempo é, neste caso,

É uma propriedade intrínseca da consciência. A corrente de consciência é sempre ordenada temporalmente. É possível estabelecer diferenças entre níveis distintos desta temporalidade, uma vez que nos é acessível intrassubjetivamente. Todo indivíduo tem consciência do fluxo interior do tempo, que por sua vez se funda nos ritmos fisiológicos do organismo, embora não se funda nos ritmos fisiológicos do organismo, embora não se identifique com estes. Excederia de muito âmbito destes prolegômenos entrar na analise detalhada desses níveis da temporalidade intrassubjetiva (BERGER & LUCKMANN. 2014, p.43/44).

Dessa forma, o sujeito do coma tem consciência do fluxo interior do seu tempo, uma vez que mesmo estando em estado de inconsciência, o tempo

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