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Curso de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional

Por:   •  13/12/2022  •  Resenha  •  1.095 Palavras (5 Páginas)  •  47 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ

Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional – IPPUR

Curso de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional

Disciplina Economia e Território II

Professores: Carlos Antônio Brandão e Hipólita Siqueira de Oliveira

Aluno: Maycon Rohen Linhares

Textos: FIORI, José Luís. História, estratégia e desenvolvimento: para uma geopolítica do capitalismo. Boitempo Editorial, 2015.

FIORI, José Luís. O mundo como ele é. OIKOS (Rio de Janeiro), v. 8, n. 2, 2009.

RESENHA – História, estratégia e desenvolvimento

        Inspirado pelas teses de Fernand Braudel, Fiori partiu de uma teoria do poder e da acumulação do poder e de suas relações com o capital e a acumulação de capital para reconstruir as relações originárias entre as lutas pelo poder e as guerras, além do processo de formação das economias nacionais, dentro dos vários tabuleiros geopolíticos. Assim, o autor relaciona as guerras com as cobranças de tributos, o estímulo ao aumento da produção e da troca, o surgimento das moedas, as primeiras formas de acumulação, e, por fim, a centralização do poder e do capital que levou à formação dos primeiros Estados territoriais e das primeiras economias nacionais.

        O autor divide o prefácio em três seções, na primeira delas aborda as questões teóricas e históricas de longo prazo do sistema interestatal capitalista. Fiori divide as questões teóricas e históricas em sete teses que podem ser sintetizadas na seguinte forma: Tese 1 - Em termos estritamente lógicos, o poder é uma relação que se constitui e se define, tautologicamente, pela disputa e pela luta contínua pelo próprio poder. Na visão do autor o poder é assimétrico, limitado, relativo, heterostático, triangular, fluxo, sistêmico, expansivo, indissolúvel, dialético e ético.

        Na Tese 2 — Na história humana, a sedentarização do poder e das relações de poder entre os homens criou territórios e fronteiras mais estáveis que os das tribos ou povos nômades. Segundo o autor nesse novo contexto multiplicaram-se as guerras e com isso a necessidade de uma nova forma de organização e de recursos, daí a criação de um fluxo regular de recursos obtidos por meio da pilhagem ou da tributação dos próprios súditos, ou das novas populações conquistadas e submetidas. O autor considera ainda o tributo com um ato de poder inaugural, impactando diretamente na produção e produtividade do território.

        Segundo a Tese 3 — Na Europa, e somente na Europa, a competição entre os "poderes territoriais", somada às suas próprias lutas internas, produziu um efeito inteiramente novo e original. Uma questão fundamental nessa tese é que quando as guerras geraram uma necessidade de tributação maior do que a capacidade de pagamento dos contribuintes houve o endividamento do soberano com seus mercadores, selando uma relação entre os senhores de guerra e os senhores do dinheiro. Esse mercado de moedas e títulos criou as oportunidades para a formação e a acumulação privada de algumas formas primitivas de riqueza financeira.

De acordo com a Tese 4 — Sem o impulso do poder, a economia de mercado tende a se descentralizar e fragmentar, e, no limite, a se demonetizar. Apesar da acumulação progressiva do capital e a complexificação do capitalismo, permaneceu a dependência do poder que se explicita a cada nova crise da qual a economia capitalista é resgatada ou à qual e relançada pelo poder dos Estados. O autor utiliza uma analogia com a física para descrever a importância que o poder exerce nas crises, relançando e acelerando a acumulação capitalista a cada nova grande dificuldade enfrentada pelo sistema. Ainda nessa tese o autor critica fortemente o enquadramento dos Estados e economias nacionais dentro de conceitos bipolares e simplificados, na visão de Fiori as terminologias "centro-periferia", "desenvolvido-subdesenvolvido" e "semiperiferia" ou "dependência" são imprecisos, significam muitas coisas ao mesmo tempo, além de não conseguir distinguir as especificidades desses países, uns com relação aos outros e com relação às suas antigas metrópoles.

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