Desafios Da Escola Multisseriada

Desafios da Escola Multisseriada

Lucimar Vieira da Silva

Discente do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. lucimarvieira.s@hotmail.com________________________________________

RESUMO

O estudo envolve a transformação do aluno quando passa para outro nível de escolaridade, e se revela um ser transformador tendo assim o acompanhamento ocular do docente que também se transforma comele. Analisando o ensino multisseriado de uma escola localizada na zona rural de, onde as aulas do 1º ao 5º ano são ofertadas numa mesma sala. O que prejudica a aprendizagem e identifiquei algumas dificuldades dos alunos no ensino multisseriado. Refleti sobre a educação rural, o ensino multisseriado e a mediação docente para trabalhar conceitos e conteúdos diversos desde a alfabetização até o 5º ano do ensino fundamental, na perspectiva histórica e cultural. Concluí que existem possibilidades de aprendizagem nos modelos multisseriados de ensino, mas há lacunas, apesar de o professor se desdobrar para ensinar e produzir conhecimento nas salas multisseriadas. Um dos principais desafios colocados à educação do meio rural está relacionado ao ensino das escolas rurais com salas multisseriadas. Estas compreendem alunos de diferentes comunidades, séries, idades, aprendizagem e níveis de conhecimentos. São turmas heterogêneas, que têm como característica central a diversidade. Em muitas regiões rurais do Brasil, a educação escolar é organizada em turmas multisseriadas devido às grandes entre as comunidades e o baixo número de alunos em cada série/ano. O Artigo revela um pouco de minha trajetória e as deficiências das políticas sociais e educacionais de formação docente, o baixo apoio didático que geram limitações no desenvolvimento profissional do magistério rural, notadamente junto aos docentes que atuam em salas multisseriadas. Também destaco a parte benéfica que é certa autonomia na construção de um saber diferenciado e a importância do professor rural.

Palavras-chave: Docência, Rural, Multisseriada.

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1. INTRODUÇÃO

A criança quando entra para o Ensino Fundamental II ela sofre mudanças no corpo, dúvidas sobre a sexualidade, a criança entra na fase da puberdade, é um choque para ela.

Há a mudança de estrutura na escola, com isso a adaptação é o primeiro passo. Há uma evasão muito grande, a criança prefere ficar em casa ajudando os pais. Na minha época o fundamental I terminava com o 5º ano (admissão) e fazíamos uma prova para passar para o ginasial no caso o Fundamental II, hoje o 6º ano ao 9º ano. Nesta fase que constatamos a indisciplina, bulling e violência escolar que se estende até o Ensino Médio. As crianças se sentem agredidas pelas mudanças e começam a mostrar isso de forma violenta algumas é claro... Nós temos que passar confiança, para que o aluno não se sinta perdido. Eles vão de encontro com os seus colegas urbanos, com outra mentalidade.

Imagem 01 – Confiança no Ensino Fundamental II

Quando fui para a escola que trabalho, Ensino Fundamental II e Ensino Médio com ótima adaptação, no começo bem apreensiva, pois fiquei 18 anos no Fundamental I, hoje não quero mais sair, adoro adolescente, um desafio a cada dia.

O meu maior enfrentamento foi com o 6º ano, pois crianças em que recentemente, vieram de uma escola rural em sua maioria, e tinham que enfrentar uma escola nova, convívio com crianças maiores, perdidas com um olhar para ontem, como aprender o agora, o “hoje”. Fiquei muito abalada, sempre tentando resolver assuntos, quase impossível... Minha atitude primeira foi colocar a Coordenação á disposição, para qualquer assunto, referente à Escola, pessoal, referente à turma, aos professores e tudo que incomodasse a cabeça deles, o que os afligissem. Crianças essas que na maioria trocaram a zona rural para zona urbana... Um dilema, causando assim um grande impacto.

No ensino fundamental temos que trabalhar com Temas transversais como Pluralidade Cultural, Meio ambiente, Saúde e Orientação sexual, tudo isso vem compor toda a maturidade dos alunos e ajudá-los a viver na sociedade.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Experiências Vividas

A aluna quando foi até a secretaria e a funcionária lhe pediu uma foto para fazer a carteirinha, ela ficou parada pensando o que seria isso e como fazer, não sabia como tirar a foto e para que a carteirinha. As crianças não tem noção das coisas que estamos acostumados a ter e ver, outra vivência e experiências diferentes.

Outro caso é o da menina que ia até a pracinha e deixava um senhor passar a mão nela em troca de um punhado de balas. A inocência a flor da pele, não sei se estava acostumada ou gostava de chupar balas, esses pontos de vistas, para serem entendidos temos que ter muita bagagem e conhecimento, até para entender que as crianças são inocentes, em certos momentos.

Tinham meninos que tacavam pedras nos carros, fomos chamados na delegacia junto ao Conselho Tutelar, eles disseram que os carros não podiam andar nas ruas, eles que tinham que andar livremente.

Quando Diretora de um CIEP, fui até uma casa, me confrontei com três crianças que não andavam, ficavam em cima de uma cama (cama de casal), tinham sífilis e nunca foram a uma escola. Fui até o Prefeito e pedi três cadeiras de roda e consegui colocar as crianças para estudar, visto que no CIEP para chegar à sala de aula, subimos por rampas, muita facilidade.

Nos primeiros anos, as crianças e adolescentes são estimulados através de atividades lúdicas, jogos, leituras, imagens e sons, principalmente no primeiro nível. Através dos vários processos pedagógicos, busca-se conduzir a criança ao conhecimento do mundo pessoal, familiar e social. Acho que temos o dever de proporcionar aos alunos toda essa dimensão que é a Escola.

Imagem 02 - A Escola Rural

Imagem 03 - Escola Municipal e Escola Particular

Portanto com todas essas experiências houve uma mudança total em minha postura, passei a dar mais atenção na construção pessoal do aluno, porque o aluno na 1ª fase todos só pensa em ler e escrever

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