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Ensino de sociologia no ensino médio

Por:   •  20/9/2019  •  Artigo  •  1.469 Palavras (6 Páginas)  •  225 Visualizações

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Curso: Licenciatura em Ciências Sociais

Disciplina: Estágio III

Docente: Mariana Toledo

Discente: Lucas Gustavo Monteiro De Souza

Fichamento I

MORAES, Amaury & GUIMARÃES, Elisabeth da F. “Metodologia de Ensino de Ciências Sociais:

relendo as OCEM-Sociologia”. In: MORAES, Amaury César (org.). Explorando o ensino:

Sociologia. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. pp. 45-62.

Os autores tem como objetivo trazer um complemento no que se refere as “ Orientações Curriculares para o Ensino médio- Conhecimentos de sociologia. O texto levanta questões e possibilidades do ensino da disciplina. É um texto direcionado para professores de sociologia no ensino médio, com objetivo de ampliar as possibilidades para a sala de aula.

As OCEM- Sociologia estabelecem dois princípios epistemológicos básicos para o ensino de sociologia no ensino médio, que são o “ estranhamento” e a “ desnaturalização”. O estranhamento é a capacidade de olhar para situações diárias comuns e se incomodar, questionar, o estranhamento é o espanto diante de um fato novo ou uma nova realidade. Conforme os autores:

“ Estranhar, portanto, é espantar-se, é não achar normal, não se conformar, ter uma sensação de insatisfação perante fatos novos ou do desconhecimento de situações e de explicações que não se conhecia. Estranhamento é espanto, relutância, resistência. Estranhamento é uma sensação de incômodo, mas agradável incômodo- vontade de saber mais e entender tudo-, sendo, pois, uma forma superior de duvidar. Ferramenta essencial do ceticismo.” ( p. 46)

O segundo princípio metodológico é a desnaturalização, esta concepção parte do princípio de que é preciso desnaturalizar aquilo que está posto, dado como natural e imutável no tempo e no espaço, é onde os fenômenos sociais são naturalizados para o senso comum. Cito:

“ Para desfazer esse entendimento imediato, um papel central que o pensamento sociológico realiza é a desnaturalização das concepções ou explicações dos fenômenos sociais. A uma tendência sempre recorrente de se explicarem as relações sociais, as instituições, os modos de vida, as ações humanas, coletivas ou individuais, a estrutura social, a organização política e etc. com argumentos naturalizadores. Primeiro perde-se de vista a historicidade desses fenômenos, isto é, que nem sempre oram assim; segundo, que certas mudanças ou continuidades históricas decorrem de decisões, e essas, de interesses, ou seja, de razões objetivas e humanas, não sendo fruto de tendências naturais.” (p, 47)

Em seguida os autores levantam um questionamento sobre como é possível manter o distanciamento necessário para a apreensão científica do real, uma vez que se parte do pressuposto que o objeto da análise sociológica é a vida em sociedade, assim sendo, os sociólogos além de analisarem a vida social, também participam dela. Conforme os autores:

“ Uma das respostas a esse questionamento está na postura inicial de atuação das Ciências Sociais, que supõem a superação do senso comum em direção a uma análise científica da sociedade. É o estranhamento diante de situações já consagradas como óbvias, familiares, naturais que caracteriza e conferem especificidade ás Ciências Sociais. Estranhar o já conhecido, o tido como natural, permite que fenômenos aparentemente evidentes revelem dúvidas, contradições, desmandos e arbitrariedades em sua composição.

Esse processo de estranhamento, que é tarefa típica do pesquisador social, só é possível mediante o distanciamento do fenômeno social. Colocar-se a distância do fenômeno social- ainda que o mesmo faça parte da experiência de vida do pesquisador- é a possibilidade de ultrapassar os limites do senso comum- que supõem a naturalidade da cultura-, e inquietar-se com questões rotineiras e consagradas pela normalidade.” (pp.47-48)

Os autores apontam três princípios metodológicos que tem sido usados e experimentados no ensino de sociologia no ensino médio, que são os temas, teorias e conceitos e ainda tem a pesquisa, porém esta costuma não ser incorporada porque geralmente os professores não estão preparados e não sabem como conceber este campo. Cada concepção é uma possibilidade para o ensino de sociologia no ensino médio, porém, segundo os autores, é impossível trabalhar com apenas um deles sem que se passe pelos outros.

Os autores também chamam a atenção de se trabalhar a pesquisa no ensino médio, como uma possibilidade de complemento as aulas expositivas e como uma forma de aprofundamento da teoria através do conhecimento empírico.

Em seguida os autores falam sobre formas de se trabalhar cada um dos princípios metodológicos, a começar pelos “ Conceitos”. Estes devem ser trabalhados com cautela, pois é necessário ter o conhecimento em relação ao contexto histórico, condições e razões em que este foi cunhado. De acordo com os autores:

“ No caso de o professor optar pelo conceito para desenvolver todo o conteúdo programático da disciplina ou mesmo de determina da unidade, precisa estar ciente de que o emprego de um conceito para de ensina um conteúdo sociológico no nível médio demanda uma série de referências: em relação á sua origem, o contexto social em que foi criado, os fenômenos que exigiram a tradução das ansiedades sociais no momento de sua criação, as situações que antecederam e condicionaram as concepções de seus criadores, as propostas definidoras do universo em que ele se constituiu e as transformações que sofreu em sua elaboração. É necessário estar atento as caracterizações mais gerais do conceito e esclarecê-las aos estudantes, antes de aprofundar no ensino do conteúdo em questão.” ( pp. 49-50) 

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