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Esboços da História Econômica da Ciência e da Tecnologia

Por:   •  26/8/2018  •  Resenha  •  818 Palavras (4 Páginas)  •  134 Visualizações

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Dentro do contexto disciplinar da CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), uma das questões de maior relevo diz respeito ao conceito de “inovação”. Há diferentes leituras acadêmicas não só sobre o significado do termo ante à interação complexa entre as três dimensões acima, como também em relação ao modo que ela se processa. Em uma perspectiva abrangente, duas correntes principais podem ser delineadas quanto a este último ponto: aquelas que enxergam as inovações como construções paulatinas e as que interpretam-nas como súbitas erupções no plano do conhecimento.

O raciocínio de Szmrecsányi, presente no texto “Esboços da História Econômica da Ciência e da Tecnologia”, tende à primeira abordagem, assim como alguns outros autores lidos até aqui, pois considera o que é inovador em um ângulo evolucionista, como produto de um gradual acúmulo de ganhos científicos. Isso se dá porque as ideias prévias pavimentariam o desenvolvimento de tecnologias mais novas. Seria a partir do que já é conhecido que se poderia estruturar racionalmente inéditos entendimentos e ferramentas. Esta visão é ilustrada com um exemplo prático, a Primeira Revolução Industrial, compreendida por ele como um movimento de longo prazo e condensador de expressões de variadas esferas do conhecimento, propiciando um cenário fértil à eclosão de inovações técnico-científicas.

Em acréscimo a esta percepção, é possível afirmar ainda que o viés inovador não depende meramente do estoque de saberes reunido até então. Há também que se analisar o aparato tecnológico disponível, uma vez que ele age como arcabouço para o aparecimento de novas invenções, materializando as inovações e permitindo que outras como estas ocorram. Portanto, se tal elemento está presente nessa leitura, as demandas sociais são indissociáveis a esta e indispensáveis à produção de algo tido como “inovador”. É importante lembrar que a tecnologia surge para sanar ou, ao menos, atenuar as necessidades de um mercado demandante, que constantemente exige maior qualidade e inovação do que lhe é oferecido. O panorama capitalista e sua lógica de consumo muitas vezes acabam por exacerbar este comportamento.

Dessa forma, conclui-se que o conhecimento se torna “inovador” com base em um tripé que muito lembra a interface da CTS: a bagagem científica acumulada, o universo tecnológico acessível e o perfil das demandas sociais colaboram para a elaboração de inovações. É a partir das interações harmônicas entre estes componentes, e não como fruto do acaso ou de potencial revolucionário repentino, que o fenômeno inovador ocorre.  

Além disso, a ciência e a tecnologia são muito exaltadas pela sociedade, visto que todos os avanços tecnológicos são vistos (tidos) como positivos, sem analisar os efeitos que causam à sociedade. Não é preciso observar muito para se perceber que muitos problemas ambientais, sociais e econômicos existentes na nossa sociedade atual são causados pelo mau uso da ciência e tecnologia, como por exemplo, as mudanças climáticas, destinação inadequada do lixo, desigualdades sociais, entre outros problemas.

A sociedade se tornou dependente e totalmente confiante na ciência e tecnologia, pois a propaganda que se faz da ciência e da tecnologia, provavelmente com vistas a melhores resultados das questões de ordem econômica,

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