FORMAÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA DO BRASIL

Em 1831 o pintor solicitou licença ao Conselho da Regência para retornar à França, alegando problemas de saúde. Dois motivos o levaram a tomar tal atitude: primeiro para juntar-se a sua família e segundo, tão importante para o artista quanto o primeiro, era organizar o primeiro volume de sua obra Viagem pitoresca e histórica ao Brasil.

Sendo assim, o pintor voltou à França, mas enquanto viveu e lecionou no Brasil, influenciou fortemente a formação dos primeiros artistas acadêmicos nacionais e de seus discípulos. Quando faleceu em Paris, no dia 28 de junho de 1848, Debret deixou inúmeras obras, entre pinturas, aquarelas e desenhos. No entanto, seu maior legado ao nosso país foi o trabalho Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, documentando aspectos da natureza, do homem e da sociedade brasileira no início do século XIX. Este livro foi publicado em 26 fascículos entre os anos de 1834 e 1839, formando um conjunto de três volumes. Cada um destes fascículos, continha 6 pranchas, que eram acompanhadas de textos explicativos. Sendo assim, os volumes publicados se dividiram por etapas, sendo o primeiro volume dedicado aos índios e à natureza, o segundo, ao cotidiano dos negros e brancos, registrando os inúmeros escravos, e o terceiro volume é direcionado às cortes e as elites, retratando as cenas de cotidiano e de manifestações culturais. A grande maioria dos exemplares, impressos em preto e branco não foram vendidos na época, pois somente nos anos de 1930 sua obra foi descoberta no Brasil e seus livros entraram na moda, suas pranchas foram emolduradas e os exemplares tornaram-se escassos no mercado.

Seu trabalho retrata o cotidiano, o processo de independência do Brasil e os primeiros anos do governo de Pedro 1º. Uma de suas obras mais conhecidas é um quadro de dom João em tamanho real. As obras de Debret conseguiram evidenciar em imagens, como de fato era a vida urbana brasileira no início do século XIX, mais precisamente, na corte do Rio de Janeiro, pois Debret realizou poucas obras de outros locais, porque só visitou São Paulo e as províncias do Sul nos últimos anos em que esteve no Brasil. Por meio de sua obra Debret procurou demonstrar, com minuciosos detalhes e cuidados, a formação do Brasil, especialmente no sentido cultural do povo e nação. Os volumes foram publicados em 1834, 1835 e 1839. É importante ressaltar aqui as principais obras da coleção de “Viagem pitoresca ao Brasil”:

• Caçador de Escravos (1820-1830);

• Interior de uma casa cigana (1820);

• Guerreiro indígena a Cavalo;

• Escravidão no Brasil (castigo de escravo);

• Retrato de D. João VI;

• Família de um chefe Camacan se preparando para uma festividade (1820-1830);

• Coroação de D. Pedro I (1822);

• Casamento de D. Pedro I (1829);

• Costumes dos ministros e secretários de Estado (1826);

• Tocador de Berimbau (1826);

• Família de Botocudos em marcha (1834).

Durante o cotidiano brasileiro, foi que ele produziu os mais belos registros, pintados diretamente das ruas,

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