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Fichamento cemitério dos vivos

Por:   •  12/5/2017  •  Resenha  •  1.246 Palavras (5 Páginas)  •  291 Visualizações

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TÍTULO: Cemitério dos Vivos: análise sociológica de uma prisão de mulheres.

BIBLIOGRAFIA: LEMGRUBER, Julita. Cemitério dos vivos: análise sociológica de uma prisão de mulheres, 1ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1983.

AUTOR: Julita Lembruber

ANO DE PUBLICAÇÃO: 1983

LOCAL DA COLETA DE DADOS: Rio de Janeiro, Brasil

IDEIA GERAL DO ESTUDO:

A obra Cemitério dos Vivos: uma análise sociológica de uma prisão de mulheres é visto como uma combinação de trabalho acadêmico concatenado a uma preocupação legítima de reforma social. A autora demonstra o interesse concreto no aperfeiçoamento do sistema penitenciário.

O objetivo do trabalho é a análise de uma prisão de mulheres. Busca-se também verificar a realidade de uma prisão a partir da ótica das próprias detentas.

Durante a introdução, Julita estabelece a relação existente entre a mulher e o crime. Parar tanto, ela traz dados objetivos sobre a quantidade de homens e mulheres presos e a proporção percentual e absoluta desses números. Em seguida, relata a posição de diversos autores ao longo da história que tratam sobre o crime e a criminalidade feminina e teses infundadas que justificavam essa criminalidade a partir de determinantes biológicos ou fisiológicos e que ignoravam por completo os fatores culturais e sociais.

Alguns estudiosos julgavam a mulher criminosa biologicamente e sexualmente anormal. Os mitos gerados por essas teorias faziam com que as mulheres que cometiam delitos fossem condenadas duplamente: legalmente através de um processo criminal e, socialmente, consideradas biologicamente e sexualmente degeneradas.

Em 1961, Otto Pollack em The Criminal of Woman parte do princípio que a mulher é tão criminosa quanto o homem e as diferenças nas taxas de criminalidade refletem o fato de que os crimes cometidos por mulheres são, em geral, menos detectáveis devido à capacidade da mulher de enganar os outros.

Nos anos 70, os teóricos negam as explicações em fatores biológicos e psíquicos e começam a considerar fatores como diferente socialização e diferentes reações sociais ao crime entre indivíduos do sexo masculino e feminino.

Hoffman e Bustamante tentam demonstram que a diferente socialização das meninas reflete na sua participação em delitos criminosos. Ensinadas a se portarem de maneira mais passiva, as mulheres acabam por se envolver em delitos não violentos. Quando o fazem, em geral, estão desempenhando papéis secundários e auxiliares ao lado dos homens. Carol Smart indica limitações da teoria dos papéis, como a falha por não analisar as origens sociais dos papéis e a natureza da inferioridade do status feminino.

Análises nas taxas de criminalidade nos últimos anos levam a crer que à medida que há maior participação feminina na força de trabalho e maior igualdade entre os sexos, a participação da mulher nas estatísticas criminais também aumenta.

Admite-se, hoje, que as diferenças nas taxas de criminalidade masculinas e femininas prendem-se a fatores socioestruturais. À proporção que as disparidades socioeconomicoestruturais entre os sexos diminuem, há um aumento recíproco da criminalidade feminina. Quanto maior a igualdade entre os sexos, maior a taxa de criminalidade feminina. A autora aqui não discrimina como e por quem foram realizadas essas análises.

No primeiro capítulo a autora traz notas sobre o trabalho de campo e tenta clarificar e apontar soluções para problemas decorrentes das relações entre o pesquisador e o seu objeto de estudo.

Foi escolhida a análise qualitativa como métodos da pesquisa e a observação participativa como técnica de investigação.

Um problema do pesquisador ao realizar um trabalho na prisão é a dificuldade de não se envolver emocionalmente e não se contaminar por simpatias pessoais e políticas. Assumir uma posição de valor pode interferir no resultado do trabalho.

Para ter acesso ao objeto de pesquisa, os passos foram: levantar dados contidos nas fichas de cada detenta, apresentar a pesquisa às internas e iniciar as entrevistas. Julgou-se que uma apresentação do pesquisador e da pesquisa através da administração não seria conveniente. Optou-se por apresentações pessoais e individuais, procurado enfatizar o caráter científico do trabalho e explicando a desvinculação em relação à administração.

Constatou-se que o tipo de relacionamento mantido com as internas e o grau de confiança depositado na autora eram muito mais importantes para a aceitação dos pesquisadores do que uma explicação elaborada do tipo de trabalho a que se propunha.

Um membro da guarda revelou que a presença dos pesquisadores era positiva, pois as presas estavam tendo com quem desabafar. Essa passagem demonstra a carência e a necessidade de afeto das mulheres reclusas.

Por parte das internas, havia a necessidade de assegurar a confiança mantida pela equipe pesquisadora. A equipe era frequentemente “testada”, a fim de verificar a confiança estabelecida.

Ao iniciar as entrevista, a equipe de pesquisa verificou a necessidade de esclarecer que não poderia realizar qualquer intervenção direta a nível pessoal ou institucional para benefício das informantes e que a cooperação delas poderia surtir efeitos a médio ou longo prazo, à medida que as pessoas tomassem conhecimento de uma série de problemas que as afligiam. O pesquisador deve negar qualquer possibilidade de trocar a informação por qualquer tipo de favor.

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