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Fichamento Rio de Janeiro

Por:   •  21/5/2018  •  Resenha  •  1.481 Palavras (6 Páginas)  •  194 Visualizações

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Disciplina: Rio de Janeiro

"Sede agora de modernidades urbanísticas, o centro contraditoriamente, mantinha

também a sua condição de local de residência das populações mais miseráveis da

cidade. Estas, sem nenhum poder de mobilidade, dependiam de uma localização

central, ou periférica ao centro, para sobreviver. Com efeito, para muitos, livres e

escravos, a procura de trabalho era diária, e este era apenas encontrado na área

central." (p.42)

Com a vinda da família real e consequentemente, da transferência da capital

monárquica para o Rio de Janeiro, viu-se uma série de mudanças, tanto na estrutura

administrativa, quanto na edificação de novas construções com base nos padrões

europeus. O Rio de Janeiro teve que mudar e se modernizar para tornar-se digno de

abrigar, agora, a nova sede do Império Português. Apesar da modernidade que

progressivamente vinha ocorrendo, devido à essa transferência, ao ciclo do café e a

independência política, que levou a uma expansão econômica atraindo muitos

trabalhadores, era uma contradição visto que, a crescente população fluminense

majoritariamente mantinha-se pobre e, devido a carência de transportes coletivos

rápidos e regulares, dependente de moradia no centro, onde se encontrava a maior

concentração de oferta de trabalho. Essa oferta de trabalho no centro é explicado pela

grande aglomeração populacional que ali existia, criando assim uma demanda por

todo tipo de serviços informais e diários.

"Controlados em grande parte pelo capital estrangeiro, trens e bondes tiveram um

papel indutor diferente no que toca à expansão física da cidade. Os primeiros

passaram a servir áreas ainda fracamente integradas à cidade, que se abriram então

àqueles que podiam se dar ao luxo de morar fora da área central mas não podiam

arcar com os custos, já elevados dos terrenos da Glória, Botafogo ou Tijuca; os

bondes permitiram o êxodo cada vez maior dos que podiam arcar com esse ônus,

mas mantinham-se no centro por falta de meio de transporte rápido e regular." (p.43)

Com a melhora na qualidade de vida, devido as mudanças executadas na

oferta de trabalho, quanto pela escassez de transportes que atendessem as

necessidades de mobilidade dessa população. Essa demanda por transportes

coletivos eficientes, atraiu os interesses do capital nacional e estrangeiro, que

atendendo a essa necessidade, permitiu o êxodo dos habitantes da capital para a

zona sul e para os subúrbios do Rio. Este primeiro já sendo urbanizado pela população

rica antes da inclusão ao centro da cidade, que foi possibilitada pelos bondes,

posteriormente só fez acelerar este processo, já a implementação dos trens

proporcionou a ocupação dos subúrbios por uma população que, até podia dar-se ao

luxo de morar mais distante do centro, mas não arcando com os altos custos da zona

sul.

"O final do século XIX não se caracterizou apenas pela multiplicação das fábricas no

Rio de Janeiro. Outra face da mesma moeda, coincidiu também com o esgotamento

do sistema escravista, com o conseqüente declínio da atividade cafeeira na Província

do Rio de Janeiro e com o grande afluxo de imigrantes estrangeiros. Resultou daí um

processo de crescimento populacional acelerado via migração, que agravou

consideravelmente o problema habitacional da cidade, pois levou ao adensamento

ainda maior dos cortiços e ao recrudescimento das epidemias de febre amarela que

assolavam a cidade periodicamente." (p.57)

Com o fim do sistema escravocrata, o declínio do ciclo do café e a proliferação fabril,

o Rio de Janeiro viu sua população migratória crescer subitamente, atingindo um

grande contingente de habitantes, porém não possuía habitações suficientes para

atender a essa repentina eclosão. E apesar da progressiva implementação dos meios

de transportes, havia uma grande parcela do povo que não podia arcar com os custos

de moradia fora da área central. Nesse sentido, os cortiços se tornaram a melhor

alternativa de moradia, ficando muito populares entre as pessoas mais pobres.

Essa popularidade não se refletia, entretanto, no restante da população e nas

autoridades públicas, que viam nos cortiços, o cerne da proliferação das mais

variáveis doenças, como a febre amarela e a cólera, além de ser um local que poderia

insurgir movimentos sociais. Devido as epidemias constantes que ocorriam, a imagem

internacional do Rio de Janeiro era a de uma cidade "tumba", um lugar insalubre, onde

os marinheiros nem desembarcavam. Toda essa visão pejorativa que imperava

acerca desses espaços e consequentemente, da população pobre, fez as autoridades

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